sábado, 12 de junho de 2021

XI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Hoje é dia de S.António e em Portugal, como aliás no mundo inteiro, há um carinho, uma ternura e uma devoção imensos por este santo, que importa celebrar para procurarmos fazer como ele: entregarmo-nos na totalidade do nosso ser, de coração e alma, a Deus e partilhar tudo o que somos e temos com o nosso próximo.  

S. António nasceu em Lisboa, em 1195. No batismo, recebeu o nome de Fernando. Em 1210 entrou para os Cónegos Regulares de S. Agostinho, no mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Dois anos depois, desejando uma vida mais recolhida, transferiu-se para o Mosteiro de S. Cruz, em Coimbra. Ordenado sacerdote, em 1220, ao ver os restos mortais dos primeiros mártires franciscanos, mortos em Marrocos, sentiu um novo apelo vocacional e mudou-se para a Ordem dos Frades Menores, tomando o nome de António. Em 1221 participou no “Capítulo das Esteiras”, junto à Porciúncula, e viu Francisco de Assis. Depois de alguns anos no escondimento e na oração, começou a pregar com grande sucesso e frutos. Converteu hereges em Itália e em França. Morreu, ainda muito novo, perto de Pádua, onde foi sepultado. No dia do Pentecostes de 1232, um ano depois da sua morte, foi canonizado pelo Papa Gregório IX. 

As leituras deste domingo despertam-nos para a necessidade de confiarmos plenamente na presença de Deus em nós. Ainda que a semente seja minúscula, se a deitarmos à terra e a rodearmos dos cuidados necessários, Deus fará com que frutifique. Os frutos não nos pertencem, mas sim ao Senhor da seara. Façamos a nossa parte, depois descansemos e confiemos n’Aquele que é todo Amor, Deus, pois Ele fará sempre o que é melhor para todos e cada um dos Seus filhos, que Ele ama infinitamente.


Na 1ªleitura (Ez 17, 22-24) , Deus anuncia-nos, através do profeta Ezequiel, a vinda do Seu Único Filho, em quem somos convidados a confiar totalmente. E, como sempre, Deus cumpriu a Sua promessa e Jesus veio e continua, ainda hoje (e para sempre), no meio de nós, habita cada coração sincero que se lhe entrega sem reservas. Ele nunca nos deixa sós, se O desejarmos realmente. Se queremos ser verdadeiramente amados, arrisquemos, não temos nada a perder! 

“Eis o que diz o Senhor Deus: «Do cimo do cedro frondoso, dos seus ramos mais altos, Eu próprio arrancarei um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto. Na excelsa montanha de Israel o plantarei e ele lançará ramos e dará frutos e tornar-se-á um cedro majestoso. Nele farão ninho todas as aves, toda a espécie de pássaros habitará à sombra dos seus ramos. E todas as árvores do campo hão de saber que Eu sou o Senhor; humilho a árvore elevada e elevo a árvore modesta, faço secar a árvore verde e reverdeço a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço».” 


Na 2ªleitura (2 Cor 5, 6-10) S.Paulo, que todo se entregou ao Senhor, de alma e coração, mostra-nos que, ainda que preferisse ver, no imediato, Deus face a face, põe em primeiro lugar fazer a vontade de Deus e assim continua a sua missão de nos anunciar Deus Amor, vivo e ressuscitado no meio de nós. Aprendamos, deste grande homem, e de tantos outros santos, como por exemplo, Santo António, a confiar totalmente no Amor infinito de Deus, por cada um de nós. 

Irmãos: Nós estamos sempre cheios de confiança, sabendo que, enquanto habitarmos neste corpo, vivemos como exilados, longe do Senhor, pois caminhamos à luz da fé e não da visão clara. E com esta confiança, preferíamos exilar-nos do corpo, para irmos habitar junto do Senhor. Por isso nos empenhamos em ser-Lhe agradáveis, quer continuemos a habitar no corpo, quer tenhamos de sair dele. Todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que receba cada qual o que tiver merecido, enquanto esteve no corpo, quer o bem, quer o mal.”


No Evangelho (Mc 4, 26-34) é o próprio Jesus que nos explica, por parábolas, o que é o Reino de Deus e como devemos fazer a nossa parte, semeando, plantado e cuidando da semente, mas confiando sempre no Senhor e deixando Deus ser Deus. Só Ele, que nos ama muito para além do que possamos imaginar, é o Senhor da Vida, só Ele tudo pode, só Ele é o princípio e o fim de todas as coisas, por isso o que é que arriscamos ao descansar n’Ele? Repousemos a nossa cabeça no Seu peito e entreguemo-nos de coração. Deixemos que nos estreite nos Seus braços e nos ame.

“Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita». Jesus dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar? É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra; mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra». Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender. E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.”

Senhor, que eu faça a minha parte e nunca, mas nunca mesmo, duvide do Teu Amor.

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