sábado, 10 de outubro de 2020

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Na liturgia de hoje as leituras convidam-nos para o banquete do Senhor, para participamos na Ceia Pascal e, a este propósito, relembro um excerto do que escreveu o Bispo de Leiria Fátima na sua carta pastoral deste ano:

“Felizes os convidados para a ceia do Senhor!” Somos, antes de mais, convidados, hóspedes e comensais da ceia do Senhor. É a mesma ceia que Ele viveu com os apóstolos no cenáculo quando – surpresa inaudita e maravilhosa – lhes deu o “Seu Corpo e Sangue”, antecipando assim o dom total de si mesmo na cruz, que agora é dado a nós em comunhão. Quem toma parte neste banquete é feliz! É-lhe oferecida uma bem-aventurança, uma experiência de extraordinária felicidade, de uma alegria original e indizível que nasce do acolhimento do dom de Cristo, do seu Corpo (pessoa) glorioso e de todo o seu mistério de amor. A comunhão eucarística é a porta que faz entrar Cristo em nós e nós em Cristo. Eis a maravilha das maravilhas do Deus connosco em que o coração de Cristo se une ao nosso e o nosso ao Seu para viver em comunhão e para fazer de nós um povo de comunhão! O Filho de Deus tornou-se carne humana para se tornar pão vivo, pão de vida eterna.”

Na 1ª leitura (Is 25, 6-10a)  é numa linguagem festiva, de ânimo e esperança para o povo de Israel, mas também para nós, hoje, que o profeta Isaías, nos fala da promessa de Deus de preparar um banquete para todos os povos, com suculentos manjares e com vinhos deliciosos, fazendo-nos presente o milagre do Amor Vivo no meio de nós, que é a cada Eucaristia.

“Sobre este monte, o Senhor do Universo há de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos. Sobre este monte, há de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou. Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão do Senhor pousará sobre este monte».”

Na 2ªleitura (Filip 4, 12-14.19-20) S.Paulo, numa linguagem muito bela e, ao mesmo tempo, pessoal, vivencial, forte e profunda, dá-nos testemunho de que é possível viver em Jesus a tempo inteiro. Por outro lado, agradece aos Filipenses a ajuda que recebeu deles. Apoiado em Deus e atento aos irmãos, eis como vive Paulo. 

Irmãos: Sei viver na pobreza e sei viver na abundância. Em todo o tempo e em todas as circunstâncias, tenho aprendido a ter fartura e a passar fome, a viver desafogadamente e a padecer necessidade. Tudo posso n’Aquele que me conforta. No entanto, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. O meu Deus proverá com abundância a todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus. Glória a Deus, nosso Pai, pelos séculos dos séculos. Ámen.”

No Evangelho (Mt 22, 1-14) é o próprio Jesus quem nos convida, por meio da parábola que nos conta, a participar no banquete que o pai nos prepara em cada Eucaristia. Festejamos Jesus ressuscitado, vivo no meio de nós. E, sempre que o nosso coração se abre, sob a ação do Espírito Santo, e se deixa inundar do Amor de Deus, participamos em cheio neste banquete de manjares suculentos e vinho puríssimo, preparado para nós desde toda a eternidade. Deixemo-nos cativar pelo Seu convite de amor infinito.

“Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na ver­dade, muitos são os chamados, mas poucos os esco­lhidos».” 

Senhor, Pai Santo eu te louvo e bendigo pelo dom da Eucaristia. Que o meu coração se deixe repassar de Ti e assim eu responda ao Teu convite de Amor.

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