sábado, 9 de janeiro de 2021

Batismo do Senhor

A liturgia inicia o tempo comum, após as celebrações do Natal, com o batismo de Jesus. Depois de festejarmos o nascimento do Menino Deus confirmamos a nossa fé ao contemplarmos o mistério do Batismo do Filho de Deus. Já era santo e imaculado pela sua condição divina, mas quis assumir, na totalidade, a sua condição humana e, por isso, submeteu-se ao batismo de João Batista, tal como qualquer judeu do seu tempo. E nós beneficiamos desse seu ato de amor, porque, a partir desse momento, n'Ele os céus se abriram e restabeleceu-se a Aliança do Pai com esta humanidade de ontem, de hoje e de sempre. O menino do presépio é agora um jovem e n'Ele Deus continua a manifestar o seu profundo Amor por cada um de nós, seus filhos no Filho. N'Ele Deus vai-se-nos revelando.

Na 1ªleitura (Is 42, 1-4.6-7) o profeta projeta-nos para evangelho, mais especificamente, para Aquele sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra, d’Ele dizendo: ”tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas”. Que o Senhor a todos nos salve e proteja.

“Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».”

Na 2ªleitura (Atos 10, 34-38) é S.Pedro quem nos situa no batismo de Jesus e, ao mesmo tempo, nos torna presente o nosso próprio batismo, em que, por Jesus, também cada um de nós recebeu o Espírito Santo, tornando-se assim parte da família dos filhos de Deus, de qualquer tempo e de qualquer espaço. Em e por Jesus todos podemos fazer parte da Igreja, independentemente da raça, da nacionalidade, da idade… todos os que quiserem abrir o coração à ação do Espírito de Deus. Como diz S.Pedro, Deus não faz aceção de pessoas, ama a todos e a cada um, infinitamente.

“Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».”


No evangelho (Mc 1, 7-11) o mistério do Filho de Deus incarnado manifesta-se perante nós: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência». Que mistério de Amor tão profundo é este, em que Deus se enamora da Sua criatura e a quem Jesus, por Amor todo Se dá: Ele tornou-Se solidário com os homens. Por isso, não receou descer à água do Batismo no meio dos pecadores, mas para os elevar à dignidade de filhos de Deus. 

E assim se inicia a vida pública de Jesus.

“Naquele tempo, João começou a pregar, dizendo: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu batizo na água, mas Ele batizar-vos-á no Espírito Santo». Sucedeu que, naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. E dos céus ouviu-se uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência».”


Senhor, que infundiste em mim o Teu Santo Espírito no dia do meu Batismo, renova no meu coração as promessas que então foram feitas pelos meus pais e padrinhos. Habita-me Senhor e converte-me a Ti.

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