Dia Mundial do Ambiente: Papa pede ação «urgente» para travar alterações climáticas
Jun 4, 2021 - 15:27
Francisco associa-se a Década da ONU da
Restauração de Ecossistemas
Cidade do Vaticano, 04 jun 2021 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje ao Dia Mundial do Ambiente (5 de junho), que este ano marca o arranque da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas, apelando a uma ação “urgente” contra as alterações climáticas.
“Os muitos avisos que estamos a sentir,
entre os quais podemos ver a Covid-19 e o aquecimento global, estão a
pressionar-nos a tomar medidas urgentes”, referiu Francisco, numa mensagem
enviada à gala de lançamento virtual da década promovida pelas Nações Unidas.
A sessão, entre hoje e amanhã, inclui
mensagens de líderes mundiais, ativistas, celebridades e apresentações
musicais, bem como o programa do país anfitrião, Paquistão.
O texto de Francisco, apresentado pelo
secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, sublinha que o Dia
Mundial do Ambiente convida a lembrar que “tudo está interligado”.
A data, indica o Papa, tem este ano um
“significado especial”, por marcar a a Década das Nações Unidas para a
Restauração dos Ecossistemas.
“Esta década convida-nos a fazer
compromissos de dez anos com o objetivo de cuidar de nossa casa comum, apoiando
e intensificando os esforços para prevenir, deter e reverter a degradação dos
ecossistemas em todo o mundo”, refere.
A atual situação
ambiental exige que atuemos agora, com urgência, para nos tornarmos cada vez
mais guardiões responsáveis da criação e restaurar a natureza que temos
destruído e explorado há demasiado tempo”.
Francisco alerta para o risco de
“inundações, fome e graves consequências” para o presente e as gerações
futuras.
A mensagem sustenta
que a degradação dos ecossistemas é “um resultado claro da disfunção
económica”.
“Precisamos de cuidar uns dos outros e dos
mais fracos entre nós. Continuar neste caminho de exploração e destruição – de
humanos e da natureza – é injusto e imprudente”, sustenta o pontífice.
A intervenção deixa votos de que a COP26,
que vai decorrer em Glasgow no mês de novembro, ajude a “dar as respostas
certas para restaurar os ecossistemas, tanto por meio de uma ação climática
reforçada quanto do aumento da consciencialização”.
“Vemos crises atrás de crises. Vemos a
destruição da natureza, bem como uma pandemia global que leva à morte de
milhões de pessoas. Vemos as consequências injustas de alguns aspetos dos
nossos sistemas económicos atuais e inúmeras crises climáticas catastróficas,
que produzem graves efeitos nas sociedades humanas e até mesmo a extinção em
massa de espécies”, adverte o Papa.
Francisco diz que “ainda há esperança”,
sendo preciso atuar nos próximos dez anos, o período desta década da ONU, para
“restaurar os ecossistemas” e a relação dos seres humanos com a natureza.
“Restaurar a natureza que danificamos
significa, em primeiro lugar, restaurar-nos a nós mesmos. Ao darmos as
boas-vindas a esta Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas,
sejamos compassivos, criativos e corajosos. Que possamos ocupar o nosso devido
lugar como a geração da restauração”, conclui.
OC
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