TEMPO COMUM - 2022
Na 1ªleitura (Sab 18, 6-9) vemos como o Povo de Israel invoca o seu passado, como garantia de que Deus nunca os abandona, mas, pelo contrário, está sempre com eles, acompanha-os e protege-os ao longo da sua “História Viva”. Também, hoje, cada um de nós, ao “ler” os acontecimentos da sua própria vida, encontrará, por certo, uma relação de amor, que Deus foi estabelecendo consigo ao longo dos anos. Que à semelhança de Israel, a memória dessa vivência nos traga a certeza do amor de Deus, mesmo quando tudo parece desabar à nossa volta, e produza a constância na fé.
“A noite em que foram mortos os
primogénitos do Egipto foi dada previamente a conhecer aos nossos antepassados,
para que, sabendo com certeza a que juramentos tinham dado crédito, ficassem
cheios de coragem. Ela foi esperada pelo vosso povo, como salvação dos justos e
perdição dos ímpios, pois da mesma forma que castigastes os adversários, nos
cobristes de glória, chamando-nos para Vós. Por isso os piedosos filhos dos
justos ofereciam sacrifícios em segredo e de comum acordo estabeleceram esta
lei divina: que os justos seriam solidários nos bens e nos perigos; e começaram
a cantar os hinos de seus antepassados.”
“Irmãos: A fé é a garantia dos bens que se esperam e a
certeza das realidades que não se veem. Ela valeu aos antigos um bom
testemunho. Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento e partiu para uma terra que
viria a receber como herança; e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, morou
como estrangeiro na terra prometida, habitando em tendas, com Isaac e Jacob,
herdeiros, como ele, da mesma promessa, porque esperava a cidade de sólidos
fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus. Pela fé, também Sara recebeu o
poder de ser mãe já depois de passada a idade, porque acreditou na fidelidade
d’Aquele que lho prometeu. É por isso também que de um só homem – um homem que
a morte já espreitava – nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas do
céu e como a areia que há na praia do mar. Todos eles morreram na fé, sem terem
obtido a realização das promessas. Mas vendo-as e saudando-as de longe,
confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Aqueles que assim
falam mostram claramente que procuram uma pátria. Se pensassem na pátria de
onde tinham saído, teriam tempo de voltar para lá. Mas eles aspiravam a uma
pátria melhor, que era a pátria celeste. E como Deus lhes tinha preparado uma
cidade, não Se envergonha de Se chamar seu Deus. Pela fé, Abraão, submetido à
prova, ofereceu o seu filho único Isaac, que era o depositário das promessas,
como lhe tinha sido dito: «Por Isaac será assegurada a tua descendência». Ele
considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de
prefiguração, ele recuperou o seu filho.”
No Evangelho (Lc 12, 32-48) escutamos as parábolas que Jesus nos conta e percebemos que, em todos os momentos da nossa vida, Ele está sempre connosco e nos oferece o Seu Amor. É a uma atenção constante e vigilante que Ele nos chama, para não desperdiçarmos o Amor que gratuitamente nos oferece, em cada instante da nossa vida e, para assim, apoiados n’Ele, O podermos transmitir a todos os que vivem, se cruzam, trabalham e, ou, convivem connosco.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não temas,
pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que
possuís e dai-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro
inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde
estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração. Tende os rins cingidos e as
lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor ao voltar do
casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses
servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo:
cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os
servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada, felizes serão se assim os
encontrar. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o
ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque
na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus:
«Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor
estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração
de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em
verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo
disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’, e começar a bater em servos
e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no
dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que
tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não
se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele,
porém, que, sem a conhecer, tenha feito ações que mereçam vergastadas, levará
apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi
confiado, mais se lhe pedirá».”
Senhor, que o meu coração se abra completamente a Ti e confie totalmente e sempre no Teu Amor infinito por cada um de nós. Dá-me uma fé atenta e vigilante.
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