quinta-feira, 31 de maio de 2018

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO


Ao escutar as leituras deste dia e, ao comparar a primeira (Ex 24, 3-8) com a segunda leitura (Hebr 9, 11-15), damo-nos conta de como é diferente a forma como celebramos a Aliança de Deus antes e depois da vinda do Filho de Deus a este mundo, antes e depois da Ressurreição de Jesus. A Nova Aliança selada com o Sangue do Filho Único de Deus, foi realizada de uma só vez e torna-se presente, viva, no sacramento da Eucaristia, naquele pedacinho de pão, tão pequenino e fininho, sujeito a todas as vulnerabilidades deste mundo, mas que encerra o maior tesouro dos tesouros que alguém, por mais rico que seja, possa possuir. E depois é um tesouro ao alcance de todo o coração que O deseja sinceramente, e que se despoja de si mesmo para se encher todo d'Ele e só d'Ele. Ele sim é o verdadeiro tesouro que não se corrompe e ninguém nos pode tirar: o Amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, Seu Filho único, que por Amor ao Pai, se entrega totalmente por todos e por cada um de nós. 

“Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de toiros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida.” 
Hebr 9, 11-15


No evangelho somos convidados a contemplar o maior milagre de amor, “a mais bela invenção do amor” alguma vez vivenciada pelo género humano: a Eucaristia. “O poder e amor infinitos de Jesus não ficam reduzidos a um puro símbolo que lembra apenas a sua passagem por este mundo. Ele quis permanecer connosco, realmente presente, no pão partido e no cálice consagrado da nova aliança. No altar de todas as igrejas, no sacrário do templo mais simples, no ostensório mais artístico que sai hoje em procissão pelas ruas das cidades, Jesus, o Salvador, o Senhor, está verdadeiramente presente.”
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS


“O quadro da Última Ceia enquadra o simbolismo da entrega, como antecipação da morte e da ressurreição de Jesus, fixando o Seu desejo e a Sua oferenda. A Cruz realiza o que Jesus antecipa na Ceia Pascal. Ele dá-Se, entrega o Seu Corpo, entrega o Seu sangue, entrega a Sua vida. A Cruz é a expressão e a certeza do Seu amor, de um amor encorpado (materializado) nas Suas palavras, nos Seus gestos, no suportar da Cruz e no oferecimento ao Pai da Sua vida, corpo, alma e espírito: Pai nas Tuas mãos entrego o Meu espírito! É o Meu corpo. É o Meu sangue. É a minha vida. Podia ser uma expressão simbólica e romântica, mas é real, física, carnal, Jesus nasce, vive e é morto na Cruz, depois de um processo apressado por aqueles que O viam como uma ameaça. A Eucaristia, sacramento por excelência do mistério pascal, atualiza, torna presente o Corpo de Jesus, a Sua entrega, a Sua morte e ressurreição. O símbolo – o pão e o vinho – realiza o que significa. A crucifixão não se repete, Jesus oferece-Se uma vez para sempre. Os sacramentos, especialmente a Eucaristia, por ação do Espírito Santo, em Igreja (Corpo de Cristo), fazem com que a morte e ressurreição aconteçam (sacramentalmente) no nosso tempo, na nossa vida. Jesus torna-Se nosso contemporâneo. Está ali, como prometeu – Eu estarei convosco até ao fim dos tempos – está ali não às migalhas ou às prestações, mas presente totalmente, com o Seu corpo e com o Seu sangue!”
 Pe. Manuel Gonçalves


“No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: «O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?». Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo». Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus». Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras.”

 Mc 14, 12-16.22-26 


Senhor, bendito e louvado sejas, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Mil graças Senhor pelo Teu Amor.

sábado, 26 de maio de 2018

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE


Hoje a Igreja está em festa, pois celebra a festa do Amor, de Deus Uno e Trino. E é, neste mistério de três pessoas distintas, numa só natureza, que participamos a partir do momento em que somos batizados. É na comunhão do Amor Divino que somos mergulhados, quando recebemos o sacramento do Batismo, passando a fazer parte da Igreja, a “esposa”, eternamente amada por Deus.


Na 1ªleitura (Deut 4, 32-34.39-40) entramos em contacto com o Deus da nossa história, fazendo memória do caminho que Deus fez com o Seu povo. Somos convidados a olhar para todas as provas do Amor do Senhor, e da Sua fidelidade, apesar de tantas infidelidades do povo de Israel, como garantia de que fará o mesmo com cada um de nós, isto é, nunca nos deixará sós, estará sempre connosco, até ao fim dos tempos, amando-nos infinitamente.
“Qual foi o deus que formou para si uma nação no seio de outra nação, por meio de provas, sinais, prodígios e combates, com mão forte e braço estendido, juntamente com tremendas maravilhas, como fez por vós o Senhor vosso Deus no Egipto, diante dos vossos olhos? Considera hoje e medita em teu coração que o Senhor é o único Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não há outro.”


Na 2ªleitura (Rom 8, 14-17)   S.Paulo centra-nos na nossa identidade de filhos, no Filho e somo-Lo mesmo, filhos de Deus, por isso deixemo-Lo estreitar-nos nos Seus braços e chamemos-Lhe Abá. Entreguemo-nos de coração a este amor sem limites. Deus continua enamorado da Sua Igreja, de cada um e de todos nós.
“Irmãos: Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o Espírito de adoção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai». O próprio Espírito dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.”


No evangelho (Mt 28, 16-20) Jesus dá-nos a missão de O anunciarmos nos nossos ambientes e  periferias, ou por onde nos deslocarmos, na continuidade do que disse aos Seus discípulos. Façamos a nossa parte.
“Naquele tempo, os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».”


Senhor, que o meu coração se abra à ação do Teu Santo Espírito.
Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor!

sábado, 19 de maio de 2018

SOLENIDADE DE PENTECOSTES


Hoje celebramos a Festa de Pentecostes, fazemos memória do nascimento da Igreja, da descida do Espírito Santo sobre Maria Santíssima e os Apóstolos reunidos no Cenáculo. Para dar continuidade ao que era pedido no domingo passado, os apóstolos e nós, homens e mulheres de hoje, necessitamos de nos deixar repassar pelo Espírito Santo, que Jesus nos envia, de junto do Pai. Terminado o tempo pascal é a hora de, cheios do Espírito Santo, anunciarmos na vida, do dia a dia, no que somos e na forma como agimos: o Amor infinito de Deus, por cada ser vivente; o triunfo do Amor em Jesus que está ressuscitado, vive em nós e venceu a morte.


Na 1ª leitura (Atos 2, 1-11) S. Lucas situa-nos num mesmo lugar, com os apóstolos, ainda cheios de medos e angústias, sem saberem o que fazer. E é neste contexto que percebemos a ação do Espírito Santo: Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».” É Deus que se faz ouvir, entender, por todos aqueles povos de diferentes línguas, através dos apóstolos, que se lhe entregaram, com a toda a sua fragilidade, mas também com toda a confiança. É Deus que se revela através deles e continua a manifestar-se através de outras pessoas, tendo chegado até aos dias de hoje. Façamos como os apóstolos. Agora é a nossa vez!


Na 2ªleitura (1 Cor 12, 3b-7.12-13) S. Paulo projeta-nos para a nossa missão de batizados no Espírito Santo. Cada batizado, que se deixa guiar por Jesus, que se deixa moldar pelo Seu Santo Espírito, que se encontra com Ele, no mais íntimo de si mesmo, porá a render os dons que o Senhor lhe confiou, para a continuação da construção do Seu Reino de Amor. Somos todos necessários ao “bem comum”, à Igreja, cada um ao seu jeito, com a sua missão. “Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor» a não ser pela ação do Espírito Santo. De facto, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um único Espírito.”


No Evangelho (Jo 20, 19-23)  somos reconduzidos ao mesmo acontecimento da 1ªleitura, só que, desta vez, por S. João, que nos centra no nascimento da Igreja, na missão que Jesus confiou aos seus apóstolos. Deixemos que o Espírito Santo continue, em nós, a missão iniciada com os primeiros apóstolos, com os que, naqueles primeiros tempos, se deixaram habitar totalmente pelo Espírito Santo de Deus. “Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».”



Senhor, enviai sobre mim o Vosso Santo Espírito e enchei-me do Vosso Amor, para que, verdadeiramente, seja Tua testemunha na minha vida.

sábado, 12 de maio de 2018

ASCENSÃO DO SENHOR JESUS
-13 de Maio de 2018-


Neste domingo a Igreja celebra a Ascensão de Nosso Senhor, Jesus Cristo e, simultaneamente, como é o dia 13 de maio, o nosso coração agradece, com mais fervor, neste dia, o dom de Deus à Igreja, de Sua mãe Maria Santíssima.


As leituras do Domingo da Ascensão centram-nos, ao mesmo tempo, em duas realidades diferentes: por um lado somos convidados a contemplar a subida de Jesus aos céus, é o momento da partida, da separação; mas, por outro lado, porque Jesus foi preparando a Sua subida para o Pai, damo-nos conta de um movimento, de um impulso, para sairmos de nós próprios e, conscientes de que Ele continua connosco, “partirmos”, em conjunto com os apóstolos, a anunciar o amor de Deus a todos aqueles que, nos nossos caminhos, O procuram de coração sincero.


Na 1ªleitura (Atos 1, 1-11) também nós escutamos a pergunta feita pelos dois homens vestidos de branco: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu». E, porque os Apóstolos continuaram a missão que Jesus lhes confiou e, assim, a Boa Nova de Jesus Ressuscitado, por nosso amor, chegou até nós, homens e mulheres do séc.XXI, recebemos, naquela refeição, mas também em cada  eucaristia em que participamos, as palavras de Jesus como missão, também dirigida a cada um de nós, hoje e sempre: «mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Que na nossa vida quotidiana sejamos testemunhas do Amor de Deus!


Na 2ªleitura (Ef 1, 17-23) S.Paulo relembra-nos a imensa graça que temos pelo facto de sermos crentes, de termos fé e o Espírito Santo nos habitar. E, quando nos reconhecemos assim amados por Deus, todo o nosso ser exclama e agradece, desejando que todos as outras pessoas, principalmente aquelas que conhecemos, na família, no trabalho, na nossa rua, ou que, ocasionalmente, se cruzam connosco, se sintam também assim, verdadeira e infinitamente amadas por Deus, tal qual são.
“Irmãos: O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há de vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.” 


No Evangelho (Mc 16, 15-20) recebemos de Jesus a missão de levar o Evangelho a todo o lugar por onde andarmos. Não podemos deixar de o fazer, pois todos têm o direito a ser felizes, de conhecerem o quanto Deus os ama. Façamos a nossa parte.
“Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.” 


Envia Senhor sobre mim o Teu Santo Espírito, para que, sob a Sua ação, eu seja Tua testemunha, por onde quer que ande.

sábado, 5 de maio de 2018

VI DOMINGO DA PÁSCOA


Os textos deste domingo são uma interpelação a contemplarmos Deus Amor, mas de forma ativa, deixando-nos repassar por Ele, que é o Amor vivo, presente a tempo inteiro, em todo o nosso ser. Se nos deixarmos fazer, habitar, por Deus Amor, então seremos transmissores, para todos os que convivem, se cruzam, trabalham connosco, do quanto Deus os ama, isto é, infinitamente, perdidamente. As leituras de hoje, sendo extraordinariamente belas e, ao mesmo tempo, verdadeiramente desafiantes para todo e qualquer cristão, centram-se no nosso mandamento principal: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.


Na 1ªleitura (Atos 10, 25-26.34-35.44-48)  S. Pedro é testemunha de que o Espírito Santo age em todos os homens, que o procuram de coração sincero, seja qual  for a sua raça, tribo, ou nação. Na casa de Cornélio, S.Pedro alarga a Igreja à sua dimensão universal, para lá do povo escolhido. Jesus, quando veio até nós, trouxe a salvação a toda a humanidade.


Na 2ªleitura (1 Jo 4, 7-10) S.João fala-nos d’Aquele que verdadeiramente transformou a sua vida: Deus Amor. E a forma como o faz é reveladora do seu amor a Deus, cimentado em  Jesus, transmitindo-nos a sua experiência, isto é,  que o essencial do viver cristão é acreditarmos no Amor de Deus, centrado em Jesus Seu Filho, e n’Ele comunicado a todos os que nos rodeiam. O quanto amamos os outros reflete a medida do nosso  amor a Deus, que nos amou primeiro e nos enviou Seu Filho para n’Ele vivermos. Deixemo-nos amar por Deus Amor e a nossa vida testemunhá-Lo-á. Então, sim, seremos verdadeiros veículos de transmissão do Seu Amor.
“Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.” 


O Evangelho (Jo 15, 9-17) revela-nos a dimensão do amor de Jesus ao Pai. A Sua intimidade com o Pai foi total, a sua preocupação foi sempre, até ao fim da Sua vida na terra, fazer a vontade do Pai. E S.João transmite-nos, esta certeza, com as seguintes palavras de Jesus: 
Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. (…) Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.” 
Aceitemos o convite de Jesus, permaneçamos no Seu amor e deixemos que outros   conheçam e experimentem o Seu amor infinito por eles.


Senhor, bendito e louvado sejas porque nos amas infinitamente, tal qual somos. Que eu me deixe amar totalmente por Ti. Que eu nunca duvide do Teu amor.