sábado, 26 de novembro de 2022

Ano A - 2022

Advento passo a passo -1 


1º dia - 27/11/2023

Mt 24,37-44 

Que o Senhor nos ajude a estarmos sempre vigilantes!

Ao iniciarmos um novo ano litúrgico - Ano A - entramos num tempo novo, que é de espera vigilante e que conhecemos como Advento.  E o que é "O Advento" ? 

"Hoje começamos o caminho do Advento, que culminará no Natal. O Advento é o tempo que nos é concedido para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro,mas também para verificar o nosso desejo de Deus, para olharmos em frente e nos prepararmos para o regresso de Cristo. Ele voltará até nós na festa do Natal, quando fizermos memória da sua vinda histórica na humildade da condição humana; mas vem dentro de nós todas as vezes que estamos dispostos a recebê-l'O, e virá de novo no fim dos tempos para «julgar os vivos e os mortos». Por isso, devemos estar vigilantes e esperar o Senhor com a expetativa de o encontrar. A liturgia hodierna introduz-nos precisamente neste tema sugestivo da vigilância e da expetativa.

No Evangelho (cf. Mc 13, 33-37) Jesus exorta a prestar atenção e a vigiar, a fim de estarmos prontos para O acolher no momento do regresso. Diz-nos: «Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo [...]; vigiai, para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo» (vv. 33-36).

A pessoa atenta é a que, no meio do barulho do mundo, não se deixa tomar pela distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação voltada antes de tudo para os outros. Com esta atitude percebemos as lágrimas e as necessidades do próximo e podemos dar-nos conta também das suas capacidades e qualidades humanas e espirituais. A pessoa atenta também se preocupa com o mundo, procurando contrastar a indiferença e a crueldade nele presentes, e alegrando-se pelos tesouros de beleza que contudo existem e devem ser preservados. Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer quer as misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, quer a riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o Senhor.

pessoa vigilante é a que aceita o convite a vigiar, ou seja, a não se deixar dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de esperança, da desilusão; e ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas vaidades de que o mundo está cheio e atrás das quais, por vezes, se sacrificam tempo e serenidade pessoal e familiar. É a experiência dolorosa do povo de Israel, narrada pelo profeta Isaías: Deus parecia ter deixado desviar para longe dos seus caminhos o seu povo (cf. 63, 17), mas este era um efeito da infidelidade do próprio povo (cf. 64, 4b). Também nós encontramo-nos frequentemente nesta situação de infidelidade ao chamamento do Senhor: Ele indica-nos o caminho bom, o caminho da fé, o caminho do amor, mas nós procuramos a nossa felicidade noutro lugar.

Estar atentos e vigilantes são os pressupostos para não continuarmos a “desviarmo-nos para longe dos caminhos do Senhor”, perdidos nos nossos pecados e nas nossa infidelidades; estarmos atentos e sermos vigilantes são as condições para permitir que Deus irrompa na nossa existência, para lhe restituir significado e valor com a sua presença cheia de bondade e ternura. Maria Santíssima, modelo na expetativa de Deus e ícone da vigilância, nos guie ao encontro do filho Jesus, revigorando o nosso amor por Ele.

Papa Francisco

(Angelus  3 de dezembro de 2017)


Na 1ª leitura (Is 2,1-5), Isaías fala-nos dos dias vindouros. Aqui podemos vislumbrar a primeira vinda de Jesus Cristo, na encarnação e mistério pascal, na vinda sacramental, especialmente na Eucaristia, ou na vinda final, quando instaurar todas as coisas, consumando toda a realidade. Para uma ou outra vinda, cabe-nos viver, amar e servir. Só tem medo (doentio) quem não vive, quem não procurar dar o melhor de si, procurando concretizar os desígnios do Senhor. Não é a desgraça que se anuncia, nem o fim como termo e destruição, mas o encontro com o Senhor e a descoberta da paz e da harmonia, da justiça e fraternidade.

Pe. Manuel Gonçalves

(Caritas in Veritate)

"Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém: Sucederá, nos dias que hão de vir, que o monte do templo do Senhor se há de erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão todas as nações e muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas. De Sião há de vir a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor». Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor."

São Paulo na 2ª leitura (Rom 13, 11-14) desafia-nos a viver o presente como dádiva e como compromisso, acolhendo o reino de Deus e procurando viver, transparecer e testemunhar Jesus Cristo. São horas, diz-nos o apóstolo, de nos levantarmos do sono. É preciso ter aquela pressa com que Maria leva Jesus a casa e à família de sua parenta Isabel. Maria envolve-nos nesta pressa, nesta decisão de ir, de se levantar e partir, com firmeza e leveza, com alegria. A vida e a missão de Maria, são também a vida e a missão do cristão. Apressemo-nos.

Pe. Manuel Gonçalves

(Caritas in Veritate)

"Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e ciúmes; não vos preocupeis com a natureza carnal para satisfazer os seus apetites, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo."

No Evangelho de hoje (Mt 24, 37-44), Jesus revisita a vida no tempo de Noé, nos dias que precederam o dilúvio, como parábola ou exemplo do que sucederá na vinda do Filho do homem. Numa linguagem muito concreta, Jesus fala desse DIA que está para vir. Atenção, nesta como em outras passagens, Jesus não anuncia um desfecho catastrófico, mas sobretudo um dia, um tempo, uma oportunidade que pode ser aguardada, esperada e preparada, ou mesmo antecipada. Não sabendo o dia, não precisamos de ter medo, tão somente precisamos de viver, de gastar as fichas todas, dando o melhor de nós mesmos, em prol dos outros e na construção de um mundo justo, fraterno e pacífico, solidário e saudável. 

Pe. Manuel Gonçalves

(Caritas in Veritate)

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.”

Maria, Mãe Santíssima, guia-me nesta caminhada ao encontro do Teu Filho, Jesus.

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