"Naquele
tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma
grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava
sentado à beira do caminho.
E ouvindo dizer que se tratava de Jesus
de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!»
Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.»
E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego.
Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.
Hoje escolho, para reflexão, o Evangelho deste trigésimo domingo do tempo comum, porque a atitude deste cego é um desafio para quem, como eu, agradece o dom da visão e percebe que quando se trata da Fé, o ver vem do coração e não da vista. Por um lado Bartimeu quando pressente a presença de Jesus clama por Ele, "contra ventos e marés", indiferente às vozes que o mandam calar. O sentir Jesus, o querer vê-lo face a face ultrapassa qualquer obstáculo que se lhe apresente. O seu desejo de estar com Ele estava muito para além do que a maioria dos que O seguiam podia compreender. Que alegria sentiu, com toda a certeza, quando soube que Jesus o chamava! Então deixou tudo o que trazia com ele e saltou para junto de Jesus. É esta a atitude do cristão: deixar tudo, numa alegria sem fim, porque vai ao encontro d'Aquele que é a felicidade, que busca continuamente.
E é a Fé que me faz ter esta certeza, é nela que alimento este desejo imenso de dizer "Mestre, que eu veja", Senhor que o meu coração se abra de par, em par, e te deixe entrar no todo que sou e que Tu criaste. Só serei verdadeiramente feliz quando Te vir em cada ser que se cruza comigo no meu dia a dia, onde quer que eu esteja, fazendo seja o que for. Em todo e qualquer momento da minha vida Tu estás presente neste, ou naquela, de quem gosto, ou por quem não nutro simpatia nenhuma, antes pelo contrário, e como desejo ver-Te nele, ou nela Senhor, porque Tu os amas infinitamente e queres chegar aos seus corações também. Que esse Amor imenso que tens por cada um deles encha também os seus corações e assim passando de coração em coração o Teu Reino vá crescendo e Deus seja o Grande e Único Amor de cada ser por Ele criado.
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