Dia Mundial das Missões: Papa desafia Igreja a missão de «compaixão» para o pós-pandemia
Out 23,
2021 - 6:09
Celebração
anual marcada pela crise da Covid-19 e suas consequências
Cidade do
Vaticano, 23 out 2021 (Ecclesia) – A Igreja Católica assinala este domingo o
Dia Mundial das Missões, celebração anual que em 2021 é marcada pela atual
pandemia de Covid-19 e as suas consequências.
“Neste
tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e
a apatia em nome dum sadio distanciamento social, é urgente a missão da
compaixão, capaz de fazer da distância necessária um lugar de encontro, cuidado
e promoção”, escreve Francisco, no texto que vai orientar as celebrações nas
comunidades católicas.
A
mensagem tem como título ‘Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos’,
uma passagem do livro dos Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento, e evoca o
exemplo de superação das primeiras comunidades cristãs.
“O mesmo
se passa connosco: o momento histórico atual também não é fácil. A situação da
pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as
injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças
e as fragmentações e polarizações que nos dilaceram silenciosamente”, indica o
Papa.
Os mais
frágeis e vulneráveis sentiram ainda mais a sua vulnerabilidade e fragilidade.
Experimentamos o desânimo, a deceção, o cansaço; e até a amargura conformista,
que tira a esperança, se apoderou do nosso olhar”.
Francisco pede “missionários da esperança”
face à crise provocada pela Covid-19, reforçando a convicção de que “ninguém se
salva sozinho”.
“Ninguém
é estranho, ninguém pode sentir-se estranho ou afastado deste amor de
compaixão”, acrescenta.
O Papa
defende a necessidade de cuidar da “fragilidade”, num momento de particular
sofrimento.
“A missão
evangelizadora da Igreja exprime a sua valência integral e pública na
transformação do mundo e na salvaguarda da criação”, aponta.
O Dia
Mundial das Missões Celebra-se no penúltimo domingo de outubro (24 de outubro,
em 2021).
Francisco
convida a recordar, “com gratidão, todas as pessoas cujo testemunho de vida
ajuda a renovar o compromisso batismal de ser apóstolos generosos e jubilosos
do Evangelho”.
“Viver a
missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com
Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o
seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos
missionários”, conclui.
Já na sua
intenção de oração para outubro, o tradicional “mês missionário” na Igreja, o
Papa desafiou os católicos a um “testemunho de vida” que anuncie a fé aos
outros.
“Rezemos para que cada batizado participe na evangelização e que cada
batizado esteja disponível para a missão através do seu testemunho de vida. E que
este testemunho de vida tenha o sabor do Evangelho”, refere Francisco, num
vídeo publicado através da Rede Mundial de Oração do Papa.
No mês em
que começou o percurso do Sínodo dos Bispos 2021-2023 e se celebra o Dia
Mundial das Missões, o Papa pede que os batizados sejam “discípulos
missionários”.
“Basta estarmos disponíveis ao seu chamamento e vivermos unidos ao Senhor nas coisas mais quotidianas: no trabalho, nos encontros, nas ocupações diárias, nas casualidades de cada dia, deixando-nos sempre guiar pelo Espírito Santo”, precisa.
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