sábado, 4 de agosto de 2018

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM



As leituras, de hoje, vêm na continuidade das do passado domingo, mas centram-se mais em Jesus, o Pão Vivo descido do Céu, o nosso alimento, o único que verdadeiramente nos sacia. É um desafio: a encontrarmo-nos com o Único que nos dá a vida; a deixarmo-nos alimentar por Ele; a recebermos de Jesus a água da Fonte da Vida, que é Ele. Só em Deus encontraremos o alimento, a água, que nos sacia, porque só Ele é a Vida verdadeira, a fonte que nos sustenta e dessedenta. Arrisquemos e deixemo-nos encontrar, inundar por Ele, que está atento e escuta os nossos clamores.


Na 1ªleitura (Ex 16, 2-4.12-15) revemo-nos nas atitudes do povo de Israel. Quando tudo está bem, o povo louva e agradece, está feliz, mas quando aparecem as dificuldades, os obstáculos, aí, os clamores, os impropérios, as murmurações, são mais do que muitos. Mesmo assim, o Senhor escuta a revolta do Seu povo e envia-lhes alimento. Nunca o Senhor deixou o Seu povo sem resposta. Ele está sempre atento às necessidades dos que O procuram, ontem, hoje e sempre. Confiemos-Lhe todas as nossas angústias, preocupações e dificuldades e acreditemos no Seu incomensurável Amor por cada um de nós. Ele ama-nos infinitamente e fará sempre o que for melhor, na altura certa. Mesmo que não entendamos nada, entreguemo-nos confiadamente. N’Ele tudo é possível, até “chover pão do céu”. 
“Naqueles dias, toda a comunidade dos filhos de Israel começou a murmurar no deserto contra Moisés e Aarão. Disseram-lhes os filhos de Israel: «Antes tivéssemos morrido às mãos do Senhor na terra do Egipto, quando estávamos sentados ao pé das panelas de carne e comíamos pão até nos saciarmos. Trouxestes-nos a este deserto, para deixar morrer à fome toda esta multidão». Então o Senhor disse a Moisés: «Vou fazer que chova para vós pão do céu. O povo sairá para apanhar a quantidade necessária para cada dia. Vou assim pô-lo à prova, para ver se segue ou não a minha lei. Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Vai dizer-lhes: ‘Ao cair da noite comereis carne e de manhã saciar-vos-eis de pão. Então reconhecereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus’». Nessa tarde apareceram codornizes, que cobriram o acampamento, e na manhã seguinte havia uma camada de orvalho em volta do acampamento. Quando essa camada de orvalho se evaporou, apareceu à superfície do deserto uma substância granulosa, fina como a geada sobre a terra. Quando a viram, os filhos de Israel perguntaram uns aos outros: «Man-hu?», quer dizer: «Que é isto?», pois não sabiam o que era. Disse-lhes então Moisés: «É o pão que o Senhor vos dá em alimento».”


Na 2ªleitura (Ef 4, 17.20-24) S.Paulo insiste para que permaneçamos firmes no Único que nos pode dar a verdadeira vida, para sermos fiéis ao Único Amor que nos pode dar a verdadeira felicidade. Em Jesus tudo tem sentido, n’Ele, através da ação do Espírito Santo no mais íntimo do nosso coração, cada um de nós será uma nova criatura, revestido “do homem novo, criado à imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras.” Deixemos que, o conselho que S.Paulo deu aos Efésios, também se concretize connosco, no dia a dia da nossa vida. Afinal, ontem, hoje e sempre, somos chamados a ser testemunhas do Amor infinito de Deus, no nosso quotidiano, junto dos que o Senhor coloca na nossa vida. “Irmãos: Eis o que vos digo e aconselho em nome do Senhor: Não torneis a proceder como os pagãos, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Não foi assim que aprendestes a conhecer a Cristo, se é que d’Ele ouvistes pregar e sobre Ele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus. É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho, corrompido por desejos enganadores. Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras.”


No Evangelho (Jo 6, 24-35)  Jesus continua a catequese,  que já iniciou no domingo passado, sobre o Único alimento que sacia verdadeiramente: o Pão da Vida – Ele próprio. E fica muito claro, para mim, que o essencial a que somos chamados é a acreditar, a viver, a alimentarmo-nos do Filho de Deus, ressuscitado e vivo no meio de nós. Se a Ele nos entregarmos de alma e coração, se Ele for o nosso alimento, a razão de ser da nossa vida, se nos deixarmos inundar, empapar por Ele, a transmissão do Amor de Deus aos que nos rodeiam, aos que connosco convivem, aos que fazem parte da nossa família, há de acontecer, porque é Ele que se dá, se comunica e chega ao coração  de todo o que se Lhe abre. Não duvidemos nunca do Seu Amor infinito por cada um de nós.
"Naquele tempo, quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam à beira do lago, subiram todos para as barcas e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?». Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou». Disseram-Lhe eles: «Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: ‘Deu-lhes a comer um pão que veio do Céu’». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo». Disseram-Lhe eles: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede»." 


Senhor, eu creio que és Jesus, o Filho de Deus Vivo, o único e verdadeiro alimento com que posso saciar a sede de Deus, que colocaste no mais íntimo do meu coração. Senhor, que eu nunca duvide do Teu infinito amor por cada ser por Ti criado. Inunda-me de Ti.

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