Dia 18 de abril
REZEMOS PELA RESSURREIÇÃO DAS CONSCIÊNCIAS
A Igreja nasceu de uma promessa: a de
que Cristo está connosco e estará até ao fim dos tempos. No início da Igreja,
Santo Agostinho afirmou algo de inesquecível sobre esta presença de Cristo.
Para ele, a presença de Cristo não era total quando apenas presente no pão e no
vinho consagrados, mas quando aos dons consagrados se unia a comunidade reunida
em torno ao Senhor.
Desta belíssima página de teologia
podemos tirar uma conclusão: a nossa relação com Cristo não será
verdadeiramente espiritual se não for igualmente comunitária e social. Um
teólogo protestante chamado Karl Barth afirmava com graça que o cristão do
século XX devia ter a Bíblia numa das mãos e o jornal na outra – porque o
destino dos seus irmãos e irmãs, e de toda a criação, não é um assunto
estrangeiro à fé na encarnação.
Na verdade, vale a pena perguntar-nos:
até que ponto a pandemia da Covid 19 não nos fez mais insensíveis a tantas
crises internacionais na vida do mundo que deixaram de ser importantes diante
da nossa crise sanitária? Já chorei com a situação de tantos que em Cabo
Delgado, Moçambique, são vítimas da violência de interesses egoístas? A
situação política de Mianmar toca-me o coração? O facto de as mortes por
malária em tantos países de África serem superiores às mortes causadas pela
Covid faz-me pensar? O facto de o desemprego e os despedimentos por razões
administrativas privarem tantos de trabalho afeta o modo como rezo e como peço
para todas as pessoas o dom da ressurreição?
Se a Páscoa do Senhor apenas nos move o
coração e não os braços, ainda não demos todo o espaço ao Cristo total. Se a
ressurreição nos soa apenas a ressurgimento social e não nos renova o coração,
com os seus critérios e categorias, precisamos de um intenso e profundo
Pentecostes. Com o Papa, rezemos, de coração sincero e braços disponíveis, por
todos aqueles que arriscam a sua vida lutando pelos direitos fundamentais!
Direito a ter terra, teto e trabalho! Rezemos para que as nossas consciências
acordem para quantos lutam por estes direitos no contexto de ditaduras, regimes
autoritários ou democracias em crise.
P. Miguel Pedro Melo, sj (Colaborador da Rede Mundial de Oração do Papa – Portugal)
Com Jesus à Tarde
“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão” (Fernando Pessoa).
Nada acontece
por acaso. Geralmente, as situações que me são apresentadas são resultado das
minhas ações, dos meus pensamentos, como uma profecia que se realiza de tanto
pensar insistentemente em determinadas coisas. Aprender a avaliar e extrair
algo bom de cada acontecimento me ajuda a me desprender das emoções negativas e
a seguir em frente com esperança. Da mesma maneira que tudo chega… tudo também
vai por algum motivo. Que eu aprenda a ter esse olhar responsável sobre a minha
vida e a partir daí construa relacionamentos, valores e resultados melhores
nesta jornada.
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