sábado, 23 de novembro de 2019

DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM



Eis-nos chegados ao último domingo do Ano Litúrgico C. Ao terminar, este ciclo de 3 anos, as leituras, de hoje, propõem-nos a contemplação do trono de glória do nosso Deus. Sim, o nosso rei, Jesus Cristo, como todos os reis, também tem um trono, que é a Cruz. É verdade que venceu a morte e ressuscitou, mas a Sua entrega total na Cruz, para que cada um de nós pudesse aí, na entrega infinita de Jesus ao Pai, numa comunhão sem fim, encontrar Deus Amor, faz da Cruz o Seu trono de Glória. Instrumento de escândalo para os gentios, de confusão para os incrédulos, é, para todos nós, cristãos, a árvore da vida em cujas raízes crescemos e em cujos braços nos estendemos.


Na 1ªleitura (2 Sam 5, 1-3) o profeta Samuel, ao trazer até nós a eleição do rei David e a força unificadora que ele representou para o povo de Israel,  conduz-nos, por associação, a Jesus, nosso rei e Senhor e ao que Ele significa para nós hoje, no dia a dia da vida. Efetivamente Jesus, o nosso rei e Senhor, é quem nos revela Deus Amor, no concreto da vida, nas situações que carregamos, com as quais: sofremos, ou nos alegramos;  nos perdemos, ou nos encontramos;  nos afundamos, ou ressuscitamos; nos embrulhamos, ou nos esticamos… É só  Ele que nos acompanha e nos guia sempre, de forma a encontramos, aí, em toda e qualquer situação da nossa vida, por mais complicada que nos possa parecer, na altura em que a vivenciamos, o Amor, que é Deus, que nunca, por nunca ser, nos deixa sós, ou nos abandona. Se temos dúvidas, contemplemos a Cruz de Jesus Ressuscitado, que entregou a Sua vida por cada um de nós. 
“Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne. Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’». Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei de Israel.”


Na 2ª leitura (Col 1, 12-20) S. Paulo faz uma verdadeira demonstração da sua fé em Jesus Ressuscitado. Por outro lado, podemos aprender, deste texto de S.Paulo, a louvar e a dar graças a Deus pelo Seu Amor infinito, por cada um de nós, Seus queridos filhos, no Único e muito amado Filho, de uma forma profunda, mas, ao mesmo tempo, também muito bela. Louvemos e demos graças ao nosso Deus. 
“Irmãos: Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.”


No evangelho (Lc 23, 35-43) S.Lucas transporta-nos para o momento da morte de Jesus na Cruz. Mas, mais especificamente, para o diálogo de Jesus com o bom e o mau ladrão. Ao escutar este diálogo, fiquei com uma certeza, isto é, sempre que alguém se arrepende e se entrega, de coração sincero, a Jesus, escutará estas palavras: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso». 
“Naquele tempo, os chefes dos judeus zombavam de Jesus, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo». Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus». Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más ações. Mas Ele nada praticou de condenável». E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».”


Senhor Jesus, eu creio que és o Filho de Deus, que ressuscitou dos mortos. Vem, Senhor Jesus e preenche-me por inteiro. 

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