sábado, 27 de janeiro de 2018

IV DOMINGO DO TEMPO COMUM



As leituras deste domingo conduzem-nos à pessoa do “Profeta”, a fim de escutarmos o seu anúncio da mensagem de Deus, a sua denúncia do que está fora do Amor de Deus e a sua correção, ou apelo à conversão, para que voltemos para a razão de ser da nossa vida, para o Único que nos ama verdadeiramente: Deus Amor.


Na 1ªleitura (Ez 2, 2-5) é o profeta Ezequiel que nos fala da sua missão. Deus, que o conhece totalmente, escolhe-o e enche-o do Seu Santo Espírito. Deus fala, através de Ezequiel, dos profetas de ontem, mas também dos profetas de hoje, que até podemos ser nós, na nossa vida, na nossa família, no trabalho, na comunidade, por onde quer que andemos. Acreditando, ou não, sabemos que Deus está ali presente, que as palavras pronunciadas são para a nossa conversão, para o nosso reencontro com Ele, para que todos conheçam como Ele ama incondicionalmente cada um de nós, a humanidade inteira. 
“Naqueles dias, o Espírito entrou em mim e fez-me levantar. Ouvi então Alguém que me dizia: «Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a um povo rebelde que se revoltou contra Mim. Eles e seus pais ofenderam-Me até ao dia de hoje. É a esses filhos de cabeça dura e coração obstinado que te envio, para lhes dizeres: ‘Eis o que diz o Senhor’. Podem escutar-te ou não – porque são uma casa de rebeldes –, mas saberão que há um profeta no meio deles».” 


Na 2ªleitura (2 Cor 12, 7-10) temos outro profeta, S.Paulo, que nesta 2ªcarta aos Coríntios, tão desconcertante, quanto experimentada na própria vida, na sua entrega total a Deus, por Cristo, nos diz: “quando sou fraco então é que sou forte”. Meus Deus, só quando batemos bem no fundo e nos sentimos angustiadamente perdidos, mas, aí mesmo, nos entregamos totalmente a Ti, é que sentimos como S.Paulo tinha razão! Bendito sejas Senhor, por nos amares sempre, tal qual somos, incluindo também quando descemos até ao fundo, ao pior de nós mesmos. 
Irmãos: Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne, – um anjo de Satanás que me esbofeteia – para que não me orgulhe. Por três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte.”


No evangelho temos “O Profeta” por excelência, isto é, o próprio Jesus, Ele mesmo, e que nos fala da Sua experiência, do que é ser profeta na Sua terra. Não é fácil, mais ainda quando nos conhecem desde que nascemos, mas é aí, na nossa família, no trabalho, na comunidade a que pertencemos, no meio dos nossos amigos e inimigos, que somos chamados a dar testemunho da nossa fé. Deixemos que o Espírito de Deus se manifeste e chegue onde e como quer, também através de nós. 
“Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.”
Mc 6, 1-6 
Senhor envia sobre mim o Teu Santo Espírito. Que eu não seja estorvo, mas caminho, para os que comigo convivem.

sábado, 20 de janeiro de 2018

III DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo as leituras continuam com a temática do chamamento. No fundo, é um tema sempre presente, pois o Senhor continua a chamar hoje,tal como ontem, mas sempre atento à dinâmica do tempo e das situações, que são sempre diferentes. Escutemo-Lo.


Na 1ª leitura (Jonas 3, 1-5.10)  o Senhor chama Jonas e envia-o a pregar aos ninivitas que, se não se arrependerem, Nínive será destruída dentro de 40 dias. E, desde o rei, até ao mais humilde dos homens, todos se convertem, levando Deus, que é infinitamente misericordioso, a desistir do castigo apregoado pelo profeta. Vale a pena o arrependimento. É grande a alegria de Deus, quando um pecador se converte, já a piedade popular o afirma, mas aqui é o próprio Deus que o manifesta. Bendito e louvado seja Deus que nos ama desta forma tão total e ilimitada.
“A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar. Jonas entrou na cidade, caminhou durante um dia e começou a pregar, dizendo: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno. Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.” 


S.Paulo, na 2ªleitura (1 Cor 7, 29-31)  exorta-nos a viver bem o tempo presente, como se fosse o último. É no hoje, é no agora, que o Senhor conta connosco. Que o nosso coração se abra ao Seu Amor, para que outros possam conhecê-Lo, responder ao Seu apelo e deixar-se amar por Ele.


No Evangelho Jesus anuncia que o reino de Deus já chegou, está entre nós, e que o caminho para nele participar é a conversão e o arrependimento. Abramos-Lhe o coração. Deixemos que Ele nos ame.

“Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho». Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus.” 
Mc 1, 14-20


Senhor, tem compaixão de mim que sou pecadora. Inunda-me com o Teu Amor, para que Ele se transmita a todos aqueles que comigo convivem, ou se cruzam nos caminhos da vida.

domingo, 14 de janeiro de 2018

II DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje realçam a importância da escuta da Palavra de Deus e da resposta consequente, nas diferentes situações do  nosso dia a dia. O Senhor “fala” connosco das mais variadas formas: na escuta da Palavra, nas pessoas que coloca nas nossas vidas, nos acontecimentos de cada dia… O segredo está na nossa disponibilidade de coração para O ouvir e na forma como respondemos ao convite para estarmos/vivermos  em comunhão com Ele, porque o Senhor continua a chamar. Abramos o  nosso coração à “voz” de Deus.


Na 1ªleitura (1 Sam 3, 3b-10.19)  Samuel escuta o chamamento do Senhor. Inicialmente não O reconhece, mas depois, com a ajuda de Heli, identifica Aquele que o chama. E, embora ainda criança, dá uma resposta de total entrega a Deus. É assim, que também nós somos desafiados, a escutar a voz de Deus, que nos chama e a responder-Lhe à semelhança de Samuel, na vida do dia a dia, seja qual for a situação em que nos encontremos, pois quem chama é o Senhor e Ele conhece-nos, no mais íntimo do nosso ser. Entreguemo-nos na totalidade do nosso coração, com tudo o que somos e temos. Deixemo-nos habitar por Ele, para que o Seu Amor chegue aos confins do mundo e repasse toda a humanidade.


Na 2ª leitura, (1Cor 6,13c-15a.17-20)S.Paulo relembra-nos que, pelo nosso Batismo, no Senhor Jesus, somos templos do Espírito Santo. Que o Senhor nos purifique com o fogo do Seu Amor. 
"Irmãos: O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito. Fugi da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo; mas o que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós e vos foi dado por Deus? Não pertenceis a vós mesmos, porque fostes resgatados por grande preço: glorificai a Deus no vosso corpo." 


A forma como S.João (Jo 1, 35-42) nos transmite o chamamento dos primeiros discípulos, leva-nos a agradecer a Deus por todos os que, ao longo da vida, contribuíram para que o nosso percurso, na procura de Deus, nos conduzisse a Ele. 


O meu muito obrigada aos que me guiaram, e continuam a orientar, no caminho para e em Ti. Senhor, que sejas sempre a força em que, todos eles, se apoiem.

domingo, 7 de janeiro de 2018

SOLENIDADE DA 
EPIFANIA DO SENHOR 
Ano B
7 de janeiro de 2018


Hoje é “Dia de Reis” e toda a liturgia convida a fazer festa, a dar glória a Deus, porque o Menino-Deus, o Filho de Deus, o Rei se fez um de nós, veio até nós, para nos dar a “Vida”.  E, mais ainda, veio para todos: ricos, ou pobres, instruídos, ou analfabetos, judeus, ou de qualquer outro canto do Mundo. Por isso também nós, hoje, queremos adorar-Vos Senhor, queremos prostrados louvar-Vos e bendizer-Vos, porque sentimos que nos amas infinitamente.


Isaías, na 1ªleitura (Is 60, 1-6) , insere-nos nos que vêm de longe, da grande tribulação,(todos) se alegram ao ver o “Senhor”, oferecem-Lhe o melhor que têm e proclamam a Sua glória.
"Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas, sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te ilumina. As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá. Virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando as glórias do Senhor." 


S.Paulo na 2ªleitura (Ef 3, 2-3a.5-6) confirma-nos como herdeiros em Jesus, tal como os judeus. O apóstolo dos gentios é bem claro, Jesus veio também para todos nós, que não sendo do povo eleito, fomos incluídos no testamento do Senhor, ganhos por Jesus para Deus.
"Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho."


O Evangelho é uma catequese, que nos maravilha, desde sempre (crianças, adultos, jovens, ou idosos), sobre a universalidade do Amor de Deus. Os reis magos, nesta narrativa, representam todos os homens, de qualquer credo, ou nação, que procuram o Senhor, de coração sincero. A todos foi dado este Menino, que nos conquista para Deus. Adoremo-Lo e deixemo-nos iluminar pela Sua luz, irradiando-a, por onde nos levarem os nossos passos.
"Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho." 
Mt 2, 1-12 


Cristo nasceu. Vinde. Adoremos!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

51º DIA MUNDIAL DA PAZ


MENSAGEM DO SANTO PADRE  FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO 51º DIA MUNDIAL DA PAZ
1° DE JANEIRO DE 2018

Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz

1. Votos de paz
Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal,[1] é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz».[2] E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.
DIA MUNDIAL DA PAZ - 2019
SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS

MENSAGEM DO SANTO PADRE
FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO
DIA MUNDIAL DA PAZ
1º DE JANEIRO DE 2019
«A BOA POLÍTICA
ESTÁ AO SERVIÇO DA PAZ»

1. «A paz esteja nesta casa!»
Jesus, ao enviar em missão os seus discípulos, disse-lhes: «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: “A paz esteja nesta casa!” E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós» (Lc 10, 5-6).
Oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. E esta oferta é feita a todos os homens e mulheres que, no meio dos dramas e violências da história humana, esperam na paz.[1] A «casa», de que fala Jesus, é cada família, cada comunidade, cada país, cada continente, na sua singularidade e história; antes de mais nada, é cada pessoa, sem distinção nem discriminação alguma. E é também a nossa «casa comum»: o planeta onde Deus nos colocou a morar e do qual somos chamados a cuidar com solicitude.
Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: «A paz esteja nesta casa!»
2. O desafio da boa política
A paz parece-se com a esperança de que fala o poeta Carlos Péguy;[2] é como uma flor frágil, que procura desabrochar por entre as pedras da violência. Como sabemos, a busca do poder a todo o custo leva a abusos e injustiças. A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem, mas, quando aqueles que a exercem não a vivem como serviço à coletividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição.