SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO
da VIRGEM SANTA MARIA
8 de dezembro de 2019
Neste 2ºDomingo do Advento a igreja
convida-nos, primeiro que tudo, a contemplar o mistério de Deus em Maria, na
sua Imaculada Conceição. Para o fazer recorro às palavras de D.António Marto, que,
no dia 8 de dezembro de 2016, dizia o seguinte: “A riqueza dos dons de Deus é
para todos os discípulos de Cristo, mas realizou-se, de um modo especial em Maria,
desde logo na sua imaculada conceição. De facto, no evangelho ela é saudada
deste modo: “«Ave, cheia de graça, o
Senhor está contigo». Esta expressão tão bela, com que Maria é saudada pelo
anjo, “cheia de graça”, oferece-nos a explicação do mistério que celebramos,
pois é o nome escolhido e dado por Deus a Maria. Este nome indica que Maria é,
desde sempre, a escolhida e, por isso, a cheia da graça do amor e da santidade
de Deus, em todo o seu ser para poder acolher o dom mais precioso, Jesus, o
Filho do Deus Altíssimo, o Amor de Deus incarnado. Deus preparou-a como a toda
santa, a toda bela e pura, a imaculada, para ser morada do Salvador do Mundo,
no meio dos homens. Contemplando
assim a Imaculada Conceição, nós contemplamos simultaneamente, como num
espelho, a grandeza do amor de Deus, que vem ao nosso encontro pessoalmente,
que ama cada um com nome próprio, não em massa anónima e indistintos, e que
quer comunicar-nos o seu amor, a sua ternura e misericórdia, que é mais forte
do que todo o pecado. Podemos confiar neste amor como Maria a quem é dito “Não
temas. O Senhor está contigo”!"
Confiemos em Deus e deixemo-nos desafiar pela Igreja, que nos impele a fazer
como Maria, a dar o nosso Sim, de entrega total, ao projeto de Amor de Deus, através
da missão que dá a cada um de nós. E, para este desafio, recorro às palavras do
Pe.Nélio Pita,CM, que escreveu o seguinte: “Sim! Foi desse modo que a jovem acolheu o
projeto de Deus. «Sim», um sim para sempre. «Sim», um sim inteiro e definitivo.
O consentimento de Maria transformou o curso da história dos Homens. Antes era
uma sucessão de acontecimentos escravos do não de Eva e Adão, intervalados com
alguns «sins» muito limitados e de fraco impacto temporal.
Assim sim, vale a pena. Mas sejamos honestos, há muitos sins grávidos de nãos. «Sim, logo se vê», «se tiver tempo, não sei bem, deixa-me falar primeiro com…», «penso que sim, claro, confirmo amanhã», e a curva do sim entra em declínio, ultrapassa o «talvez», continua em queda, nada o consegue deter de tão pesado, até repousar num «não definitivo». «Desculpa, mas não foi possível… nunca pensei», dizemos quando já tínhamos tudo bem pensado.
Com a pobre de Nazaré tudo foi à primeira.
Assim sim. Um sim incondicional, cheio, pronunciado com todas as letras, em
maiúsculo. «SIM» como quem grita de alegria porque um sonho amadurecido durante
séculos torna-se realidade. «SIM» dito para dentro porque o importante é que
Deus ouça e não os homens.
E com uma avalanche de graças, motivada
por mil bênçãos, ela foi habitada pelo Mistério. O invisível forma-se
silenciosamente no ventre da jovem. Células que se dividem e multiplicam,
órgãos que crescem em segredo, no escuro de um seio puro e imaculado de uma
mulher que se alimenta da vontade de Deus.
Um coração novo começa a palpitar.
Rapidamente aprende a conhecer e a amar através do coração materno. O ritmo
acelera quando se aproxima dos aflitos e atribulados. Um coração em permanente
ação e que… no calvário, enquanto o coração materno ainda persiste,
invariavelmente puro, apesar de torturado pela loucura e a crueldade dos
homens. O sim da juventude é repetido em cada batimento. O sim exemplar, para sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário