FESTA DE TODOS OS SANTOS
Hoje é dia de
todos os santos e, por isso, sentimo-nos mais em comunhão com os que já se
encontram a contemplar Deus, face a face, fazemos festa com eles, pois como nos
diz o Papa Francisco na Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate” no nº4: “Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm connosco laços de
amor e de comunhão”.
Segundo o Papa Francisco, mas agora no nº3, da “Gaudete et Exsultate”, são os santos que
nos encorajam e acompanham na resposta que vamos dando ao chamamento que o
Senhor continua a fazer-nos no dia a dia da nossa vida: “Podemos dizer que «estamos
circundados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (...) Não devo carregar
sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos
santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me».” E continua no nº5 do mesmo documento: “Não pensemos apenas em quantos já estão beatificados
ou canonizados. O Espírito Santo derrama a santidade, por toda a parte, no
santo povo fiel de Deus, porque «aprouve a Deus salvar e santificar os homens,
não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os
em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente». O Senhor, na
história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem pertença a
um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus
atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se
estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na
dinâmica dum povo.”
Passando ao nº6 da“Gaudete
et Exsultate” diz-nos
o Papa: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam
os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de
trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a
sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade
da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade «ao pé da porta», daqueles
que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras
palavras – da «classe média da santidade»."
Primeira leitura (Ap 7,
2-4.9-14)
Eu, João,
vi um Anjo que subia do Nascente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele clamou em
alta voz aos quatro Anjos a quem foi dado o poderde causar dano à terra e ao mar: «Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às
árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus». E ouvi o
número dos que foram marcados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois
disto, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações,
tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do
Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. E clamavam em alta
voz: «A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro». Todos
os Anjos formavam círculo em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres
Vivos. Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra, e adoraram a Deus,
dizendo: «Ámen! A bênção e a glória, a sabedoria e a ação de graças, a honra, o
poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Ámen!». Um dos
Anciãos tomou a palavra e disse-me: «Esses que estão vestidos de túnicas
brancas, quem são e de onde vieram?». Eu respondi-lhe: «Meu Senhor, vós é que o
sabeis». Ele disse-me:«São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as
branquearam no sangue do Cordeiro».
No nº7 da “Gaudete
et Exsultate” o Papa Francisco diz o seguinte: "Deixemo-nos estimular pelos sinais
de santidade que o Senhor nos apresenta através dos membros mais humildes deste
povo que «participam também da função profética de Cristo, difundindo o seu
testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade». Como nos sugere Santa Teresa Benedita da
Cruz, pensemos que é através de muitos deles que se constrói a verdadeira
história: «Na noite mais escura, surgem os maiores profetas e os santos.
Todavia a corrente vivificante da vida mística permanece invisível. Certamente,
os eventos decisivos da história do mundo foram essencialmente influenciados
por almas sobre as quais nada se diz nos livros de história. E saber quais
sejam as almas a quem devemos agradecer os acontecimentos decisivos da nossa
vida pessoal, é algo que só conheceremos no dia em que tudo o que está oculto for
revelado»"
Segunda leitura (1 Jo 3, 1-3)
Caríssimos:Vede
que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo
de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos,
agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas
sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque
O veremos tal como Ele é. Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se
a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro.
Diz o Papa no nº 25 da “Gaudete et Exsultate”: "Dado que não se pode conceber Cristo sem o Reino que
Ele veio trazer, também a tua missão é inseparável da construção do Reino:
«procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça» (Mt 6, 33). A tua
identificação com Cristo e os seus desígnios requer o compromisso de
construíres, com Ele, este Reino de amor, justiça e paz para todos. O próprio
Cristo quer vivê-lo contigo em todos os esforços ou renúncias que isso implique
e também nas alegrias e na fecundidade que te proporcione. Por isso, não te
santificarás sem te entregares de corpo e alma, dando o melhor de ti neste
compromisso."
Evangelho (Mt 5,
1-12a)
"Naquele
tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os
discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Bem- aventurados os pobres em
espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram, porque serão
consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque
verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados
filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque
deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos
insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é
grande nos Céus a vossa recompensa»."
Passando ao nº14 da “Gaudete et Exsultate”, diz-nos o Papa Francisco: "Deixa que a graça do teu Batismo
frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e,
para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a
força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o
fruto do Espírito Santo na tua vida (cf. Gal 5, 22-23). Quando sentires a
tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o
Crucificado e diz-Lhe: «Senhor, sou um miserável! Mas Vós podeis realizar o
milagre de me tornar um pouco melhor». Na Igreja, santa e formada por
pecadores, encontrarás tudo o que precisas para crescer rumo à santidade. «Como
uma noiva que se adorna com as suas joias» (Is 61, 10), o Senhor cumulou-a de
dons como a Palavra, os Sacramentos, os santuários, a vida das comunidades, o
testemunho dos santos e uma beleza multiforme que deriva do amor do Senhor."
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