sábado, 28 de abril de 2018

V DOMINGO DA PÁSCOA


As leituras de hoje projetam-nos para a vida da comunidade a que pertencemos. Tornam-nos presente que só Jesus é a verdadeira vide a quem pertencemos, e só n’Ele, sob a ação do Espírito Santo, crescemos realmente. Também vamos intuindo que necessitamos da comunidade para percebermos como vivemos de Deus, na nossa relação com os irmãos, sujeitos à poda do que, em nós, não dá fruto. Afinal, o primeiro mandamento que temos, passa também por amar os outros, como Deus nos ama, ou seja deixar que Deus os ame através de nós, connosco.


A 1ª leitura (Atos 9, 26-31) parece que se passa hoje, em algumas das nossas comunidades, pois também muitos dos que vêm, pela primeira vez, às nossas celebrações, são olhados com desconfiança, ou até mesmo com animosidade. Não admira, mesmo nada, o que aconteceu a S.Paulo, ainda mais se pensarmos na fama que o precedia! Demos graças e louvemos a Deus por S.Barnabé e por todos os que, hoje, como ele, nas nossas comunidades, acolhem os que procuram Deus de coração sincero.
“Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.” 


Na 2ªleitura (1 Jo 3, 18-24) S. João dá-nos um processo prático para avaliarmos se efetivamente andamos nos caminhos do Senhor: basta olharmos para os nossos atos e vermos se, estes, refletem que amamos os que connosco convivem, trabalham, ou se cruzam, no dia a dia da vida. E aí o papel da comunidade, de que fazemos parte, é essencial, pois, todos os que a formam, são barómetro do nosso amor aos irmãos, são eles que nos ajudam a perceber por onde andamos nos caminhos de Deus.
“Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu.”


No Evangelho de hoje recebemos de Jesus a garantia de que Ele é a verdadeira videira, da qual recebemos a seiva que nos alimenta no nosso caminho para Deus. N’Ele, sob a ação do Espírito Santo, estamos enraizados e tudo o que, em nós não presta, o Senhor poda, para que possamos continuar a caminhar, em conjunto com todos os que fazem parte da Sua vinha. Alicerçados em Jesus, nada nos impedirá de amar os nossos irmãos e de, com eles, em comunidade, testemunharmos o quanto Deus ama, infinitamente, todos os seres viventes.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».”
 Jo 15, 1-8


Senhor, ensina-me a amar todos os que pões no meu caminho. Que o Teu Amor chegue até àqueles a quem queres chegar através de mim. Que eu saiba ser o elo de transmissão que Tu queres que eu seja.

domingo, 22 de abril de 2018

IV DOMINGO DA PÁSCOA


Nas leituras deste domingo somos desafiados a confiar plenamente em Jesus, Nosso Senhor, o nosso Bom Pastor. Hoje, todas as leituras nos falam de Deus Amor, de uma forma tanto bela e pueril, como desconcertante, mas sempre desinquietante.


Na 1ªleitura (Atos 4, 8-12) acompanhamos Pedro, que é interrogado, pelos anciãos do povo, sobre a cura que tinha feito a um enfermo, em nome de Jesus. Em resposta, S.Pedro, que negou Jesus, durante a Paixão, agora, cheio do Espírito Santo, anuncia-lhes, com uma coragem imensa e um desassombro espantoso, Jesus Ressuscitado como a pedra angular que eles rejeitaram. Que transformação! Façamos como S.Pedro e abramos o nosso coração à ação do Espírito Santo.
 “Naqueles dias, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».” 


Na 2ªleitura (1 Jo 3, 1-2) é muito bom escutar o que S.João nos diz sobre a nossa filiação divina. E, porque somos filhos no Filho, sabemos que n’Ele tudo é possível, até amar os que nos fazem mal, os nossos inimigos. Entreguemo-nos a Jesus ressuscitado e deixemos que Ele nos habite, por inteiro, para que o Seu Amor alcance aqueles a quem quer chegar através de nós.
“Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é.” 


No Evangelho escutamos o próprio Jesus, que nos explica, através do exemplo do pastor , o quanto nos ama, até onde vai o Seu Amor pela ovelha tresmalhada. E como Ele nos ama! Bendito seja Deus.
“Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».” 
Jo 10, 11-18 


Meus Senhor e meu Deus, que eu nunca duvide do Teu Amor, por mim, por cada ser criado, crente, ou não crente.

sábado, 14 de abril de 2018


III DOMINGO DA PÁSCOA


As leituras de hoje desafiam-nos a sermos testemunhas do Amor de Deus no nosso quotidiano, onde estivermos, vivermos, ou nos deslocarmos. Este desafio é feito numa dupla perspetiva, pois, por um lado, é baseado no testemunho de vida dos que conviveram com Jesus antes da Sua morte, mas também nos que O viram e com Ele estiveram, comeram, falarem e se encontraram depois da Sua Ressurreição. É o Espírito Santo em nós, que nos transforma em testemunhas do Ressuscitado, como fez com os primeiros discípulos. Abramos o nosso coração, de par em par, à ação do Espírito do Senhor e deixemo-nos moldar por Ele.


Na 1ªleitura (At 3, 13-15.17-19) Pedro, que também teve as suas dificuldades no crescimento da fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, ao anunciar Jesus Ressuscitado, analisa o que se passou na crucifixão e morte de Jesus, mas não condena, antes pelo contrário, apela à conversão. Pedro testemunha na sua vida, através de palavras e gestos, que Jesus está vivo, ressuscitado, habita em nós e n’Ele é sempre possível a conversão e o perdão dos pecados. O Amor de Deus ultrapassa sempre o nosso pecado. Deus ama-nos na nossa totalidade! Deixemo-nos amar por Ele.
“Naqueles dias, Pedro disse ao povo: «O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais, glorificou o seu Servo Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a soltá-l’O. Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação dum assassino; matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos, e nós somos testemunhas disso. Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância, como também os vossos chefes. Foi assim que Deus cumpriu o que de antemão tinha anunciado pela boca de todos os Profetas: que o seu Messias havia de padecer. Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados».” 


Na 2ªleitura  (1 Jo 2, 1-5a)  o testemunho de S.João vai na mesma linha do de S.Pedro, que escutámos na 1ªleitura, pois somos chamados a dar testemunho do Amor de Deus na nossa vida, na certeza de que Deus nos perdoa os nossos pecados e de que ultrapassa em misericórdia, em amor infinito, todas as nossas misérias e limitações. E é desse Amor total, sem limites, que vai para além de tudo o que possamos imaginar, que somos chamados a dar testemunho, na nossa vida, onde quer que estejamos. Como nos amas Senhor! Muito, muito obrigada. Louvemos e demos graças a Deus, pelo Seu Amor por todos e por cada um de nós.
“Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai. Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro. E nós sabemos que O conhecemos, se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-l’O e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Mas se alguém guardar a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito.” 


No Evangelho (Lc 24, 35-48) de hoje misturam-se, em nós, que nos projetamos também naquela sala, sentimentos diferentes: primeiro surpreendemo-nos com a dificuldade dos primeiros discípulos em acreditarem que Jesus estava ali, no meio deles, que tinha ressuscitado; depois, alegramo-nos com todos, quando O reconhecem e se entregam de coração; a seguir, no Espírito Santo, entendemos o que Jesus nos explica; por fim, sentimo-nos impelidos a testemunhar, com a nossa vida, o Amor Infinito de Deus, por cada ser por Ele criado.
“Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».” 
  

Senhor, envia sobre mim o Teu Santo Espírito, para que dê testemunho do Teu Amor, todos os dias da minha vida.

sábado, 7 de abril de 2018

II DOMINGO DA PÁSCOA -
DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA


Nas leituras deste segundo Domingo da Páscoa somos desafiados a ser testemunhas do Senhor Ressuscitado nos nossos dias, onde quer que vivamos, nos encontremos, ou trabalhemos. Em todo e qualquer local, tempo, ou situação da nossa vida, Jesus Ressuscitado está connosco e, enraizados n’Ele, somos impulsionados a demonstrar, na nossa vida do dia a dia, o quanto Deus ama todos os homens. É o Amor de Deus, a Sua misericórdia infinita, por todos e por cada ser vivente, que somos chamados a celebrar, com mais intensidade, neste Domingo da Divina Misericórdia.


Na 1ªleitura (Atos 4, 32-35) somos introduzidos na vivência das primeiras comunidades cristãs que, unidas numa só fé, num só coração e numa só alma, agiam conforme os ensinamentos de Jesus, de forma a que todos partilhassem tudo o que tinham e ninguém passasse necessidades. Que o Senhor nos converta, de coração, para, pela Sua Divina Misericórdia, aprendermos a viver em verdadeiro espírito de comunidade, tal como faziam os primeiros cristãos.“A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma; ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum. Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus com grande poder e gozavam todos de grande simpatia. Não havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que depunham aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade.”



Na 2ªleitura (1 Jo 5, 1-6) S. João convida-nos a deixarmo-nos: mergulhar no Amor infinito de Deus; inundar pelo Espírito Santo; ser transmissores, no quotidiano da vida, da “loucura” do Amor de Deus por cada ser por Ele criado; dar testemunho, pela ação do Espírito Santo em nós, de que acreditamos em Jesus Ressuscitado. “Caríssimos: Quem acredita que Jesus é o Messias, nasceu de Deus, e quem ama Aquele que gerou ama também Aquele que nasceu d’Ele. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos, porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o vencedor do mundo senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo; não só com a água, mas com a água e o sangue. É o Espírito que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.”


No evangelho, se por um lado, há uma mistura de sentimentos contraditórios que se digladiam no nosso coração, por outro lado, há a certeza da ressurreição de Jesus, que nos enche de esperança e de vida. E são aqueles, que vivenciaram estes momentos, que nos transmitem a evidência dos acontecimentos. Contra factos não há argumentos, Jesus está vivo, Ressuscitou, habita-nos por inteiro: Meu Senhor e meu Deus! Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.” 
Jo 20, 19-31


«Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Batismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos».

domingo, 1 de abril de 2018

SOLENIDADE DA PÁSCOA DO SENHOR JESUS


As leituras do Domingo de Páscoa introduzem-nos no mistério maior da nossa fé, a ressurreição de Jesus. Mergulhados no imenso Amor de Deus, que Seu Filho nos revela, percebemos que a partir da ressurreição de Jesus tudo passa a ser diferente, a vida ganha outro sentido. Sabemos, agora, o quanto somos preciosos para Deus, o quanto Deus ama cada um de nós, a ponto de sermos redimidos pelo próprio Filho de Deus. Agora podemos branquear a nossa alma n’Ele, que de braços abertos nos acolhe e estreita contra o seu peito. Deixemo-nos habitar por este Amor sem fim, para que também os que connosco convivem, ou se cruzam nas estradas da vida, possam sentir-se totalmente amados por Deus.
Na 1ª leitura (At. 10, 34a, 37-43) escutamos Pedro, completamente entregue à missão que Jesus lhe confiou, levando a boa nova de Jesus ressuscitado a Cornélio e à sua casa, família e empregados, escravos, ou homens livres, que não pertenciam ao povo judaico. É a abertura do anúncio da salvação, que se vai estender pelo mundo inteiro e é para todos os homens, de qual quer raça, povo, ou nação. Deus quer chegar ao coração de todos, sem exceção, servindo-se daqueles que entende e Lhe abrem o seu coração. Começou com os doze e chegou aos nossos dias.
“Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n'O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos. Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. É d'Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».”

Na 2ª leitura (Col. 3, 1-4) S.Paulo reintroduz-nos no nosso batismo, pelo qual recebemos o Espírito Santo e a garantia da ressurreição. N’Ele somos exortados a viver conforme Jesus nos ensinou, afeiçoando-nos às coisas do alto e não às da terra.
“Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Cristo Se encontra, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, então também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.”

No Evangelho acompanhamos, primeiro Maria Madalena e depois João e Pedro na ida ao sepulcro, onde estava depositado o corpo de Jesus. As reações são diferentes, pois parece que Maria Madalena e João tiveram mais facilidade em acreditar na ressurreição de Jesus do que Pedro. É engraçado verificar que, para eles, que tinham convivido com Jesus, foi difícil acreditar que Ele tinha ressuscitado. Não admira que, ainda hoje, haja muita gente que não acredite que Jesus ressuscitou. Que, pelo nosso testemunho e oração, testemunhemos que verdadeiramente Jesus ressuscitou, está vivo, habita-nos por inteiro e o Seu Amor por nós não tem fim.
“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.”
Jo 20, 1-9



Senhor, eu te louvo e bendigo por nos amares tão infinitamente. A ti o louvor a glória a honra e o poder pelos séculos sem fim.