sexta-feira, 28 de junho de 2019

SOLENIDADE DE S.PEDRO E S.PAULO


Hoje, a piedade popular celebra S.Pedro, que é o padroeiro da paróquia a que pertenço e, por isso estamos em festa,  mas a Igreja, neste dia,  faz memória também de outro igualmente grande santo, que é S.Paulo. Sendo duas personalidades tão diferentes, no que diz respeito ao temperamento e até mesmo à cultura,  acabam por se assemelhar imenso na totalidade da entrega das suas vidas a Deus e no seu amor totalmente confiante e irradiante em Jesus Cristo. Deles diz Santo Agostinho no sermão 295: “ Num só dia celebramos o martírio dos dois Apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; seguiu-o Paulo. Celebramos a festa deste dia para nós consagrado com o sangue dos dois Apóstolos. Amemos e imitemos a sua fé e a sua vida, os seus trabalhos e sofrimentos, o testemunho que deram e a doutrina que pregaram.”

Na 1ªleitura (Atos 12, 1-11) S.Lucas conta-nos um episódio da vida de S.Pedro que nos mostra como a Igreja nascente, logo de início, foi sujeita às mais variadas perseguições e maus tratos, que em alguns casos, como sabemos, culminaram na morte dos cristãos. Por outro lado, percebe-se, neste texto,   a força da unidade dos primeiros cristãos e ainda a importância da oração em Igreja, isto é, revela-nos como é necessário rezarmos uns pelos outros em comunidade : “Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja orava instantemente a Deus por ele.” Por fim, é claro testemunho de fé que Pedro nos transmite. Que este grande santo seja para nós ajuda no caminhar e inspiração em todos os momentos. S.Pedro, rogai por nós! 
“Naqueles dias, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, vendo que tal procedimento agradava aos judeus, mandou prender também Pedro. Era nos dias dos Ázimos. Mandou-o prender e meter na cadeia, entregando-o à guarda de  quatro piquetes de quatro soldados cada um, com a intenção de o fazer comparecer perante o povo, depois das festas da Páscoa. Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja orava instantemente a Deus por ele. Na noite anterior ao dia em que Herodes pensava fazê-lo comparecer, Pedro dormia entre dois soldados, preso a duas correntes,enquanto as sentinelas, à porta, guardavam a prisão. De repente, apareceu o Anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela da cadeia. O Anjo acordou Pedro, tocando-lhe no ombro, e disse-lhe: «Levanta-te depressa». E as correntes caíram-lhe das mãos.Então o Anjo disse-lhe:«Põe o cinto e calça as sandálias».Ele assim fez. Depois acrescentou:«Envolve-te no teu manto e segue-me». Pedro saiu e foi-o seguindo, sem perceber a realidade do que estava a acontecer por meio do Anjo; julgava que era uma visão. Depois de atravessarem o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, e a porta abriu-se por si mesma diante deles. Saíram, avançando por uma rua, e subitamente o Anjo desapareceu. Então Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei realmente que o Senhor enviou o seu Anjo e me libertou das mãos de Herodes e de toda a expetativa do povo judeu».” 

Na 2ªleitura (2 Tim 4, 6-8.17-18) é o próprio S.Paulo que nos fala do que foi a sua vida ao serviço de Deus, na transmissão da sua fé em Jesus Ressuscitado. E a forma como o faz é verdadeiramente impressionante, pela clarividência que demonstra e pela força que transmite. Que fé a deste grande santo! Só quem vive verdadeiramente de Deus, no seu dia a dia, pode transpirar amor por Deus, por todos os poros, como faz S.Paulo. Deus seja louvado nos Seus Santos! S.Paulo, rogai por nós.
“Caríssimo: Eu já estou oferecido em libação e o tempo da minha partida está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. E agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há de dar naquele dia; e não só a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda. O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todos os pagãos a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino celeste. Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Ámen.”

No evangelho (Mt 16, 13-19) S.Mateus coloca-nos num dos momentos mais significativos e marcantes da vida de S.Pedro, mas também na vida de todos os que seguiam Jesus mais de perto, ou seja, os discípulos. Ao mesmo tempo, este texto desafia-nos a abrir o coração, a alma, todo o nosso ser, à ação do Espírito Santo e a confiarmos totalmente em Jesus, como fez Pedro. 
“Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».

Neste dia, em especial, recorro a ti, S.Pedro e peço-te que, junto de Jesus, intercedas por todos nós, pela Igreja e por este mundo em que vivemos, para que, inspirados em ti, sejamos verdadeiras testemunhas do amor de Jesus ressuscitado, por cada ser vivente, junto daqueles que o Senhor colocou nas nossas vidas.

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