FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA -2018
Estamos ainda
em plena época natalícia, em que, de uma maneira geral, se procuram mais os
valores da família e talvez, também por isso, a Igreja, neste domingo, celebra a
Festa da Sagrada Família. É uma ajuda preciosa, para nos centrarmos nos valores
essenciais da família cristã, podermos “escutar”, “mergulhar”, um pouco, na
vivência da “Família de Nazaré”.
Na 1ªleitura (Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14)) o profeta vai-nos fazendo perceber, através do cumprimento da Lei, que tal como
Deus nos ama, também, em família, somos chamados a amar os pais e estes os seus
filhos. No fundo, se tudo for como deve ser, trata-se de uma relação de amor vivencial
entre todos os elementos da família, cada um na sua função. Somos desafiados a
apontar, na vida familiar, para a medida alta do Amor de Deus por cada um de
nós seus filhos, no Filho. A meta é esta: amar os outros perdidamente,
infinitamente, em Jesus. É assim o amor de Deus por cada um de nós, logo é
também assim que somos chamados a viver em família.
“Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou
sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e
acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos
seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida,
e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu
pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê
indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida,
porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em
desconto dos teus pecados.”
Na 2ªleitura (Col 3, 12-21) S.Paulo também recorre à Lei do
Amor de Deus, para enumerar uma série de conselhos que devemos seguir nas
relações familiares.
“Irmãos: Como eleitos de Deus, santos
e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade,
humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos
mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos
perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade,
que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual
fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em ação de graças. Habite em
vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes
uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados,
cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por
palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por
Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no
Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos,
obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não
exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.”
No evangelho (Lc 2, 41-52) Jesus estende, tudo o que
escutámos nas leituras anteriores, para lá da família mais restrita, de forma a
relacionarmo-nos com todos aqueles com quem vivemos, convivemos, nos cruzamos,
ou coexistimos, na mesma dimensão total e infinita do amor cristão: amar o
próximo como Deus nos amou. A casa do Pai vai para além da família nuclear, ou
alargada, do templo, do bairro, da cidade, do país, abrange todos. Deus ama a
todos infinitamente e quer que todos saibam disto, quer chegar a ti, a mim, a
toda a humanidade. Abramos o nosso coração de par em par, deixemo-nos amar por
Deus.
“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém,
pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era
costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o
Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que
Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre
os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua
procura. Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos
doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam
estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram
Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque
procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus
respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa
de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus
desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos
estes acontecimentos em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em
estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.”
Senhor, ensina-me a amar, ama em mim
aqueles que pões no meu caminho.