sábado, 19 de junho de 2021

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Hoje, o Senhor desafia-nos a ter uma fé verdadeira em Deus e, ao mesmo tempo, impele-nos a passar para a outra margem, a confiar-Lhe a navegação da “barca”, que é a nossa vida. Pede-nos que caminhemos, que nos “façamos ao mar”, junto de todos os que coloca nos nossos caminhos. E, quando a tormenta for grande, deixemos que Ele, que venceu a morte, por nosso amor, acalme os nossos medos, angústias e sofrimentos e nos leve à outra margem, aos que precisam de O conhecer através de nós. Confiemos no Único que nunca nos abandona, como Ele nos ensinou a confiar no Pai.

Na 1ªleitura (Job 38, 1.8-11) escutamos a resposta de Deus às perguntas de Job, que duramente provado na sua fé, põe em dúvida a justiça e o silêncio divinos. É no meio do silêncio, fruto da oração e da comunhão com Deus, que, também como Job, podemos escutar a resposta de Deus às nossas “revoltas”, medos e sofrimentos. Afinal, Ele é o Senhor da Criação, tem o poder sobre todos os elementos, até sobre o mar… e, mais importante ainda, hoje, em Jesus ressuscitado, temos a certeza que, para lá de tudo o que não entendemos, está sempre o Amor infinito de Deus, por cada um de nós.

“O Senhor respondeu a Job do meio da tempestade, dizendo: «Quem encerrou o mar entre dois batentes, quando ele irrompeu do seio do abismo, quando Eu o revesti de neblina e o envolvi com uma nuvem sombria, quando lhe fixei limites e lhe tranquei portas e ferrolhos? E disse-lhe: ‘Chegarás até aqui e não irás mais além, aqui se quebrará a altivez das tuas vagas’».”

Na 2ªleitura (2 Cor 5, 14-17) S.Paulo é muito claro quando nos diz que em Jesus Cristo tudo foi renovado, por isso, a partir do nosso batismo, n’Ele  passamos a ser novas criaturas. Deixemo-nos habitar e transformar por Ele.

“Irmãos: O amor de Cristo nos impele, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram. Cristo morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles. Assim, daqui em diante, já não conhecemos ninguém segundo a carne. Ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, agora já não O conhecemos assim. Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram: tudo foi renovado.”


No Evangelho (Mc 4, 35-41) Marcos leva-nos a contemplar Jesus em duas situações diferentes: numa está a descansar, com a cabeça reclinada numa almofada, tranquilo, confiante, entregue ao Pai; na outra a dominar o vento e a tempestade. O que é que liga estes dois momentos tão diferentes? O pedido de ajuda dos seus discípulos. Ele esteve e está sempre presente, nunca nos deixa sós. Façamos como os discípulos, no meio das dúvidas, dos medos, das incertezas e angústias, das nossas tempestades, nestes tempos de pandemia, recorramos ao Único que está sempre connosco, Jesus Cristo ressuscitado, que deu a vida por cada um de nós. Esta é a certeza da fé que professamos. Nunca duvidemos do Amor infinito de Deus por todos e cada um de nós.

“Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago». Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações. Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água. Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?». Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança. Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?». Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».”

Senhor, entrego-Te toda a humanidade a braços com esta pandemia, que parece nunca mais ter fim. Sem Ti perdemo-nos, andamos à deriva. Ajuda-nos. Tem compaixão de nós, Senhor!

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