SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
Hoje, a Igreja canta o amor imenso de Deus por Nossa Senhora, escolhida, por Deus, como verdadeira «arca da aliança», como Aquela que continua a gerar e a oferecer Cristo Salvador à humanidade. Ao mesmo tempo, convida-nos a sermos também, cada um de nós, «arca» em que está presente a Palavra de Deus, que deve chegar a todos os que, de uma forma, ou de outra, privam, convivem connosco.
Na partilha relativa à 1ª leitura (Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab) vou recorrer a S.João Damasceno, que afirma, numa das suas famosas homilias, o seguinte: «Hoje, a santa e única Virgem é conduzida para o templo celeste… Hoje, a arca sagrada e animada do Deus Vivo, [a arca] que trouxe no seu seio o próprio Artífice, descansa no templo do Senhor, não construído por mãos humanas» (Homilia ii sobre a Dormição, 2, PG 96, 723), e continua: «Era necessário que Aquela que tinha hospedado no seu ventre o Logos divino, se transferisse para os tabernáculos do seu Filho... Era preciso que a Esposa escolhida pelo Pai, habitasse no quarto nupcial do Céu» (Ibid., 14, PG 96, 742). Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós.
“O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse. Ela teve um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».
Na 2ª leitura (1 Cor 15, 20-27) S.Paulo centra-nos no fundamento da fé que professamos: Jesus venceu a morte, está vivo no meio de nós, ressuscitou. Depois de nos relembrar que Jesus foi o primeiro a ressuscitar dos mortos, assegura que n'Ele todos ressuscitaremos, um dia. A Assunção também pré-anuncia a ressurreição de cada um de nós.
“Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte, porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés. Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido é claro que se excetua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas.”
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