Ano C -2022
DOMINGO VIII DO TEMPO COMUM
Os textos deste domingo, o último antes do início da Quaresma, situam-nos
na verdade que nos habita o coração e, ao mesmo tempo, na palavra que sai da
nossa boca. Assim, hoje, as leituras transportam-nos para o que, por vezes, se
diz: “As palavras são o espelho da alma”
Na 1ªleitura (Sir 27, 5-8 (gr. 4-7)) o autor sagrado alerta-nos para o facto de as nossas palavras e os nossos
pensamentos refletirem os nossos sentimentos, quem verdadeiramente somos. Escutemos
o que dizemos e perceberemos por onde andamos!
“Quando agitamos o crivo, só ficam impurezas: assim os defeitos do homem
aparecem nas suas palavras. O forno prova os vasos do oleiro e o homem é posto
à prova pelos seus pensamentos. O fruto da árvore manifesta a qualidade do
campo: assim as palavras do homem revelam os seus sentimentos. Não elogies
ninguém antes de ele falar, porque é assim que se experimentam os homens.”
Na 2 ª leitura (1 Cor 15, 54-58) , S.Paulo, numa linguagem tão linda, quanto
profunda, louva
e dá graças a Deus pela vitória de Cristo sobre a morte. Jesus ressuscitou,
venceu a morte, de uma vez para sempre. Entreguemo-nos a Jesus e deixemo-nos
amar infinitamente por Deus.
“Irmãos: Quando este nosso corpo corruptível se tornar incorruptível
e este nosso corpo mortal se tornar imortal, então se realizará a palavra da
Escritura: «A morte foi absorvida na vitória. Ó morte, onde está a tua vitória?
Ó morte, onde está o teu aguilhão?». O aguilhão da morte é o pecado e a força
do pecado é a Lei. Mas dêmos graças a Deus, que nos dá a vitória por Nosso
Senhor Jesus Cristo. Assim, caríssimos irmãos, permanecei firmes e inabaláveis,
cada vez mais diligentes na obra do Senhor, sabendo que o vosso esforço não é
inútil no Senhor.”
No Evangelho (Lc 6, 39-45) Jesus exorta-nos a olhar para o nosso
próximo com caridade, amor e humildade. Todo aquele que se deixa possuir por
Deus refletirá na sua vida sentimentos de verdade, justiça e amor. Deixemo-nos
guiar e iluminar por Deus, que seja Ele, só Ele, a habitar no mais profundo do
nosso ser. Se assim for, a nossa palavra testemunhará o amor de Deus em todas
as situações.
“Naquele tempo, disse Jesus aos
discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os
dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo
perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão
tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu
irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a
trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então
verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. Não há árvore boa que dê
mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu
fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O
homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua
maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração».”
Converte-me Senhor, para que no mais íntimo do meu ser habites Tu e só Tu.
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