sábado, 25 de junho de 2016

Solenidade de S.Pedro e S.Paulo


Embora, já tenha passado o dia de S. Pedro, é hoje que, a paróquia de que faço parte, celebra mais festivamente este grande santo da Igreja. É verdade que Igreja celebra, ao mesmo tempo, S.Pedro e S.Paulo, duas pedras fundamentais do caminhar com e em Cristo, mas o nosso padroeiro é S. Pedro. 


Na 1ªleitura  (Atos 12,1-11) S.Pedro encontra-se preso, à espera de ser julgado e condenado, mas Deus tinha outros planos para este santo. A comunidade está em comunhão com S.Pedro, rezando insistentemente a Deus por ele. Esta é uma das partes que mais me impressiona no texto. Primeiro a união entre todos os que formam a comunidade, depois a confiança em Deus e por fim o poder da oração. Que bom que era se reaprendêssemos a viver assim: unidos, confiantes em Deus e sempre orantes.


S.Paulo desconcerta-nos, faz-nos sentir pequenos demais. Que fé meu Deus! Que amor total ao Senhor! Que entrega sem fim. Sim, S.Paulo encontrou-se verdadeiramente com o Senhor e deixou-se amar totalmente por Deus. Com a mesma paixão, empenho e persistência com que primeiro O perseguia, passou a anunciar o Reino de Deus, a proclamar Jesus Cristo, o Messias, o Filho de Deus morto e ressuscitado, a testemunhar o amor infinito de Deus por todo e cada ser vivente. Que este grande santo desperte, em cada um de nós, uma paixão, uma entrega, um amor total a Deus, cada um ao seu jeito, claro.



S.Pedro é um santo que nos faz sentir próximos dele. Capaz do melhor, mas também do pior, S.Pedro mostra-nos como o sermos humanos e pecadores não nos impede de chegar à santidade. Ajuda-nos a perceber como é o Amor de Deus, isto é, o Senhor está sempre com aqueles que se deixam cativar por Jesus e são capazes de reconhecer o quando são amados por Ele, seja qual for a situação em que se encontrem. Basta abrir o coração e deixá-Lo entrar.



"Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». 
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus»."
Mt. 16,13-1


Senhor, que eu nunca duvide do Teu Amor.
XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Nas leituras de hoje, acompanhamos Jesus a caminho de Jerusalém. Ao longo da "viagem", somos duplamente desafiados, pois, se por um lado, sentimos o apelo à conversão misericordiosa de Deus, pelo outro, é o próprio Jesus  que nos chama a fazer o anúncio do Reino de Deus  Amor, no nosso dia a dia, a todos os que connosco convivem, através do que fazemos e somos..


Na 1ª leitura (1 Reis 19, 16b.19-21)  vemos como Deus, através do profeta Elias, chama Eliseu. O que mais impressiona, é a forma como Eliseu, um agricultor, que andava a trabalhar a terra, na sua atividade normal de cada dia (depois de se despedir dos seus pais), deixa tudo, a sua gente, os seus animais e, numa entrega total, coloca-se ao serviço do Senhor, seguindo o profeta, sem hesitação alguma. É este testemunho, de adesão incondicional ao projeto de Deus, que Eliseu nos transmite, porque, tal como ontem, também hoje, o Senhor continua a chamar cada cristão, onde quer que esteja, conviva, se desloque, ou trabalhe, a viver a sua fé até às últimas consequências. 


Na 2ª leitura (Gal 5, 1.13-18) S.Paulo diz-nos, que só seremos verdadeiramente livres, se nos deixamos conduzir pelo Espírito, que só n’Ele viveremos na caridade, amando o próximo como a nós mesmos. Deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo, como nos aconselha este grande santo.


No Evangelho é Jesus que nos convida a deixar tudo e a segui-Lo. Pede-nos que anunciemos o Reino de Deus, não pela força, mas pelo nosso testemunho de vida. Os atos falam mais alto do que as palavras! Deixemos que o nosso coração todo se entregue a Deus Amor e O irradie em tudo o que somos e fazemos, onde quer que estejamos. 

"Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?». Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E seguiram para outra povoação. Pelo caminho, alguém disse a Jesus: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça». Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». Disse-lhe Jesus: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus». Disse-Lhe ainda outro: «Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família». Jesus respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus»".
 
Lc 9, 51-62 



Senhor, que eu me deixe guiar pelo Teu Santo Espírito.

sábado, 18 de junho de 2016

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Nas leituras deste domingo somos interpelados quanto às razões da nossa fé. Em quem acreditamos nós os cristãos? O que é que faz mover e existir cada batizado? Quem dá sentido à nossa existência? Em última análise,quem é Jesus para cada um de nós?


O profeta Zacarias, na 1ª leitura (Zac 12, 10-11; 13, 1), transporta-nos, por antecipação, para Jerusalém e apresenta-nos o Servo Sofredor. Perante o sofrimento do inocente, do primogénito de Deus, o pecador converte-se e toda a humanidade beneficia da misericórdia de Deus. Sempre que cada um de nós se converte, o Senhor derrama sobre nós a imensidão do Seu amor infinito. A todo o que lhe abre o coração, Ele dá-se sem medida.


S. Paulo, na 2ª leitura, fala-nos sobre o batismo e relembra-nos que, a partir do momento em que recebemos este sacramento, fomos revestidos de Cristo e passamos a ser, em conjunto com todos os batizados, um só em Jesus. 

"Irmãos: Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; todos vós sois um só em Cristo Jesus. Mas, se pertenceis a Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa."                                                                                      
 Gal 3, 26-29
   
No Evangelho (Lc 9, 18-24)  Jesus pergunta-nos, diretamente, quem dizemos que Ele é. E podemos dar-lhe a mesma resposta de S. Pedro. Resta saber o que fazemos depois, quando Jesus continua e diz «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á». S.Pedro foi até ao fim,deu a sua vida por Jesus. 


Senhor, neste ano da misericórdia, peço-te que me inundes com o Teu Amor, para que também eu possa tomar a minha cruz de todos os dias e seguir-Te. 

domingo, 12 de junho de 2016

XI DOMINGO DO TEMPO COMUM


Hoje somos desafiados, através das leituras deste domingo, a reconhecermos o nosso pecado, a ultrapassarmos preconceitos, castas, rótulos  e a acolhermos, de coração aberto, a Misericórdia de Deus. Somos convidados a deixarmo-nos envolver, repassar pelo Amor Infinito de Deus por cada um de nós. Como Deus nos ama!


O rei David, que foi escolhido por Deus, na 1ªleitura (2 Sam 12, 7-10.13) mostra-nos outro lado da sua grandeza, ao reconhecer o seu pecado, quando o profeta Natã o interpela. Deus, perante um coração arrependido, embora não elimine a consequência do pecado, ama o pecador. O que fez com David continua a fazer com cada um de nós, hoje em dia, isto é, não nos condena, ama-nos.


Na 2ª  leitura (Gal 2, 16.19-21) S. Paulo diz-nos que não é o cumprimento da lei que nos salva, mas a fé em Jesus Cristo. Só em Jesus seremos salvos, só n'Ele viveremos para Deus.


O Evangelho de hoje é a manifestação da misericórdia divina para com os pecadores que manifestam arrependimento. Deus está sempre do nosso lado, pronto a perdoar quem d'Ele se aproxima de coração sincero. Contrariamente a nós, que somos muito prontos a condenar, Deus ama sempre e sem condições. É assim o nosso Deus. Deixemo-nos amar por Ele.

"Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-Lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora». Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?». Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?». Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz». Depois disso, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a Boa Nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus com os seus bens."   

 Lc 7, 36 – 8, 3 


Tem compaixão de mim Senhor, que sou pecadora.

sábado, 4 de junho de 2016

X DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje conduzem-nos ao encontro do Senhor da Vida. É Jesus (o caminho, a verdade e a vida) que, na Sua infinita misericórdia, acolhe a dor humana e torna Deus presente no meio de nós, com o triunfo da vida sobre a morte.


Na 1ª leitura (1 Reis 17, 17-24) somos confrontados connosco próprios ao acompanharmos os sentimentos daquela mãe, que se revolta quando o filho morre e interpela, culpa o profeta. Mas não fiquemos no desespero, pois a atitude de Elias desafia-nos a ultrapassarmo-nos e a confiarmos totalmente em Deus. E, quando a nossa alma se Lhe entrega de verdade, o milagre da vida acontece.


S.Paulo, na 2ª leitura (Gal 1, 11-19)  traz-nos à memória a sua conversão, centra-nos na iniciativa de Deus. Para S. Paulo é do Deus da Vida que se trata, só Ele é o fundamento da sua conversão,da sua fé cristã. Está mais que justificada a sua legitimidade em fazer parte daqueles que antes perseguia. E sela essa pertença ao subir a Jerusalém e ficar com Pedro durante 15 dias.


No Evangelho Jesus ensina-nos como Deus é Misericórdia. Mas, esta leitura, é também ocasião para contemplarmos Jesus homem e Deus: ao ver o sofrimento daquela mãe compadeceu-se e agiu. É caso para concluirmos que Deus nunca fica indiferente perante os nossos dramas e sofrimento. Compadece-se e está sempre connosco, ainda que nos possa parecer o contrário. Ele ama-nos mesmo e infinitamente, tal como mostrou no caso desta mãe, que era viúva, pobre entre os mais pobres.

"Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas." 
Lc 7, 11-17 



Senhor que eu me deixe repassar pela Tua Misericórdia e de Ti aprenda a viver essa mesma misericórdia no meu dia a dia.