TEMPO COMUM - 2022
Neste domingo as leituras revelam-nos a dimensão infinita da misericórdia de Deus Amor, o nosso Deus. Para alguns é escândalo, mas para os que Lhe abrem o coração e se deixam abraçar por Ele, é o abrir-se a um amor maior, a uma vida com outro sentido, porque experimentamos o que é sermos verdadeiramente amados. Deixemo-nos cativar por este Amor infinito, que nunca desiste de nós, nem mesmo quando d’Ele nos afastamos. Ele vai sempre à nossa procura, desejoso de nos estreitar nos Seus braços, de nos acolher no Amor, sejam quais forem as circunstâncias em que nos encontremos. Ó Amor sem fim, como nos amas! Bendito e louvado sejas hoje e sempre, pelos séculos sem fim.
Na 1ª leitura (Ex 32, 7-11.13-14) é com espanto, mas ao mesmo tempo, também com muita alegria e esperança, que entramos na oração que Moisés faz a Deus, ao interceder pelo povo de Israel. Ele não teve receio e apelou ao que Deus tem de único e total, o Seu Amor pela Sua criatura, por cada um de nós, e Deus não resistiu e olhou, e continua a olhar, para todos e cada um de nós e a amar-nos infinitamente. Deixemo-nos amar pelo Amor.
“Naqueles
dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa, porque o teu povo, que
tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se. Não tardaram em desviar-se do caminho
que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante
dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, que te
fez sair da terra do Egipto’». O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado
este povo: é um povo de dura cerviz. Agora deixa que a minha indignação se
inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação». Então Moisés
procurou aplacar o Senhor seu Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há de
inflamar a vossa indignação contra o vosso povo, que libertastes da terra do
Egipto com tão grande força e mão tão poderosa? Lembrai-Vos dos vossos servos
Abraão, Isaac e Israel, a quem jurastes pelo vosso nome, dizendo: ‘Farei a
vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para
sempre em herança toda a terra que vos prometi’». Então o Senhor desistiu do
mal com que tinha ameaçado o seu povo.”
“Caríssimo: Dou graças Àquele que me
deu força, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me
chamou ao seu serviço, a mim que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento.
Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, quando ainda era
descrente. A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade
que temos em Cristo Jesus. É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a
aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e eu sou o
primeiro deles. Mas alcancei misericórdia, para que, em mim primeiramente,
Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que
hão de acreditar n’Ele, para a vida eterna. Ao Rei dos séculos, Deus imortal,
invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Ámen.”
“Naquele tempo, os publicanos e
os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e
os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e
come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem de vós, que
possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e
nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando
a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos
e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha
perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que
se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de
arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo
perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a
moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e
diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo:
Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se
arrependa». Jesus disse-lhes ainda: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo
disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os
bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os
seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía,
numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e
ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes
daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava
ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em
abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e
dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu
filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter
com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de
compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o
filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu
filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e
vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo
e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à
vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais
velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a
música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O
servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo,
porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então
o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos
que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um
cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse
teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o
vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é
meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão
estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».”
Senhor, meu Deus, que eu nunca duvide do Teu Amor!
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