XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Nas leituras deste domingo
somos confrontados connosco próprios, fundamentalmente na forma como procuramos
o Senhor, no dia a dia da vida, nos deixamos alimentar por Ele e nos preparamos
para O encontrarmos em cada um dos que coloca nos nossos caminhos, mas também
para o encontro definitivo em que O veremos face a face.
“A Sabedoria é luminosa e o
seu brilho é inalterável; deixa-se ver facilmente àqueles que a amam e faz-se
encontrar aos que a procuram. Antecipa-se e dá-se a conhecer aos que a desejam.
Quem a busca desde a aurora não se fatigará, porque há de encontrá-la já
sentada à sua porta. Meditar sobre ela é prudência consumada e quem lhe
consagra as vigílias depressa ficará sem cuidados. Procura por toda a parte os
que são dignos dela: aparece-lhes nos caminhos, cheia de benevolência, e vem ao
seu encontro em todos os seus pensamentos.”
Na 2ªleitura (1 Tes 4, 13-18) S.Paulo dá-nos a razão da
nossa fé, Jesus Ressuscitado. Se com Jesus vivermos, com Ele havemos de
ressuscitar um dia e n’Ele seremos conduzidos a Deus. Jesus é a nossa força, a
nossa esperança, a certeza do Amor Infinito de Deus, Uno e Trino, vivo e
presente em cada ser por Si criado. Que graça única é esta de sermos, em Jesus,
filhos amados de Deus. Bendito e louvado sejas Senhor, hoje e sempre, pelos
séculos sem fim.
“Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo uma palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.”
No evangelho (Mt 25, 1-13) Jesus ajuda-nos a refletir
sobre a forma como vivemos a nossa fé, no dia a dia da vida: como é que
espelhamos e espalhamos Deus Amor em tudo o que somos e fazemos; de que forma testemunhamos o nosso “ser cristão”
na relação com os que vivem, convivem, ou se cruzam nos nossos caminhos;
como e com o que preparamos as nossas
candeias para a chegada do Amado,…. Só o Amor de Deus poderá alimentar e encher as nossas almotolias! Deixemos que o Senhor
nos habite por inteiro, pois n’Ele, Amor Infinito, a Luz nunca se extinguirá.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Senhor, que eu nunca deixe
de Te procurar, de Te desejar e de me abrir à Tua Luz.
Bom dia, queridos irmãos e irmãs!
Neste domingo, o Evangelho (cf. Mt 25,
1-13) indica-nos a condição para entrar no Reino
dos céus, e fá-lo com a parábola das dez virgens: trata-se daquelas donzelas
que eram encarregadas de receber e acompanhar o esposo na cerimónia de
casamento, e dado que naquela época se costumava celebrá-la à noite, as damas
de honra levavam lâmpadas consigo.
A parábola diz que cinco daquelas virgens são sábias e cinco insensatas:
com efeito, as sábias levaram consigo óleo para as lâmpadas, e as insensatas
não. O esposo tarda a chegar e todas adormecem. À meia-noite é anunciada a
chegada do esposo; então, as virgens insensatas dão-se conta de que não têm
óleo para as lâmpadas, e pedem-no às sábias. Mas elas respondem que não podem
dá-lo, porque não seria suficiente para todas. Portanto, enquanto as insensatas
vão em busca do óleo, chega o esposo; as virgens sábias entram com ele na sala
do banquete e a porte fecha-se. As cinco insensatas voltam tarde demais e batem
à porta, mas a resposta é: «Não vos conheço» (v. 12), e permanecem fora.
O que Jesus nos quer ensinar com esta parábola? Recorda-nos que devemos
estar prontos para o encontro com Ele. Muitas vezes, no Evangelho, Jesus exorta
a vigiar, e fá-lo também no final desta narração. Reza assim: «Vigiai, pois,
porque não sabeis nem o dia nem a hora» (v. 13). Mas com esta parábola diz-nos que vigiar
não significa apenas não dormir, mas estar preparado; com
efeito, todas as virgens dormem antes que o esposo chegue, mas quando se
acordam algumas estão prontas e outras não. Portanto, este é o significado de
ser sensato e prudente: trata-se de não esperar o último momento da nossa vida
para colaborar com a graça de Deus, mas de o fazer já agora. Seria bom pensar
um pouco: um dia será o último. Se fosse hoje, como estou preparado, preparada?
Mas devo fazer isto e aquilo... Preparar-se como se fosse o último dia: isto
faz bem.
A lâmpada é o símbolo da fé que ilumina a nossa vida, enquanto o óleo é o
símbolo da caridade que alimenta, que torna fecunda e credível a luz da fé. A
condição para estarmos prontos para o encontro com o Senhor não é apenas a fé,
mas uma vida cristã rica de amor e de caridade pelo próximo. Se nos deixarmos
guiar por aquilo que parece mais cómodo, pela busca dos nossos interesses, a
nossa vida torna-se estéril, incapaz de dar vida aos outros, e não acumulamos
reserva alguma de óleo para a lâmpada da nossa fé; e ela — a fé — apagar-se-á
no momento da vinda do Senhor, ou ainda antes. Ao contrário, se formos
vigilantes e procurarmos praticar o bem com gestos de amor, partilha e serviço
ao próximo em dificuldade, poderemos permanecer tranquilos enquanto esperamos a
vinda do esposo: o Senhor poderá chegar a qualquer momento, e nem sequer o sono
da morte nos apavora, porque dispomos de uma reserva de óleo, acumulada com as
boas obras de todos os dias. A fé inspira a caridade, e a caridade preserva a
fé.
A Virgem Maria nos ajude a tornar a nossa fé cada vez mais ativa através da caridade; a fim de que a nossa lâmpada possa resplandecer já aqui, no caminho terreno, e depois para sempre, na festa de bodas no paraíso.
Sem comentários:
Enviar um comentário