sábado, 5 de outubro de 2019

DOMINGO XXVII DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje levam-nos a refletir sobre o dom da fé, sobre a forma como damos testemunho do Amor de Deus por cada ser vivente, hoje, nos nossos tempos. Desafiam-nos a refletir sobre o modo como, pela fé, estamos (ou não) ao serviço da comunicação do Amor de Deus aos irmãos, ou àqueles de quem não gostamos nada mesmo, ou, porque não dizê-lo, àqueles por quem nutrimos algum sentimento muito pouco cristão (…), lá, em plena labuta diária, onde nos movemos e existimos. Afinal, é o nosso Mestre e Senhor, que todo Se entrega no Amor, não somos nós, é Ele quem ama em nós, por isso, apenas nos cabe sermos bons cabos de transmissão, porque a fonte, para todos, é sempre e só Ele.

Adapatdo de Dibujos de Fano
Na 1ªleitura (Hab 1, 2-3; 2, 2-4) vemos, como que num espelho, no agora do nosso tempo, reações tão semelhantes às do tempo do profeta, face aos problemas sociais, aos dramas humanos, às tragédias e às injustiças dos tempos de hoje. Mudámos imenso em tantos domínios, que nem dá para comparar, tal a distância de então para cá, mas permanecemos seres humanos, frágeis, criados à imagem e semelhança de Deus. Continuamos à procura, muitas vezes sem o sabermos, do Único que pode responder às nossas questões, porque só Ele nos ama infinitamente, apesar de nos conhecer tal qual somos, na totalidade do nosso ser, indo até ao mais profundo de nós mesmos, chegando aos recantos mais recônditos, até onde, por vezes, nem nós próprios temos coragem de descer. Para que todos O conheçam assim, enamorado de cada um dos seus filhos queridíssimos, só temos de nos deixar amar por Ele. Quem não gosta de ser assim amado, sem qualquer limite?! Vale a pena confiar e pôr tudo nas Suas mãos! 
«Até quando, Senhor, chamarei por Vós e não me ouvis? Até quando clamarei contra a violência e não me enviais a salvação? Porque me deixais ver a iniquidade e contemplar a injustiça? Diante de mim está a opressão e a violência, levantam-se contendas e reina a discórdia?» O Senhor respondeu-me: «Põe por escrito esta visão e grava-a em tábuas com toda a clareza, de modo que a possam ler facilmente. Embora esta visão só se realize na devida altura, ela há de cumprir-se com certeza e não falhará. Se parece demorar, deves esperá-la, porque ela há de vir e não tardará. Vede como sucumbe aquele que não tem alma reta; mas o justo viverá pela sua fidelidade».


Na 2ª leitura (2 Tim 1, 6-8.13-14) S.Paulo, que fez da comunicação, do Amor infinito de Deus por cada ser humano, e por toda a humanidade, a razão de ser da sua vida, não podia, mais uma vez, deixar de nos situar na verdadeira fonte, que é Jesus Cristo, e de nos exortar a pedir ao Senhor que envie sobre nós o Seu Santo Espírito. Que Ele nos habite e nos inunde com a Sua Luz. 
“Caríssimo: Exorto-te a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação. Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro. Mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus. Toma como norma as sãs palavras que me ouviste, segundo a fé e a caridade que temos em Jesus Cristo. Guarda a boa doutrina que nos foi confiada, com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós.”


No evangelho (Lc 17, 5-10) é o Senhor Jesus quem nos explica o que é ter fé e como esta é um dom, ao serviço de todos os que procuram Deus de coração sincero. E, olhando para tantos santos da Igreja (de ontem, mas também dos nossos tempos), de quem conhecemos alguns pedaços da sua história de vida, mas sobretudo do seu testemunho de fé, percebemos que, o que Jesus diz no evangelho, continua a ser possível nos dias de hoje. Ajuda-nos Senhor a sermos fiéis ao dom da fé que nos destes. 
“Naquele tempo, os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé». O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia. Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: ‘Vem depressa sentar-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu’?. Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou? Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’.”


Aumenta Senhor a minha fé.

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