II DOMINGO DA QUARESMA
Hoje, somos convidados, em especial,
a deixarmo-nos transfigurar em Jesus e com Jesus, nesta caminhada quaresmal.
Jesus conduz-nos e vai-nos revelando Deus, no Seu Amor infinito por cada um de nós.
Tal como fez com Abraão, Deus continua a estabelecer a Sua Aliança com a
humanidade neste século XXI, mas esta é uma Nova Aliança, cumprida por e em Jesus,
“O Seu amado Filho, O Seu Eleito”, que nos habita e caminha connosco. Deixemo-nos
“fazer” por Jesus, abramos o nosso coração a Deus Amor.
Na 1ªleitura (Gen 15, 5-12.17-18) Deus dissipa as dúvidas de Abraão,
estabelecendo uma Aliança com ele, selada pelo cumprimento de um ritual comum naqueles
tempos e paragens. O mais importante deste texto, para mim, é, sem dúvida, que,
contra todas as aparências e algumas evidências, Abraão confia plenamente no
Senhor, na Sua promessa de descendência e entrega-se-Lhe de coração. Façamos
como Abraão, confiemos em Deus, acreditemos que o Senhor só quer o melhor para
nós, ainda que objetivamente nos possa parecer precisamente o contrário. Abramos
o nosso coração a Deus e deixemos que nos habite, na totalidade do que somos e
temos.
“Naqueles dias, Deus levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha
para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar». E acrescentou: «Assim
será a tua descendência». Abrão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído
como justiça. Disse-lhe Deus: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur dos
caldeus, para te dar a posse desta terra». Abrão perguntou: «Senhor, meu Deus,
como saberei que a vou possuir?». O Senhor respondeu-lhe: «Toma uma vitela de
três anos, uma cabra de três anos e um carneiro de três anos, uma rola e um
pombinho». Abrão foi buscar todos esses animais, cortou-os ao meio e pôs cada
metade em frente da outra metade; mas não cortou as aves. Os abutres desceram sobre
os cadáveres, mas Abrão pô-los em fuga. Ao pôr do sol, apoderou-se de Abrão um
sono profundo, enquanto o assaltava um grande e escuro terror. Quando o sol
desapareceu e caíram as trevas, um brasido fumegante e um archote de fogo
passaram entre os animais cortados. Nesse dia, o Senhor estabeleceu com Abrão
uma aliança, dizendo: «Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do
Egipto até ao grande rio Eufrates».”
Na 2ªleitura S.Paulo (Filip 3, 17 – 4,1) apela à nossa conversão contínua,
pede-nos para permanecermos firmes no Senhor. Acedamos ao pedido de Paulo neste
tempo de preparação para a celebração festiva da Páscoa.
“Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos
naqueles que procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, de
quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como
inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre,
orgulham-se da sua vergonha e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria
está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que
transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo
glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto,
meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes
no Senhor.”
No Evangelho (Lc 9, 28b-36) Jesus conduz-nos ao cimo do
monte Tabor e aí, primeiro do que tudo, entra em comunhão com o pai, por meio
da oração. Num ambiente de intimidade total com Deus Pai, em oração, mostra-nos
a Sua Glória, revela-nos o quanto é amado por Deus e como n’Ele todos somos
amados pelo Senhor. É como que uma experiência, por antecipação do que será a Festa
da Ressurreição. Que Jesus, na certeza do que virá depois, isto é, da Sua vitória
sobre a Morte, nos ajude a superar as dificuldades do percurso quaresmal.
“Naquele
tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar.
Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram de
uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que,
tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em
Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando,
viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se
iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos
três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o
que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a
sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu
uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz
se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles
dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.”
Jesus, meu Senhor e meu Deus, eu
creio em Ti, eu creio que és o Filho de Deus Vivo, mas aumenta a minha pouca
fé.
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