sábado, 2 de junho de 2018

IX DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras deste domingo vêm na continuidade da solenidade que celebrámos na passada quinta-feira. Na verdade, ao celebrarmos o Domingo, como o Dia do Senhor, fazemo-lo tendo como centro a Festa do Amor, que é cada Eucaristia. Terminada a semana de trabalho, inicia-se uma nova etapa, que é a nova semana, retemperando forças e, sobretudo, recebendo o Amor de Deus, quer pela sua Palavra, quer pelo Seu Corpo e Sangue, quer pela comunhão com os irmãos. E essa força impulsionadora, que recebemos de Deus, pelo Seu Santo Espírito, há de ser o motor que nos guiará ao longo da nova semana em tudo o que formos e fizermos. Deixemo-nos habitar pelo Amor!


Na 1ªleitura (Deut 5, 12-15) somos convidados a ligar toda a nossa história e a percebermos que necessitamos de tempo de descanso para o fazer. Só com o corpo e a mente livres, descansados em Deus, somos capazes de encontrar, no mais profundo de nós mesmos, o imenso Amor com que O Senhor tem conduzido toda a nossa história. E, nessa comunhão íntima com Deus, celebraremos, em conjunto com os irmãos, as maravilhas de Deus. Trata-se de uma resposta de amor ao Amor (e não de uma obrigação), que acontece quando paramos e nos deixamos encontrar por Ele.
“Eis o que diz o Senhor: «Guarda o dia de sábado, para o santificares, como te mandou o Senhor, teu Deus. Trabalharás durante seis dias e neles farás todas as tuas obras. O sétimo, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nele qualquer trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a tua escrava, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem nenhum dos teus animais, nem o estrangeiro que mora contigo. Assim, o teu escravo e a tua escrava poderão descansar como tu. Recorda-te que foste escravo na terra do Egipto e que o Senhor, teu Deus, te fez sair de lá com mão forte e braço estendido. Por isso, o Senhor, teu Deus, te mandou guardar o dia de sábado».” 


Na 2ªleitura (2 Cor 4, 6-11) é bela, mesmo muito bela, a forma como S.Paulo nos fala do Amor de Deus. É verdade que somos vasos de barro, cuja fragilidade o Senhor bem conhece, mas o tesouro que transportamos é de valor incalculável. Deixemos que o Senhor faça de nós o vaso que O transporta, para que a luz que colocou no nosso coração, possa chegar, em toda a sua beleza e esplendor, que se reflete no rosto de Cristo, a todos os homens. “Irmãos: Deus, que disse: «Das trevas brilhará a luz» fez brilhar a luz em nossos corações, para que se conheça em todo o seu esplendor a glória de Deus, que se reflete no rosto de Cristo. Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério, para que se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós. Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados; andamos perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, a fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus. Porque, estando ainda vivos, somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus, para que se manifeste também na nossa carne mortal a vida de Jesus.”


No Evangelho, é o próprio Jesus que nos fala do quanto Deus é Amor misericordioso, e nos diz também que Ele põe sempre o Amor em primeiro lugar. A lei virá depois e, mesmo assim, só tem sentido se estiver ao serviço do homem, para que este encontre a verdadeira vida, a verdadeira felicidade. Deus é Amor e está acima de qualquer lei, ou melhor, Ele veio dar sentido à lei. Deixemos que o Amor nos habite por inteiro.
"Passava Jesus através das searas, num dia de sábado, e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas. Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido». Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros tiveram necessidade e sentiram fome? Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e os deu também aos companheiros». E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado». Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada. Os fariseus observavam Jesus, para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O. Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio». Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada. Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele."
 Mc 2, 23 – 3, 6

Senhor, que eu nunca duvide do Teu Amor por todos e por cada um de nós individualmente.

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