sábado, 29 de janeiro de 2022

Ano C -2022

DOMINGO IV DO TEMPO COMUM

As leituras deste domingo desafiam-nos a permanecer no Amor, isto é, a deixarmo-nos escolher e amar por Deus, que é Amor, e a darmos testemunho d’Ele na nossa vida. Para lá de todos os problemas e dificuldades, ou tragédias, porque passamos na vida, Jesus ensina-nos a confiar sempre e totalmente em Deus Uno e Trino – “Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho”. Em tudo o que fazemos e somos, confiemos e entreguemo-nos a Deus, que é todo Amor e não sabe senão dar-se continuamente por todos e por cada um de nós em particular.

 

Na 1ª leitura (Jer 1, 4-5.17-19)  percebemos que, pela Palavra, Deus dá a conhecer a Jeremias a Sua vontade a seu respeito: chama-o e escolhe-o como profeta para o povo de Israel, que vive tempos complicados. Perante as dúvidas e as reservas de Jeremias, Deus dá-lhe, e dá-nos também a nós, a certeza de que estará sempre connosco e nada, nem ninguém, poderá afastar-nos do Seu Amor. Ele será sempre a nossa força.

“No tempo de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta entre as nações. Cinge os teus rins e levanta-te, para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles, senão serei Eu que te farei temer a sua presença. Hoje mesmo faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e dos seus chefes, diante dos sacerdotes e do povo da terra. Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque Eu estou contigo para te salvar».”

 

Na 2ªleitura (1 Cor 12, 31 – 13, 13) S.Paulo, no que, na minha opinião, é um dos textos mais belos da bíblia, centra-nos no essencial da vida cristã: Deus Amor. A Caridade, o Amor há de ser sempre o indicador, o denunciador, ou o aferidor, da qualidade da nossa vida cristã. “Ama e faz o que quiseres” já dizia Santo Agostinho.

“Irmãos: Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados. Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a plenitude da fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita. A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O dom da profecia acabará, o dom das línguas há de cessar, a ciência desaparecerá; mas a caridade não acaba nunca. De maneira imperfeita conhecemos, de maneira imperfeita profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil. Agora vemos como num espelho e de maneira confusa, depois, veremos face a face. Agora, conheço de maneira imperfeita, depois, conhecerei como sou conhecido. Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade.”

 
No evangelho (Lc 4, 21-30) S. Lucas leva-nos a tomar uma opção em relação a Jesus: quem achamos que Ele é: o filho de José e Maria, ou o Filho de Deus? Vimos tudo o que fez e continua a fazer, hoje em dia, e, mesmo assim, não somos capazes de ir mais além e ver n’Ele o Filho amado de Deus? Não nos arde cá dentro o coração ao escutá-l’O? Que o nosso coração se abra à ação do Espírito Santo.

“Naquele tempo, Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.”


Senhor eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé.

Senhor, que eu nunca duvide do Teu Amor por cada um de nós.

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