XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
As leituras deste domingo centram-nos na
temática da família, mas numa dimensão diferente do que habitualmente se
entende por família. Não conheço todas as realidades a que hoje a sociedade dá
o nome de família, já que lhe são associados sentidos muito diversos, mas em
Jesus é claro que a família, quando situada na sua verdadeira dimensão, é a
melhor forma de nós homens entendermos o quanto somos amados por Deus.
Desde sempre Deus criou o homem para que
fosse feliz. Esta 1ªleitura ( I Gen 2, 18-24) é o
espelho do cuidado de Deus para com o ser humano, pois sempre velou pelo homem
de forma a que tudo tivesse para se sentir amado. Foi assim no princípio de
tudo e continua hoje a ser da mesma forma. Tudo nos é dado, a criação inteira
está à nossa responsabilidade, para a cuidarmos e gerirmos de forma a estar ao
serviço de todos. Foi assim que Deus quis, mas o que fizemos, e continuamos a
fazer, com tudo o que Deus põe à nossa disposição, isso é da nossa inteira
responsabilidade.
Numa liturgia dedicada à família, esta 2ªleitura revela onde tudo assenta, onde a família há de encontrar a força, o segredo para testemunhar o Amor de Deus presente no meio de nós. Quem se ama em Deus, espelha, testemunha, esta entrega sem limites para o bem de todos. Só n'Ele reside a fonte do verdadeiro amor. Só Deus, que é o Amor, ama assim, incondicionalmente, sem limites. Mas, em Jesus Cristo, cada um de nós é chamado a testemunhar Deus enamorado de cada homem, a ponto de em Seu Único Filho se fazer um de nós.
Irmãos: Jesus, que, por um pouco, foi inferior aos
Anjos, vemo-l’O agora coroado de glória e de honra por causa da morte que
sofreu, pois era necessário que, pela graça de Deus, experimentasse a morte em
proveito de todos. Convinha, na verdade, que Deus, origem e fim de todas as
coisas, querendo conduzir muitos filhos para a sua glória, levasse à glória
perfeita, pelo sofrimento, o Autor da salvação. Pois Aquele que santifica e os
que são santificados procedem todos de um só. Por isso não Se envergonha de
lhes chamar irmãos.
No evangelho (Mc 10,2-16) Jesus, que é Amor, fala sobre o que é amar e quais as suas implicações. Para os dias de hoje, em que tudo se esgota no momento em que se consome, a permanência do amor parece ser demais, mas quando há amor verdadeiro, numa perspetiva de serviço, de entrega ao outro, com o desejo de que todos sejam felizes, percebe-se que é uma aprendizagem para toda a vida e que se faz caminhando devagarinho, degrau a degrau, descendo algumas vezes, para voltar a subir com todo o cuidado para não cair, nem se magoar ninguém. Quem melhor do que as crianças ( que verdadeiramente
ainda o são) para nos ensinarem a amar. Se tivermos um coração como o delas
entraremos no reino dos Céus, é Jesus quem no-lo diz.
Oh Senhor que eu aprenda de Ti a ter um coração puro, verdadeiro e humilde como o das crianças.
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