segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 2



O DRAMA DOS MIGRANTES

“Trataram-nos com gentileza”: este versículo dos Atos dos Apóstolos (28,2) é o tema do subsídio da Semana de Oração pela Unidade de Cristãos 2020. O texto foi redigido pelas Igrejas cristãs de Malta e Gozo.


Abraçadas pela providência de Deus

O episódio do naufrágio “repropõe o drama da humanidade diante do terrificante poder dos elementos da natureza”, e a capacidade de Paulo de se elevar “como um farol de paz no tumulto”, porque “ele sabe que a sua vida está nas mãos de Deus”. O subsídio coloca em evidência que no naufrágio “pessoas diversas e em desacordo entre elas, desembarcam juntas sãs e salvas”, “abraçadas pelo amor e pela providência de Deus”.
Segundo o subsídio, a analogia com a atualidade é evidente: “Hoje muitas pessoas enfrentam os mesmos perigos no mesmo mar. Os mesmos lugares citados nas Escrituras caracterizam as histórias dos migrantes de hoje. Em várias partes do mundo, muitas pessoas enfrentam viagens perigosas, por terra e pelo mar, para fugir de desastres naturais, guerras e pobreza. Também para eles, são vidas à mercê de forças imensas e altamente indiferentes, não só naturais, mas também políticas, económicas e humanas”.

Indiferença e acolhimento

“Somos coniventes com as forças indiferentes ou acolhemos com humanidade, tornando-nos assim testemunhas da amorosa providência de Deus para com cada pessoa? É a pergunta colocada, enquanto se reitera que “a hospitalidade é uma virtude altamente necessária na busca da unidade entre cristãos”.
Durante a Semana de Oração, que se celebra todos os anos de 18 a 25 de janeiro (no Brasil é celebrada entre a Ascensão e Pentecostes), serão aprofundados oito temas, um por dia: reconciliação, luz, esperança, confiança, força, hospitalidade, conversão e generosidade. 
O subsídio repercorre a situação ecuménica das ilhas de Malta e Gozo: “Embora a população atual, de cerca de 430 mil habitantes, seja na maioria católica, há um significativo número de cristãos de outras tradições. Portanto o ecumenismo não constitui uma experiência nova para a população. A posição de Malta, encruzilhada de civilizações, religiões, comércios e migrações, fez com que os seus habitantes sejam particularmente hospitaleiros”.

Preparação dos subsídios

Hoje o Conselho Ecuménico de Malta, fundado em 1995 pelo jesuíta Maurice Eminyan, inclui representantes de várias Igrejas que se encontram, a cada dois meses, para discutir questões ecuménicas e organizar encontros de diálogo e de oração. As relações são caracterizadas por um “profundo respeito e autêntica colaboração”. Por exemplo, “a ajuda da Igreja Católica foi preciosa para encontrar lugares apropriados para as várias Igrejas ortodoxas, como aconteceu com a Igreja Católica, em Gozo, que abriu as suas portas para oferecer lugares de culto aos anglicanos e aos outros cristãos de tradição reformada”. Para além dos momentos de oração conjuntos, há outras iniciativas ecuménicas, das quais se destacam: um projeto comum de diaconia; a atividade de solidariedade com os idosos e doentes; a organização do Dia de Oração para a Criação que se celebra no 1º dia de setembro.
 “A colaboração ecuménica em vários setores foi um válido instrumento para promover a causa da unidade dos cristãos em Malta – conclui o subsídio – o clima ecuménico que se respira é muito positivo, e Malta pode representar um microcosmo de diálogo ecuménico relevante também a nível internacional”.

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