sábado, 21 de janeiro de 2023

 Domingo III do Tempo Comum - 2023

DOMINGO DA PALAVRA DE DEUS

No dia 30 setembro de 2019, o papa Francisco convidou-nos a refletir mais profundamente, no III Domingo do Tempo Comum, na graça imensa que nos é dada, como alimento, em cada Eucaristia, que é a escuta da Palavra de Deus. Em boa hora o fez! Depois do Concílio Vaticano II passámos a poder ouvir Deus falar-nos no nosso próprio idioma e assim, a partir daí, as escrituras tornaram-se palavra viva, escutada e partilhada por todos os que Lhe abram o coração. Sim, ninguém mais pode dizer que só os que dominam o grego, ou o latim, ou o aramaico (…) é que podem escutar as cartas de Amor de Deus, que Jesus nos vai revelando. E assim, a Palavra proclamada, em cada Eucaristia, é um momento único de comunhão de Deus com cada um que O escuta e faz, desse encontro íntimo, caminho, estrada, para em e com Jesus, ir comunicando, transmitindo o Amor que Ele é. Mais ainda, mesmo no local mais recôndito, sós, ou acompanhados, podemos sempre meditar e gravar no mais profundo do nosso ser, a Tua Palavra. Obrigada Senhor pelas Tuas maravilhas.

 

Na 1ªleitura (Is 8, 23b – 9, 3 (9, 1-4)) Isaías situa-nos, não na cidade mais importante de Israel, mas na Galileia dos gentios. É aí, numa terra humilhada e esquecida do Norte, que a Luz brilha, resplandece e traz a alegria e a esperança aos oprimidos, aos desiludidos e aos desencantados da vida. Seja qual for a situação em que nos encontremos, Isaías transmite-nos, na leitura de hoje, que o Senhor está sempre connosco, que a Sua Luz nos ilumina e o Seu Amor nos alimenta, transforma e liberta a nós e a todos aqueles a quem quer chegar através do nosso testemunho de vida.

“Assim como no tempo passado foi humilhada a terra de Zabulão e de Neftali, também no futuro será coberto de glória o caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor.”

Na 2ªleitura (1 Cor 1, 10-13.17) S.Paulo exorta-nos a viver em unidade com todos os cristãos, num único e mesmo Senhor - Jesus Cristo. Pelos vistos, desde o início houve divisões, mas a verdade é que só Cristo, o Filho de Deus, é que deu a Sua vida por cada um de nós e nos reconquistou para Deus Pai. Se, só um é o Nosso Senhor, o nosso Deus, porquê tanta divisão e contenda? Que Deus tenha compaixão de nós e nos santifique.

 “Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Batismo? Na verdade, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a cruz de Cristo.”

No evangelho de hoje (Mt 4, 12-23) Jesus inicia a Sua vida pública, na Galileia, ao saber que João Batista tinha sido preso. E fá-lo dando continuidade ao que o precursor tinha iniciado, apelando a uma conversão de coração e ao arrependimento. É nesta fase inicial da Sua vida  pública, que Jesus chama os seus colaboradores diretos. O que mais me impressiona é a forma como o Senhor Jesus olha para cada um dos apóstolos e os chama. Jesus vê para além do homem, reconhece quem tem na frente, estabelece uma comunhão com o indivíduo e chama cada um. Ele sabe quem é cada um dos que chama a colaborar na nova evangelização. E eles aderem à proposta que lhes é feita. Deus continua a chamar…Peçamos ao Senhor por todos aqueles a quem Ele já chamou, mas também por aqueles a quem ainda vai convidar. Que Jesus seja a única força de todos.

Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus». Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O. Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.”

Senhor, que sejas sempre o único Amor da minha vida.

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