“Que o seu exemplo, como também o do rei Davi – dois homens que viveram a profecia e que souberam indicar onde estava o verdadeiro Deus - , sejam um estímulo para a nossa vida, para que busquemos a amizade de Deus através da oração e que o nosso exemplo possa ajudar a levar Deus aos homens e os homens a Deus.”
Papa Francisco -24/06/2020
Hoje a Igreja
celebra a natividade de São João Baptista
«A
Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. De entre os
nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente»,
explicou o Bispo Santo Agostinho (354-430) nos seus sermões nos primeiros
séculos do cristianismo, sobre a natividade de São João Batista, que é
celebrada neste dia 24 de junho.
“João
apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o
novo. O próprio Senhor apresenta-o como limite, quando diz: A lei e os profetas até
João Batista”, acrescentou o Santo Doutor da Igreja.
São
João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo. No primeiro capítulo de
Lucas narra-se que Zacarias era um sacerdote judeu casado com Santa Isabel, que não tinham filhos, porque ela era estéril. Tendo já uma idade muito
avançada, o anjo Gabriel apareceu a Zacarias e anunciou-lhe que a sua esposa teria um
filho que seria o precursor do Messias, a quem dariam o nome de João. Zacarias
duvidou desta notícia e então, Gabriel disse-lhe que ficaria mudo até que tudo fosse
cumprido.
Meses
depois, quando Maria recebeu o anúncio de que seria a Mãe do Salvador, a Virgem
foi visitar a sua prima Isabel e permaneceu junto dela, ajudando-a até ao nascimento de São João.
Assim,
como o nascimento do Senhor é celebrado todos os anos no dia 25 de dezembro, perto do solstício
de inverno no hemisfério norte (o dia mais curto do ano), o nascimento de São
João é no dia 24 de junho, próximo do solstício de verão no hemisfério norte (o dia
mais longo). Dessa forma, depois de Jesus, os dias vão aumentando, e depois de
João, os dias vão diminuindo, até que se volte “a nascer o sol”.
A
Igreja assinalou essas datas no século IV, com a finalidade de estas se
sobreporem às duas festas importantes do calendário greco-romano: o “dia do
sol” (25 de dezembro) e o “dia de Diana” no verão, cuja festa comemorava a
fertilidade. O martírio de São João Batista é comemorado no dia 29 de agosto.
O
Profeta do Altíssimo
No dia 24 de junho de 2012, por ocasião desta festa, o Papa Bento XVI afirmou que o
exemplo de São João Batista chama os cristãos a “convertermo-nos, a testemunhar
Cristo e a anunciá-lo em todo o tempo”.
Nas suas palavras, prévias à oração mariana do Ângelus, recordou a vida de São João
Batista e indicou que “com exceção da Virgem Maria, João Batista é o único
santo do qual a liturgia festeja o nascimento, e isto porque ele está
estreitamente relacionado com o mistério da Encarnação do Filho de Deus”.
“Desde
o seio materno João é o precursor de Jesus: a sua concepção prodigiosa é
anunciada pelo Anjo a Maria como sinal de que ‘nada é impossível a Deus’”.
Bento
XVI recordou que o “pai de João, Zacarias — marido de Isabel, parente de Maria
— era sacerdote do culto judaico. Ele não acreditou imediatamente no anúncio de
uma paternidade já inesperada, e por isso ficou mudo até ao dia da circuncisão
do menino, ao qual ele e a esposa deram o nome indicado por Deus, ou seja,
João, que significa ‘o Senhor concede graças’”.
“Animado
pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do filho: ‘E tu, menino,
serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás adiante do Senhor a preparar os
seus caminhos. Para dar a conhecer ao Seu povo a Sua salvação pela remissão dos
pecados’”.
Ele
explicou que “tudo isso se manifestou 30 anos depois, quando João começou a
batizar no rio Jordão, chamando as pessoas para se preparar, com aquele gesto
de penitência, à eminente vinda do Messias, que Deus lhe havia revelado durante a sua permanência no deserto da Judeia”.
“Quando
um dia veio de Nazaré o próprio Jesus para se fazer batizar, João inicialmente
recusou-se, mas depois consentiu, e viu o Espírito Santo pairar sobre Jesus e
ouviu a voz do Pai celeste que O proclamava Seu Filho”.
O
Santo Padre explicou que a missão de São João Batista ainda não estava
cumprida, porque “pouco tempo mais tarde, foi-lhe pedido que precedesse Jesus
também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei Herodes, e assim
deu pleno testemunho do Cordeiro de Deus, que Batista foi o primeiro a reconhecer e
a indicar publicamente”.
Bento
XVI também recordou que “a Virgem Maria ajudou a idosa prima Isabel a levar até
ao fim a gravidez de João”. “Que Nossa Senhora ajude todos a seguir Jesus Cristo, o Filho
de Deus, que S.João Batista anunciou com grande humildade e fervor profético”, disse
o então Pontífice.
Igreja de S.João Batista - Porto de Mós |
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