TEMPO COMUM - 2022
As leituras de hoje despertam em nós sentimentos de gratidão: pelo dom da
vida, pela família que o Senhor nos deu; pela Igreja; pelo dom da Eucaristia;
pelo dom da fé; por…, por… Esta é uma lista sem fim, sempre dinâmica, sempre
incompleta, sempre num devir, porque, são contínuas as razões que temos para
agradecer, para entregar, para amar. Quando, na nossa vida, no concreto de cada
dia, nas várias situações, mais dramáticas, ou mais felizes, nos encontramos
com Deus, nos deixamos abraçar, levar ao colo por Jesus, então aí o nosso muito
obrigado sai espontaneamente, o nosso coração louva o Senhor e agradece,
consciente e profundamente, todas as maravilhas que o Senhor vai fazendo, ainda
hoje, connosco e com aquele(s), ou aquela(s) que colocou nos nossos caminhos. Meu
Senhor e meu Deus, bendito e louvado sejas
hoje e sempre, pelos séculos sem fim, porque nos ama infinitamente, a todos e a
cada um em particular, e Te abres sempre, mas sempre mesmo, a todo aquele que Te
procura e de Ti se acerca, sobretudo quando está doente, fragilizado, ou é
posto à margem, ou excluído.
Na 1ª leitura (2 Reis 5, 14-17) é com o coração cheio de alegria que nos associamos à cura de Naamã,
porque, não sendo israelita, mas sírio, depois de mergulhar 7 vezes, tal como o
profeta Eliseu lhe dissera para fazer, vê o seu corpo completamente limpo da lepra que o consumia. E, o “milagre” acontece quando nos
deixamos habitar por Deus e fazemos o que Ele nos pede. Só podemos
agradecer e cantar louvores ao nosso Deus, porque confia em nós, ou melhor
ainda, ama-nos perdidamente, respeita as nossas dificuldades e o nosso tempo de
reação, nunca desistindo de nós, em nenhuma situação. Pelo contrário, é Ele
quem nos procura constantemente, pelos montes e vales da vida, como fez com
Naamã.
“Naqueles dias, o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí mergulhou sete
vezes, como lhe mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carne tornou-se tenra
como a de uma criança e ficou purificado da lepra. Naamã foi ter novamente com
o homem de Deus, acompanhado de toda a sua comitiva. Ao chegar diante dele,
exclamou: «Agora reconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de
Israel. Peço-te que aceites um presente deste teu servo». Eliseu respondeu-lhe:
«Pela vida do Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E apesar das insistências,
ele recusou. Disse então Naamã: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a
este teu servo uma porção de terra para um altar, tanto quanto possa carregar
uma parelha de mulas, porque o teu servo nunca mais há de oferecer holocausto
ou sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».”
Na 2ªleitura (2 Tim 2, 8-13) S. Paulo, como sempre, fala do que vive. Neste texto sagrado, encontramo-lo na prisão, a dar testemunho da sua fé, que é de uma profundidade tão intensa que nos desinstala e questiona. Termina deixando-nos a garantia de que o amor de Deus, por cada um de nós, é para sempre: Deus é Amor e só sabe amar, só sabe dar-Se. Deixemo-nos amar por Ele, para que os outros, que contactam connosco de uma forma mais próxima, ou mais distante, a quem quer chegar através de nós, também O possam conhecer e amar.
“Caríssimo: Lembra-te de que
Jesus Cristo, descendente de David, ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho,
pelo qual eu sofro, até ao ponto de estar preso a estas cadeias como um
malfeitor. Mas a palavra de Deus não está encadeada. Por isso, tudo suporto por
causa dos eleitos, para que obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com a
glória eterna. É digna de fé esta palavra: Se morremos com Cristo, também com
Ele viveremos; se sofremos com Cristo, também com Ele reinaremos; se O
negarmos, também Ele nos negará; se Lhe formos infiéis, Ele permanece fiel,
porque não pode negar-Se a Si mesmo.”
No evangelho (Lc 17, 11-19) vemos como Jesus não passa sem se deter perante o sofrimento daqueles homens. Atende e responde à súplica dos dez leprosos. Esta é a nossa certeza, Jesus nunca é indiferente ao sofrimento, à dor humana. Vem sempre em nosso auxílio. Façamos como o leproso que voltou atrás a agradecer.
“Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava
entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro
dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre,
tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos
sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao
ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de
rosto em terra aos pés de Jesus, para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus,
tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os
outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este
estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te
salvou».”
Obrigada Senhor.
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