Ano C - 2021
Advento passo a passo -1
Ao procurar uma ajuda para a reflexão/oração em cada dia do Advento, encontrei no site https://ignatiana.blog/ran-2021-0/uma proposta para um “Retiro do Advento e Natal – 2021”. Não seguindo tudo o que é proposto, vou-me apoiar nos subsídios que ali são fornecidos para cada dia.
Procurei também ajuda no site www.aliturgia.com
1º dia - 28/11/2021
Lc 21,25-28.34-36
Que o Senhor nos ajude a estarmos sempre vigilantes!
A primeira das semanas do Advento está centralizada na
vinda do Senhor no final dos tempos. A liturgia convida-nos a estar em vigília,
mantendo uma atitude especial de conversão.
O evangelho de Lucas descreve, de maneira metafórica,
os acontecimentos que precederiam a segunda vinda de Jesus. Por causa disto, Lucas convida todos os irmãos e irmãs a manterem-se
fiéis e vigilantes para, de pé, receberem o Filho do Homem.
O texto do evangelho do primeiro domingo trata da
libertação que chega. Nos versículos anteriores, Lucas falava-nos da chegada a
Jerusalém (21, 20-23). Agora, alude à segunda vinda de Jesus, quer dizer, ao
que chamamos de parusia. O discurso de Jesus é apocalíptico e adaptado à
cultura de seu tempo (apocalipse não significa catástrofe, como somos levados a
pensar, mas revelação), e é preciso reler os sinais do mundo natural no
terreno da história, que é o lugar em que o Espírito se manifesta. A segunda
vinda do Senhor revelará a história a si mesma. A verdade que estava oculta
aparecerá em plena luz. Todos chegaremos a conhecermo-nos melhor (1Cor 13,
12b).
Existem em nós a angústia, o medo e o espanto, não
causados pelos “sinais no sol, na lua e nas estrelas”. As nossas angústias e
inseguranças são motivadas mais pelas crises económicas, pelos conflitos
sociais, pelo abuso do poder, pela falta de pão e de trabalho, pela frustração…
por tantas estruturas injustas, que só poderão ser removidas pela mudança
– do amor de Deus e sua justiça – no coração do ser humano.
A mensagem de Jesus não nos livra dos problemas e da insegurança, pelo contrário, ensina-nos como os podemos enfrentar. O discípulo de Jesus tem os mesmos motivos de angústia que o não-crente, mas ser cristão consiste numa atitude e numa reação diferente: a atitude de esperança que mantém a nossa fé nas promessas do Deus libertador e que nos permite descobrir os passos deste Deus no drama da história. A atitude de vigilância a que nos leva o Advento, é a de ficarmos alerta para descobrir “Cristo que vem” nas situações atuais e a enfrentá-las como processo necessário de uma libertação total que passa pela cruz.
Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ
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