sábado, 28 de julho de 2018


XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Nas leituras de hoje somos convidados a, primeiro que tudo, confiar em Deus, que olha por todos e está sempre atento às nossas necessidades. Depois, somos chamados a entregar tudo o que temos a Deus, numa partilha com os irmãos. E quando é dado no Amor, isto é, em Deus, o milagre da multiplicação acontecerá, porque Ele não sabe senão dar-Se continua e infinitamente. Partilhemos e demo-nos para que, quem tem não estrague, não desperdice e a quem não tem, não falte.


Na primeira leitura (2 Reis 4, 42-44) testemunhamos a confiança, do profeta Eliseu, em Deus. Àquele que lhe dá vinte pães de cevada e trigo novo, como as primícias da colheita, pede para tudo distribuir pelas cem pessoas que o escutam. Contra toda a objetividade, racionalidade e incredulidade, sobressai a sua total confiança na promessa do Senhor, que disse: ‘Comerão e ainda há de sobrar’. E assim foi. Feita a nossa parte, só temos de confiar no Amor de Deus, que ama incomensuravelmente todos e cada um de nós. Ele fará acontecer o que for melhor. A Deus nada é impossível! 
“Naqueles dias, veio um homem da povoação de Baal-Salisa e trouxe a Eliseu, o homem de Deus, pão feito com os primeiros frutos da colheita. Eram vinte pães de cevada e trigo novo no seu alforge. Eliseu disse: «Dá-os a comer a essa gente». O servo respondeu: «Como posso com isto dar de comer a cem pessoas?». Eliseu insistiu: «Dá-os a comer a essa gente, porque assim fala o Senhor: ‘Comerão e ainda há de sobrar’». Deu-lhos e eles comeram, e ainda sobrou, segundo a palavra do Senhor.” 


Na 2ª leitura (Ef 4, 1-6) S.Paulo faz-nos um apelo veemente a vivermos como cristãos, na unidade e na caridade, em Deus, num só Deus e num só batismo. Este há de ser o nosso distintivo: “Vede como eles se amam”. Como é difícil sermos este sinal, nos tempos que correm, mas não há volta a dar, o caminho é este. Só em Deus, por Cristo, diz-nos S.Paulo, tal será possível. Que o Senhor nos ilumine e guie e Nossa Senhora nos ajude. 
“Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados: procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade; empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como há uma só esperança na vida a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, atua em todos e em todos Se encontra.” 


No Evangelho (Jo 6, 1-15) S.João desafia-nos a confiar em Deus e a n’Ele partilharmos o que temos e somos. Um pouco, ou bastante, à semelhança do que fez Eliseu, na primeira leitura, somos confrontados com: a atitude da multidão (da qual também fazemos parte), que faminta se senta organizadamente sobre a erva abundante; a perplexidade dos discípulos que não acreditam que, com  cinco pães de cevada e dois peixes, se possam alimentar cinco mil pessoas. Mas, também como os discípulos, acreditamos que Jesus é o Filho de Deus, é Deus Uno na Trindade e Deus é Amor infinito em comunicação contínua, está sempre a dar-Se. Assim,como os discípulos, também nós ajudamos a distribuir o que há para dar. E chega para todos! Melhor ainda, sobra para quem não está e também tem fome, fome física, fome de amor, fome de Deus. Quando o nosso coração se abre a Deus e aos outros, é isto que acontece, Deus comunica-se num Amor sem fim a quem d’Ele necessita e O procura de coração sincero. 
“Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?». Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?». Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.”


Senhor, que eu me entregue sempre a Ti e aos outros, sem medo, numa disponibilidade total do meu ser.

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