segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

52ºDIA MUNDIAL DA PAZ - 2019
SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS 

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA PAZ
1º DE JANEIRO DE 2019
«A BOA POLÍTICAESTÁ AO SERVIÇO DA PAZ»

1. «A paz esteja nesta casa!»
Jesus, ao enviar em missão os seus discípulos, disse-lhes: «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: “A paz esteja nesta casa!” E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós» (Lc 10, 5-6).
Oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. E esta oferta é feita a todos os homens e mulheres que, no meio dos dramas e violências da história humana, esperam na paz.[1] A «casa», de que fala Jesus, é cada família, cada comunidade, cada país, cada continente, na sua singularidade e história; antes de mais nada, é cada pessoa, sem distinção nem discriminação alguma. E é também a nossa «casa comum»: o planeta onde Deus nos colocou a morar e do qual somos chamados a cuidar com solicitude.
Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: «A paz esteja nesta casa!»

sábado, 29 de dezembro de 2018

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA -2018


Estamos ainda em plena época natalícia, em que, de uma maneira geral, se procuram mais os valores da família e talvez, também por isso, a Igreja, neste domingo, celebra a Festa da Sagrada Família. É uma ajuda preciosa, para nos centrarmos nos valores essenciais da família cristã, podermos “escutar”, “mergulhar”, um pouco, na vivência da “Família de Nazaré”.


Na 1ªleitura (Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14)) o profeta vai-nos fazendo perceber, através do cumprimento da Lei, que tal como Deus nos ama, também, em família, somos chamados a amar os pais e estes os seus filhos. No fundo, se tudo for como deve ser, trata-se de uma relação de amor vivencial entre todos os elementos da família, cada um na sua função. Somos desafiados a apontar, na vida familiar, para a medida alta do Amor de Deus por cada um de nós seus filhos, no Filho. A meta é esta: amar os outros perdidamente, infinitamente, em Jesus. É assim o amor de Deus por cada um de nós, logo é também assim que somos chamados a viver em família.
“Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.” 


Na 2ªleitura (Col 3, 12-21) S.Paulo também recorre à Lei do Amor de Deus, para enumerar uma série de conselhos que devemos seguir nas relações familiares.
“Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em ação de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.”


No evangelho (Lc 2, 41-52) Jesus estende, tudo o que escutámos nas leituras anteriores, para lá da família mais restrita, de forma a relacionarmo-nos com todos aqueles com quem vivemos, convivemos, nos cruzamos, ou coexistimos, na mesma dimensão total e infinita do amor cristão: amar o próximo como Deus nos amou. A casa do Pai vai para além da família nuclear, ou alargada, do templo, do bairro, da cidade, do país, abrange todos. Deus ama a todos infinitamente e quer que todos saibam disto, quer chegar a ti, a mim, a toda a humanidade. Abramos o nosso coração de par em par, deixemo-nos amar por Deus.
“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.”


Senhor, ensina-me a amar, ama em mim aqueles que pões no meu caminho.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

NATAL DO SENHOR - 2018


No Natal, somos desafiados a contemplar, com alegria, o mistério do amor infinito de Deus por nós. Cristo, a Palavra de Deus, fez-se homem e veio habitar no meio de nós. Glória a Deus no alto dos céus e em toda a terra, hoje e sempre.


A 1ª leitura (Is 52,7-10), quando fala da alegria em Jerusalém, pela volta dos exilados, desperta, em todos nós, uma alegria imensa por podermos contemplar e celebrar o nascimento do “Menino”, o Filho de Deus, no presépio, que pode também ser o coração de cada um de nós. 
“Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.”


Na 2ªleitura (Hebr 1, 1-6) S.Paulo leva-nos a contemplar a forma como Deus se foi revelando através dos tempos. Centra-nos principalmente na revelação por meio de Jesus, o Seu filho muito amado, o Verbo que “tudo sustenta com a Sua palavra poderosa”. Contemplemos e adoremos, no presépio, o “Menino”, que verdadeiramente é o Filho Único de Deus.
“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».”


No Evangelho (Jo 1, 1-5.9-14) S.João introduz-nos na contemplação do mistério do Amor de Deus pelo género humano, por cada um de nós, através da Encarnação do Verbo. Ao contemplarmos o Menino Jesus, no presépio, deixemo-nos iluminar por Jesus, que é a Luz, escutemos o Verbo que se fez carne e veio fazer-se um, com cada um de nós e louvemos a Deus, que nos ama infinitamente.
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.”


Glória a Deus no reino dos Céus e paz na terra aos homens por Ele amados.

domingo, 23 de dezembro de 2018


Um Santo e Feliz Natal na Paz do Menino Deus.

Mensagem de Natal 2018

Um novo abraço entre gerações
 † Cardeal António Marto
Leiria, 11 de dezembro de 2018 

Estamos a caminho do Natal, a celebração do mistério admirável de Deus feito homem. O acontecimento que festejamos não pertence só ao passado. Nunca cessa de se atualizar, é sempre novo. Deus decidiu vir ao nosso encontro e na sua carne humana abraçar a todos com a sua ternura no rosto encantador de Jesus-Menino. Ao mesmo tempo, introduz esta ternura nos corações humanos para os aproximar uns dos outros.

sábado, 22 de dezembro de 2018

IV DOMINGO DO ADVENTO


Eis-nos chegados ao último domingo do Advento. Na liturgia, as leituras preparam-nos para o mistério que estamos prestes a celebrar: a vinda de Deus ao mundo, no Menino que está prestes a nascer, a fazer-Se um de nós, um connosco. Contudo, a figura central deste domingo é Maria, e o seu “Sim” a Deus e ao Seu projeto de Amor, de salvação da humanidade. Que Ela nos ensine a ter a mesma atitude: de confiança e entrega a Deus, em todas as situações da nossa vida; de acolhimento aos que fazem parte da nossa existência e de construtores da paz.


Na 1ªleitura (I Miq 5, 1-4ª) o profeta projeta-nos para o ambiente de humildade em que nascerá o Salvador, o Menino Deus, o Príncipe da Paz. Peçamos ao Senhor um coração pobre e humilde, pronto a receber o “Menino”. 
“Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há de reinar sobre Israel. As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos. Por isso Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que há de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos. Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz».” 

Na 2ªleitura (Hebr 10, 5-10) há uma expressão que nos situa no essencial das leituras de hoje: “Eis-me aqui”; “Faça-se a Tua vontade”. Só, na medida em que nos deixarmos habitar por Jesus, aprenderemos d’Ele a entregarmo-nos assim a Deus.
“Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei. Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo. É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.”
No evangelho (Lc 1, 39-45) S.Lucas dá-nos conta da forma como duas almas, totalmente entregues a Deus, se sentem em sintonia, se reconhecem no amor de Deus e cantam as maravilhas do Senhor. Louvemos nós também a Deus, pelas maravilhas que Ele operou em favor do Seu povo e continua a operar em favor da humanidade de hoje, como um todo e de cada um de nós individualmente. 
“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».” 


Senhor, que o meu coração se abra sempre a Ti e deixe habitar por Ti. Vem, vem Senhor Jesus. Maranatá.

sábado, 15 de dezembro de 2018

III DOMINGO DO ADVENTO


Neste domingo a liturgia apresenta-nos as razões para celebrarmos a alegria, num tempo de vigilância, arrependimento e espera, como é o Advento: “O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma” e “O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador”. Assentes num Deus que assim nos habita e nos ama infinitamente, não podemos senão louvá-L’o e alegrarmo-nos n’Ele.


Na 1ªleitura (Sof 3, 14-18ª) o profeta desafia o povo de Israel e também cada um de nós, a manifestarmos alegria, porque o nosso Deus, nos habita e nos renova com o Seu Amor. Deus, que é todo Amor, está no meio de nós e, conhecendo-nos, como nos conhece, na totalidade do que somos, no mais íntimo de nós próprios, ama-nos sem limites. Alegremo-nos, porque Deus ama assim, infinita e incomparavelmente, cada um de nós, tal qual é. Deixemo-nos amar por Ele e entreguemo-nos de coração.
“Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Rei de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».”


Na 2ªleitura (Filip 4, 4-7) S.Paulo vem, na mesma linha de Sofonias, na 1ªleitura, convidar-nos a alegrarmo-nos, sempre no Senhor, porque Ele está próximo, tão próximo, que vive no meio de nós. Deixemo-nos habitar, por inteiro, por este Deus que se enamorou “perdidamente” por cada um de nós e nos quer infinitamente. 
“Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.”
No Evangelho de hoje (Lc 3, 10-18) continuamos a escutar, de S.João Batista, o anúncio da Boa Nova. Exorta-nos a continuarmos o caminho de conversão, arrependimento e vigilância, para prepararmos a chegada do Filho Deus. Sigamos os seus conselhos. 
“Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem batizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expetativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».”

Envia Senhor, sobre mim, o Teu Santo Espírito. Tem compaixão de mim e converte-me, de coração, a Deus.

sábado, 8 de dezembro de 2018

II DOMINGO DO ADVENTO


Hoje, continuamos o caminho iniciado no domingo passado. Vamos ao encontro do Menino Deus, que já nos habita, é certo, mas que continua a pedir-nos que permaneçamos vigilantes e orantes, de modo a libertarmos o nosso coração de tudo o que nos afasta de Deus Amor. Deixemo-nos interpelar por S.João Batista.  Assim, livres e disponíveis, contemplaremos o mistério de Deus, ali, naquele Menino deitado numa manjedoura. É o início da revelação de uma relação de amor sem fim, que, em cada novo ano, somos convidados a recuperar, a fazer memória, a renovar, na sua força divina e na vivência quotidiana com os irmãos mais próximos, ou mais distantes.


Na 1ªleitura (Bar 5, 1-9) o profeta Baruc anuncia ao povo, no exílio, que Deus os reconduzirá a Jerusalém, à terra prometida. O profeta fala também para nós, hoje. Em Deus tudo passa a ter um sentido novo, porque “O Amor” repassa tudo e faz de nós Seus filhos, no Filho. Não há obstáculo que o Senhor não aplaine, para que conheçamos o quanto somos amados por Ele. Deixemo-nos desafiar e conduzir por Deus! 
“Jerusalém, deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza da glória que vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno. Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu; Deus te dará para sempre este nome: «Paz da justiça e glória da piedade». Levanta-te, Jerusalém, sobe ao alto e olha para o Oriente: vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente, por ordem do Deus Santo, felizes por Deus Se ter lembrado deles. Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis. Deus decidiu abater todos os altos montes e as colinas seculares e encher os vales, para se aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de Deus. Também os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem de Deus, porque Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória, com a misericórdia e a justiça que d’Ele procedem.” 

Na 2ªleitura (Filip 1, 4-6.8-11) é S.Paulo quem nos pede, que permaneçamos firmes e vigilantes na caminhada da fé, numa entrega total e confiante em Jesus.
“Irmãos: Em todas as minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós, recordando-me da parte que tomastes na causa do Evangelho, desde o primeiro dia até ao presente. Tenho plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa obra há de levá-la a bom termo até ao dia de Cristo Jesus. Deus é testemunha de que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus. Por isso Lhe peço que a vossa caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento, para que possais distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, na plenitude dos frutos de justiça que se obtêm por Jesus Cristo, para louvor e glória de Deus.” 
No evangelho (Lc 3, 1-6) S.João Batista, o precursor, a voz que clama no deserto, é quem nos guia na caminhada do advento, desafiando-nos a estarmos vigilantes e  a prepararmos o caminho do Senhor, alteando os vales, baixando as colinas e endireitando as veredas. Façamos como diz S. João e entreguemo-nos de coração a Deus, preparando-nos para a Sua chegada. 
“No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um batismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».

Senhor, concede-me o dom da conversão. Que eu me deixe amar por Ti, na totalidade do meu ser.

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO


Homilia de D. António Marto no Santuário de Fátima no dia 8 de dezembro de 2016.

Imaculada Conceição: Festa de Deus, de Maria e de todos Nós

"É sempre uma alegria especial reunirmo-nos aqui neste santuário, em tão elevado número, neste dia da festa da Imaculada. Saúdo todos os peregrinos com grande afeto e desejaria partilhar convosco três pensamentos simples acerca da Imaculada Conceição da Virgem como festa de Deus, festa de Maria e festa de todos nós.

1. Festa de Deus
Antes de mais, a Imaculada Conceição de Nossa Senhora convida-nos a levantar o nosso olhar para Deus e a contemplar nela a realização do desígnio amoroso de Deus descrito no texto da carta de S. Paulo:
“Bendito seja Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo, antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados na caridade, para sermos seus filhos adotivos, para louvor e glória da sua graça que derramou sobre nós”.
Esta riqueza de dons de Deus é para todos os discípulos de Cristo; mas realizou-se de modo singular em Maria, desde logo na sua imaculada conceição.
De facto, no evangelho ela é saudada deste modo: “Alegra-te, ó cheia de graça. O Senhor está contigo”. Esta expressão “cheia de graça”, que nos é já tão familiar, oferece-nos a explicação do mistério que celebramos: é o nome mais belo, o nome escolhido e dado pelo próprio Deus a Maria. Indica que ela é desde sempre a escolhida e, por isso, a cheia da graça do amor e da santidade de Deus em todo o seu ser para poder acolher o dom mais precioso, Jesus, o Filho do Altíssimo, o Amor de Deus incarnado. Deus preparou-a como a toda santa, a toda bela e pura, a imaculada desde o primeiro momento da sua conceição, preservando-a de todo o contágio do pecado, para ser morada digna do Salvador do Mundo no meio dos homens.
Contemplando assim a Imaculada Conceição, nós contemplamos simultaneamente, como num espelho, a grandeza do amor de Deus que vem ao nosso encontro pessoalmente, que ama cada um com nome próprio, não em massa anónimos e indistintos, e que quer comunica-nos o seu amor, a sua ternura e misericórdia que é mais forte que todo o pecado. Podemos confiar neste amor como Maria a quem é dito: “Não temas. O Senhor está contigo”! Confiamos verdadeiramente na graça de Deus?

sábado, 1 de dezembro de 2018

I DOMINGO DO ADVENTO
ANO C


Hoje começa o Advento, um tempo novo, de espera ativa no amor aos irmãos, vigilante na fé, persistente na oração, em que somos convidados a iniciar uma caminhada, de fé e esperança, na alegria, ao encontro d’Aquele que é o início e o fim de todas as coisas, Jesus, o Messias anunciado.
Na 1ªleitura (Jer 33, 14-16) Jeremias, garante-nos que o nosso Deus é fiel e cumpre sempre as Suas promessas. Alegremo-nos, pois o Senhor fará germinar, de David, um rebento de justiça que nos salvará a todos. 
“Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».” 


Na 2ªleitura (1 Tes 3, 12 – 4, 2) S. Paulo exorta-nos a crescer na caridade uns para com os outros. Eis um bom desafio para a caminhada deste Advento. 
“Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.”


No evangelho (Lc 21, 25-28.34-36) S . Lucas projeta-nos para o último momento da vinda do Senhor Jesus e fá-lo alertando-nos para a necessidade de vigiarmos e orarmos em todo o tempo. Mais duas boas achegas a seguir no caminho deste advento. 
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».” 


Vem, vem Senhor Jesus, que o meu coração se deixe iluminar por Ti.

sábado, 24 de novembro de 2018

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO


Eis-nos chegados ao final do Ano Litúrgico B! O fim do ano litúrgico é celebrado com uma festa – Jesus Cristo, Rei do Universo – que faz a ponte com o Ano Litúrgico C, que iniciaremos na próxima semana. Afinal, a unidade é sempre feita em Jesus Cristo, tudo se orienta para Ele, quer no princípio, quer no fim, Ele é o Alfa e o Ómega, o Senhor do Universo.


Na 1ªleitura (Dan 7, 13-14) Daniel profetiza a vinda do “Filho do homem”, isto é de Jesus Cristo, como o Salvador, o Rei, não só do povo escolhido, mas de todas as nações, por isso também é o nosso Rei e Senhor. Louvemo-l’O e exaltemo-l’O, por todas as maravilhas que fez em nosso favor. 
“Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído.” 


Na 2ªleitura (Ap 1, 5-8) S.João diz-nos que o reino, que é anunciado por Daniel na 1ªleitura, já se realizou em Jesus e continua vivo e atuante, hoje em dia, no meio de nós. Entreguemo-nos de alma e coração, deixemos que Ele nos habite por inteiro, para que, um dia, na plenitude dos tempos Deus, Amor Infinito, seja tudo em todos. 
“Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen. Ei-l’O que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por sua causa hão de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Ámen. «Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há de vir, o Senhor do Universo».” 


No evangelho (Jo 18, 33b-37) S. João conta-nos como Jesus confirmou a Sua realeza. Efetivamente Jesus é o Filho Único de Deus, é Rei, é Senhor, mas de um mundo novo, um mundo de amor infinito por todos e por cada um individualmente, onde: poder significa servir, estar ao serviço do próximo; o trono é uma cruz, onde a ressurreição vence a morte; os primeiros são os mais pobres, os marginalizados, aqueles a quem, tantas vezes, esquecemos, ou ignoramos; os pecadores encontram o Amor; os que andam cansados e abatidos encontram alívio; o Amor Infinito é o limite. 
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».”


Senhor, bendito e louvado sejas, hoje e sempre e por toda a eternidade. Ámen.

sábado, 17 de novembro de 2018

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Estamos quase no final do Ano Litúrgico B, mais especificamente, no penúltimo domingo do tempo comum. Talvez por isso, as leituras de hoje, numa linguagem apocalítica, projetam-nos para o fim dos tempos. É tempo de olharmos para o futuro com esperança, porque Jesus nos deu a conhecer o quanto somos amados por Deus e nos garantiu que continua a caminhar connosco, para n’Ele, um dia, quando for a nossa vez, também nós podermos contemplar Deus face a face. Não estamos sós, Ele habita-nos e é a nossa força, a razão de ser da nossa esperança.



Na 1ªleitura (Dan 12, 1-3) o profeta Daniel confia-nos à proteção de S.Miguel Arcanjo. Deixemo-nos proteger pelo “grande chefe dos Anjos”! Com tão grande defensor acredito que, se fizermos a nossa parte, na procura e entrega contínuas a Deus, em todas as situações da nossa vida, seremos salvos.
“Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos, que protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia, como não terá havido até então, desde que existem nações. Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus. Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno. Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade.”


Na 2ªleitura (Hebr 10, 11-14.18) S. Paulo continua a situar-nos, tal como fez nos domingos anteriores, em Jesus o Único e Verdadeiro Sacerdote. Ao vencer a morte, Jesus, de um vez para sempre, inseriu-nos numa dinâmica de vida eterna. N’Ele é possível vencer a morte do pecado e ressuscitar para a vida. Só Ele é que nos ama, a nós os pecadores e nos resgatou para Deus. Deixemo-nos possuir pelo Amor.
Todo o sacerdote da antiga aliança se apresenta cada dia para exercer o seu ministério e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca poderão perdoar os pecados. Cristo, ao contrário, tendo oferecido pelos pecados um único sacrifício, sentou-Se para sempre à direita de Deus, esperando desde então que os seus inimigos sejam postos como escabelo dos seus pés. Porque, com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica. Onde há remissão dos pecados, já não há necessidade de oblação pelo pecado.”


No evangelho (Mc 13, 24-32) S.Marcos convida-nos a estarmos sempre vigilantes, porque não sabemos nem o dia, nem a hora em que o Senhor virá. 
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».” 

S.Miguel Arcanjo rogai por nós.