terça-feira, 14 de agosto de 2018

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA


A minha partilha, sobre as leituras da solenidade que hoje festejamos, vai ser feita recorrendo à homilia do Papa Francisco do dia 15 de agosto de 2014, na Coreia, durante a VI Jornada da Juventude Asiática. Nesse dia o Santo Padre disse:
"Em união com toda a Igreja, celebramos a Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, à glória do Paraíso. A Assunção de Maria mostra-nos o nosso destino como filhos adotivos de Deus e membros do Corpo de Cristo: como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno. Esta é a nossa vocação.


O «grande sinal» apresentado na primeira leitura (Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab) convida-nos a contemplar Maria, entronizada na glória junto do seu divino Filho. Convida-nos ainda a tomar consciência do futuro que, já desde agora, abre diante de nós o Senhor Ressuscitado. (…)"
«O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse. Ela teve um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».


"Na segunda leitura de hoje (1 Cor 15, 20-27), ouvimos São Paulo afirmar que Cristo é o novo Adão, cuja obediência à vontade do Pai derrubou o reino do pecado e da escravidão e inaugurou o reino da vida e da liberdade. A verdadeira liberdade encontra-se no amoroso acolhimento da vontade do Pai. De Maria, cheia de graça, aprendemos que a liberdade cristã é algo mais do que a mera libertação do pecado; é a liberdade que abre para um novo modo espiritual de considerar as realidades terrenas, a liberdade de amar a Deus e aos nossos irmãos e irmãs com um coração puro e viver na jubilosa esperança da vinda do Reino de Cristo." 
«Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte, porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés. Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido é claro que se excetua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas.»


Quanto ao evangelho (Lc 1, 39-56), disse o Papa Francisco: "Hoje, ao venerar Maria, Rainha do Céu, dirigimo-nos a Ela como Mãe da Igreja (…) para Lhe pedir que nos ajude a ser fiéis à liberdade régia que recebemos no dia do Batismo; que guie os nossos esforços por transformar o mundo segundo o plano de Deus; e que torne a Igreja neste mundo capaz de ser, de uma forma mais plena, fermento do Reino de Deus na sociedade. Possam os cristãos (…) ser uma força generosa de renovação espiritual em todas as esferas da sociedade; combatam o fascínio do materialismo que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais e também o espírito de desenfreada competição que gera egoísmo e conflitos; rejeitem modelos económicos desumanos que criam novas formas de pobreza e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e criança. Como católicos (…), sois chamados a valorizar esta herança e a transmiti-la às gerações futuras. Isto implica para cada um a necessidade duma renovada conversão à Palavra de Deus e uma intensa solicitude pelos pobres, os necessitados e os fracos que vivem no meio de nós. Ao celebrar esta festa, unimo-nos a toda a Igreja espalhada pelo mundo e olhamos para Maria como Mãe da nossa esperança. O seu cântico de louvor lembra-nos que Deus nunca esquece as suas promessas de misericórdia (cf. Lc 1, 54-55). Maria é a cheia de graça, porque «acreditou no cumprimento daquilo que o Senhor lhe dissera» (Lc 1, 45). N’Ela, todas as promessas divinas se demonstraram verdadeiras. Entronizada na glória, mostra-nos que a nossa esperança é real e que, já desde agora, esta esperança se estende, «como uma âncora segura e firme para as nossas vidas» (Heb 6, 19), até onde Cristo está sentado na glória. Amados irmãos e irmãs, esta esperança – a esperança oferecida pelo Evangelho – é o antídoto contra o espírito de desespero que parece crescer como um câncer no meio da sociedade, que exteriormente é rica e todavia muitas vezes experimenta amargura interior e vazio. A quantos dos nossos jovens não fez pagar o seu tributo um tal desespero! Que os jovens (…) nunca lhes vejam roubada a esperança!" 
«Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.» 


"Dirijamo-nos a Maria, Mãe de Deus, e imploremos a graça de viver alegres na liberdade dos filhos de Deus, usar sabiamente esta liberdade para servirmos os nossos irmãos e irmãs, e viver e atuar de tal modo que sejamos sinais de esperança, aquela esperança que encontrará a sua realização no Reino eterno, onde reinar é servir. Ámen." 

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