SOLENIDADE DE S.PEDRO E S.PAULO
Hoje, a piedade popular celebra S.Pedro, que é
o padroeiro da paróquia a que pertenço e, por isso estamos em festa, mas a Igreja, neste dia, faz memória também de outro igualmente
grande santo, que é S.Paulo. Sendo duas personalidades tão diferentes, no que
diz respeito ao temperamento e até mesmo à cultura, acabam por se assemelhar imenso na totalidade
da entrega das suas vidas a Deus e no seu amor totalmente confiante e
irradiante em Jesus Cristo. Deles diz Santo Agostinho no sermão 295: “ Num só dia celebramos o martírio dos
dois Apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido
martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente;
seguiu-o Paulo. Celebramos a festa deste dia para nós consagrado com o sangue
dos dois Apóstolos. Amemos e imitemos a sua fé e a sua vida, os seus trabalhos
e sofrimentos, o testemunho que deram e a doutrina que pregaram.”
Na 1ªleitura (Atos 12, 1-11) S.Lucas conta-nos um episódio da vida de S.Pedro que
nos mostra como a Igreja nascente, logo de início, foi sujeita às mais variadas perseguições e maus tratos, que em alguns casos, como sabemos, culminaram na morte dos cristãos. Por outro lado, percebe-se, neste texto, a força
da unidade dos primeiros cristãos e ainda a importância da oração em
Igreja, isto é, revela-nos como é necessário rezarmos uns pelos outros em comunidade : “Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja orava instantemente
a Deus por ele.” Por fim, é claro o testemunho de fé que Pedro nos transmite. Que
este grande santo seja para nós ajuda no caminhar e inspiração em todos os
momentos. S.Pedro, rogai por nós!
“Naqueles dias, o rei Herodes começou a
perseguir alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de
João, e, vendo que tal procedimento agradava aos judeus, mandou
prender também Pedro. Era nos dias dos Ázimos. Mandou-o prender e
meter na cadeia, entregando-o à guarda de quatro piquetes de quatro soldados cada
um, com a intenção de o fazer comparecer perante o povo, depois das
festas da Páscoa. Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja
orava instantemente a Deus por ele. Na noite anterior ao dia em que
Herodes pensava fazê-lo comparecer, Pedro dormia entre dois
soldados, preso a duas correntes,enquanto as sentinelas, à porta, guardavam
a prisão. De repente, apareceu o Anjo do Senhor e uma luz iluminou a
cela da cadeia. O Anjo acordou Pedro, tocando-lhe no ombro, e
disse-lhe: «Levanta-te depressa». E as correntes caíram-lhe das mãos.Então
o Anjo disse-lhe:«Põe o cinto e calça as sandálias».Ele assim fez. Depois acrescentou:«Envolve-te
no teu manto e segue-me». Pedro saiu e foi-o seguindo, sem perceber a
realidade do que estava a acontecer por meio do Anjo; julgava que era uma visão. Depois de atravessarem o
primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro, que dá
para a cidade, e a porta abriu-se por si mesma diante deles. Saíram,
avançando por uma rua, e subitamente o Anjo desapareceu. Então Pedro,
voltando a si, exclamou: «Agora sei realmente que o Senhor enviou o seu
Anjo e me libertou das mãos de Herodes e de toda a expetativa do povo
judeu».”
Na 2ªleitura (2 Tim 4, 6-8.17-18) é o próprio S.Paulo que nos fala do que foi a
sua vida ao serviço de Deus, na transmissão da sua fé em Jesus Ressuscitado. E
a forma como o faz é verdadeiramente impressionante, pela clarividência que
demonstra e pela força que transmite. Que fé a deste grande santo! Só quem vive
verdadeiramente de Deus, no seu dia a dia, pode transpirar amor por Deus, por
todos os poros, como faz S.Paulo. Deus seja louvado nos Seus Santos! S.Paulo,
rogai por nós.
“Caríssimo: Eu já estou oferecido em libação e o tempo
da minha partida está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha
carreira, guardei a fé. E agora já me está preparada a coroa da
justiça, que o Senhor, justo juiz, me há de dar naquele dia; e não só
a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua
vinda. O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu
intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e
todos os pagãos a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão. O
Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino
celeste. Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Ámen.”
No evangelho (Mt 16,
13-19) S.Mateus
coloca-nos num dos momentos mais significativos e marcantes da vida de S.Pedro,
mas também na vida de todos os que seguiam Jesus mais de perto, ou seja, os
discípulos. Ao mesmo tempo, este texto desafia-nos a abrir o coração, a alma,
todo o nosso ser, à ação do Espírito Santo e a confiarmos totalmente em Jesus,
como fez Pedro.
“Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de
Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o
Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João
Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos
profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então,
Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus
vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de
Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim
meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares
na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado
nos Céus».
Neste dia, em especial, recorro a ti, S.Pedro e
peço-te que, junto de Jesus, intercedas por todos nós, pela Igreja e por este
mundo em que vivemos, para que, inspirados em ti, sejamos verdadeiras
testemunhas do amor de Jesus ressuscitado, por cada ser vivente, junto daqueles
que o Senhor colocou nas nossas vidas.
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