sábado, 15 de setembro de 2018

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM



Hoje, as leituras desafiam-nos a olhar para a verdade da nossa vida. Em que Deus acreditamos, de quem vivemos, como testemunhamos o Amor de Deus no dia a dia da vida? Nos momentos de dificuldade e de dor em quem nos centramos efetivamente, a quem nos entregamos, onde pomos a nossa confiança?


Na 1ªleitura (Is 50, 5-9ª) Isaías projeta-nos para o mistério da Paixão de Cristo. No Servo Sofredor o profeta como que antecipa Jesus, como Aquele que todo se entrega ao Pai, n’Ele confia totalmente, tendo a certeza de que Ele, a verdadeira Vida, sairá vencedor sobre a morte, neste último combate. Quando, no dia a dia da vida, sentimos o peso da cruz, nos sentimos esmagados e perdidos, entreguemos tudo e confiemo-nos a Jesus, o Servo Sofredor, deixando que, em nós, Ele vença tudo o que nos afasta de Deus Amor. 
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra e sei que não ficarei desiludido. O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo? Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?”


Na 2ªleitura (Tg 2, 14-18) S.Tiago traz-nos para o concreto da vida, para o que e o como agimos com os outros no nosso quotidiano. Realmente, que adianta dizermos que acreditamos, se depois o nosso agir não condiz com as nossa palavras? Muitas vezes a coerência de vida não é fácil, mas nunca foi. Precisamos de ir crescendo na intimidade da oração com o Senhor, para que Ele nos habite continuamente, o que fará com que o Espírito Santo nos vá transformando e os nossos atos sejam mais conforme o que professamos. 
“Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhes disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé.” 


No evangelho  (Mc 8, 27-35)  S.Pedro aparece-nos no seu melhor e no seu pior. É um homem que reage ao primeiro impulso e, por isso, sinto-o tão próximo. Erra, às vezes, mas é capaz de pedir perdão, de reconhecer que fez mal. Tinha um coração enorme. Quão grande era o seu amor ao Senhor. Gosto mesmo deste santo. Que ele interceda por nós. Mas, voltando ao evangelho, nele Jesus desafia-nos a olhar para dentro de nós mesmos e a questionarmo-nos sobre a profundidade do nosso amor por Ele. Quem é o nosso Deus, em quem acreditamos verdadeiramente? Temos medo? Recuamos? Nada de novo, S.Pedro também demonstrou as suas dificuldades, mas nem por isso deixou de ser santo. Como alguém disse um dia, não há cristão sem Cruz. Mas, em Jesus, a Cruz tornou-se a Árvore da Vida, n’ela Ele gerou-nos para Deus. Só em Jesus a Cruz passa a ter sentido, como caminho de Amor. 
Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém. Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens». E, chamando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».”


Senhor, que eu nunca duvide do Teu Amor. Senhor, que eu me deixe sempre abraçar por Ti, na Cruz, na Árvore da Vida.

Sem comentários:

Enviar um comentário