sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO 
da VIRGEM SANTA MARIA
8 de dezembro de 2017
Neste dia, tão especial para nós, a liturgia convida-nos a contemplar Maria, como aquela que soube dizer sempre Sim ao Senhor. A Virgem Maria é o modelo do crente, de todo aquele que confia totalmente em Deus e se deixa “fazer” por Ele. Entreguemo-nos ao seu amor de Mãe e deixemos que nos leve a Jesus.


Na 1ªleitura (Gen 3, 9-15.20) escutamos como, desde sempre, a criatura quis ser superior ao Criador. Como o fruto proibido é sempre o mais apetecido! É velha esta história, mas como continua atual! Que, olhando para Maria, aprendamos a servir, a amar.


A segunda leitura é um dos mais belos hinos de louvor a Deus que podemos escutar. Só S.Paulo para nos levar a contemplar assim Deus, no Seu Amor imenso por cada um de nós. Obrigada Senhor por nos amares a este ponto, mesmo sabendo de que "massa" somos feitos.

"Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis,em caridade, na sua presença. Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adotivos, por Jesus Cristo, para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós, por seu amado Filho. Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por temos sido predestinados, segundo os desígnios d'Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade, para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo." 
Ef 1, 3-6.11-12

No evangelho inicia-se a concretização do projeto amoroso de Deus para com a Humanidade. Só o nosso Deus, Amor sem fim, podia ter encontrado esta forma única de nos ganhar para Ele.

Bendito e louvado sejas Senhor, hoje e sempre pelos séculos sem fim. Ámen! 

"Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra»." 
Lc 1, 26-38 


Algumas curiosidades sobre "Como se tornou Nossa Senhora a verdadeira Soberana de Portugal" 

O culto a Santa Maria nasceu nos primórdios da nacionalidade. Desde o início, começou com o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques (um grande devoto de Nossa Senhora), que fez várias concessões a Santa Maria Bracarense (como tributo pela ajuda recebida na formação e implantação do seu território): engrandeceu a catedral de Braga elevando-a à categoria de templo nacional, passando deste modo, Santa Maria de Braga, a ser a padroeira do território portucalense. A partir dessa altura, todos os reis da 1.ª dinastia passaram a prestara-lhe culto, como forma de agradecimento pelo auxílio prestado na manutenção da independência do novo reino.




Proclamação de Nossa Senhora como Soberana de Portugal

Também na 2.ª dinastia, iniciada com D. João, Mestre de Avis, este, na Batalha de Aljubarrota, animou e incentivou durante todo o combate, os seus companheiros de armas, em nome de Deus e da Virgem Maria.
D. Nuno Álvares Pereira, condestável do reino, por ser devotíssimo da Virgem Santa Maria, que respondeu às suas preces em Valverde, Atoleiros e Aljubarrota, mandou construir a Igreja de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa, e encomendou, para o efeito, em Inglaterra, a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quando ingressou no Convento do Carmo em Lisboa, como irmão leigo, passou a usar apenas o nome de Frei Nuno de Santa Maria.
A São Nuno de Santa Maria também se deve a renovação de uma antiga confraria de Vila Viçosa, existente pelo menos desde 1349 e, por si, consagrada a Nossa Senhora da Conceição, que ainda hoje subsiste, a “Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição”.
Mas foi após a Restauração de 1640, com D. João IV, que se verificou um grande impulso na devoção a Nossa Senhora da Conceição, por todo o país. No dia 8 de Dezembro de 1640, Frei João de S. Bernardino, ao pregar na capela real de Lisboa na presença do Duque de Bragança, agora já rei de Portugal, terminou o sermão com uma solene promessa:

“Seja assi, Senhora, seja assi; e eu vos prometo, em nome de todo este Reyno, que elle agradecido levante um tropheo a Vossa Immaculada Conceição, que vencendo os seculos, seja eterno monumento da Restauração de Portugal.”

Em 25 de Março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora a restauração da independência em relação a Espanha. Foi até à igreja de Nossa Senhora da Conceição, ofereceu a coroa portuguesa a Nossa Senhora, colocando-a a seus pés e proclamou-a Padroeira Portugal. O ato da proclamação alargou-se a todo o País, com o povo a celebrar, pelas ruas, entoando cânticos de júbilo.
Assim, se tornou Nossa Senhora a verdadeira Soberana de Portugal. Desde este dia, nunca mais rei algum português usou a coroa real na cabeça, direito que passou a pertencer apenas a Nossa Senhora. Em cerimónias solenes, a coroa passou a ser colocada em cima de uma almofada, ao lado do rei. Um facto extraordinário e único no mundo.

Em 1648 D. João IV mandou cunhar medalhas de ouro e prata que correram como moeda, em honra da Padroeira de Portugal. Estas tinham no reverso a imagem de Nossa Senhora da Conceição, coroada de sete estrelas sobre o globo e a meia-lua. Nos lados destacava-se o sol, o espelho, a casa de ouro, a arca da aliança, o porto e a fonte selada com a legenda: Tutelaris Regni. Foi, até, com duas destas moedas, em ouro, que o rei pagou, nesse ano, o tributo prometido ao Santuário de Nossa Senhora de Vila Viçosa.

Outros reis, seus sucessores, continuaram a tradição do culto de homenagem a Nossa Senhora, como foi o caso de D. João V, em 1717, que recomendou a todas as igrejas a celebração anual, com pompa e solenidade, da Festa da Imaculada Conceição. É de realçar também ainda a ação de D. João VI, que  emitiu um decreto criando a Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, ficando a Cabeça da Ordem (lugar principal) na Sua Real Capela.

Nos dias de hoje, há uma grande peregrinação anual ao Santuário de Vila Viçosa, que se celebra todos os anos a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal. O Papa João Paulo II visitou este Santuário durante a sua primeira visita a Portugal, em 14 de Maio de 1982.

ADAPTAÇÃO DE PORTUGAL GLORIOSO. Fontes; http://www.arqnet.pt/ - http://refugiodomocho.blogspot.pt/ - http://risco-continuo.blogs.sapo.pt/

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