sábado, 30 de junho de 2018

XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Das leituras da eucaristia, deste XIII Domingo do tempo comum, ressaltam, para mim, duas linhas de força essenciais: uma que nos desinstala de uma espécie de apatia (acédia) e nos impulsiona a confiar totalmente no Amor infinito de Deus, que, desde o princípio, nos criou, à Sua imagem e semelhança, para sermos felizes; a outra tem a ver com o testemunho da fé, na vida do dia a dia.

Na 1ªleitura (Sab 1, 13-15; 2, 23-24) o autor sagrado convida-nos a contemplar Deus, no seu amor infinito por cada ser vivente. Deus, sempre quis só o bem, a felicidade para cada um de nós, Seus filhos, no Filho, como diz o Santo Padre no parágrafo nº18 da sua última exortação apostólica: «o seu amor não tem limites e, uma vez doado, nunca volta atrás. Foi incondicional e permaneceu fiel. Amar assim não é fácil, porque muitas vezes somos tão frágeis; mas, precisamente para podermos amar como Ele nos amou, Cristo partilha connosco a sua própria vida ressuscitada. Desta forma, a nossa vida demonstra o Seu poder em ação, inclusive no meio da fragilidade humana». 
“Não foi Deus quem fez a morte, nem Ele Se alegra com a perdição dos vivos. Pela criação deu o ser a todas as coisas, e o que nasce no mundo destina-se ao bem. Em nada existe o veneno que mata, nem o poder da morte reina sobre a terra, porque a justiça é imortal. Deus criou o homem para ser incorruptível e fê-lo à imagem da sua própria natureza. Foi pela inveja do Diabo que a morte entrou no mundo, e experimentam-na aqueles que lhe pertencem.”


Na 2ªleitura (2 Cor 8, 7.9.13-15)  S.Paulo, depois de elogiar a comunidade de Corinto, pede-nos para sobressairmos na generosidade, à maneira de Cristo. S.Paulo, nesta leitura, trouxe-me à memória o Papa Francisco na exortação apostólica “Alegrai-vos e Exultai”, que ao citar São Boaventura, nos adverte “que a verdadeira sabedoria cristã não se deve desligar da misericórdia para com o próximo: «A maior sabedoria que pode existir consiste em dispensar frutuosamente o que se possui e que lhe foi dado precisamente para o distribuir»”
Irmãos: Já que sobressaís em tudo – na fé, na eloquência, na ciência, em toda a espécie de atenções e na caridade que vos ensinámos – deveis também sobressair nesta obra de generosidade. Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ele, que era rico, fez-Se pobre por vossa causa, para vos enriquecer pela sua pobreza. Não se trata de vos sobrecarregar para aliviar os outros, mas sim de procurar a igualdade. Nas circunstâncias presentes, aliviai com a vossa abundância a sua indigência para que um dia eles aliviem a vossa indigência com a sua abundância. E assim haverá igualdade, como está escrito: «A quem tinha colhido muito não sobrou e a quem tinha colhido pouco não faltou».


O Evangelho de hoje traz-nos dois testemunhos de fé impressionantes: Jairo e "certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos". Em Jairo pressentimos a dor lancinante de um pai, que vê a sua filha adoecer muito gravemente e, por isso, recorre a Jesus, acreditando que Ele pode salvá-la. Na mulher hemorrágica percebemos a luta, de anos e anos, na procura infrutífera de uma cura, pelo que, confiando em Jesus, sem ninguém se aperceber, toca no Seu manto, acreditando, também, que Ele pode curá-la. A fé de ambos é imensa, nem por um segundo põem em dúvida a “autoridade” de Jesus. Têm ambos a certeza de que Jesus tem o poder de curar, de salvar e, por isso, entregam-Lhe, numa confiança total, explicitamente, ou em segredo, os seus pedidos. Confiemo-nos nós também a Jesus e entreguemos-lhe tudo o que nos cansa e abate, nos angustia e deprime, nos aflige e perturba. Deixemo-nos amar por Deus, acolhamo-nos nos Seus braços e descansemos a nossa cabeça no Seu peito. 
“Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-se à beira-mar. Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Ora, certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada». No mesmo instante estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada da doença. Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’». Mas Jesus olhou em volta, para ver quem O tinha tocado. A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade. Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou». Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: «Talita Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: Levanta-te». Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.” 
Mc 5, 21-43 


Senhor, tem compaixão de mim que sou pecadora. Envia sobre mim o Teu Santo Espírito e salva-me.

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