IV DOMINGO DA QUARESMA
As leituras, deste quarto domingo da quaresma, têm em comum o apelo à reconciliação e a revelação da misericórdia de Deus Pai para connosco, seus filhos em Jesus. A reconciliação é-nos apresentada como um processo, um caminho, que se vai fazendo até ao encontro com o Amor infinito do Pai.
Na 1ª leitura (Jos 5, 9a.10-12) percebemos que Deus se reconciliou com o povo escolhido, tendo este chegado à terra prometida. Os filhos de Israel vão poder celebrar a festa da Páscoa e recolher frutos na terra de Canaã. Também nós, quando estamos reconciliados com Deus, após um caminho de conversão vivido ao longo da quaresma, poderemos celebrar a festa da Páscoa.
Com S. Paulo, na 2ª leitura somos convidados a deixarmo-nos reconciliar com Deus, a contemplar a criação renovada em Cristo. N'Ele são renovadas todas as coisas. Deixemos que esta quaresma seja um caminhada de renovação em Cristo.
«Irmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas
passaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou
consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em
Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e
confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de
Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de
Cristo: reconciliai-vos com Deus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus
identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos
justiça de Deus.»
2 Cor 5, 17-21
No evangelho (Lc 15, 1-3.11-32) Jesus revela-nos o amor imenso do Pai por cada um dos seus filhos. Vemos também como, à sua maneira, cada um dos seus filhos, no final da parábola, não é apresentado como filho. Parece que deixaram de sentir como filhos, mas o Pai continua a tratá-los sempre como filhos muito amados. Este é também um problema nosso, pois muitas vezes comportamo-nos como se não fossemos filhos infinitamente amados pelo Pai, mas Deus nunca desiste de nós. Ainda estamos longe e já o Pai nos vê e se enche de compaixão correndo a lançar-se-nos ao pescoço e cobrindo-nos de beijos. É assim que Deus nos recebe cada vez que nos afastamos.
Senhor, que eu me deixe sempre amar por Ti.
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