sábado, 28 de outubro de 2017

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM
As leituras de hoje centram-nos no essencial da nossa fé, o primeiro mandamento, amar a Deus sobre todas as coisas, mas também e como implicação, consequência da vivência deste, a relação com o nosso próximo. Se temos uma ligação vertical com Deus, esta expande-se e exprime-se numa horizontalidade amorosa com todos os que são o nosso próximo. O nosso Deus é Amor infinito para com todos.


Na 1ª leitura somos conduzidos ao caminho do povo de Israel, ao longo do deserto, ao tempo em que o Senhor vai ensinando, ao povo eleito e a todos nós, seres do séc.XXI, que ser de Deus significa amar o outro como Ele, o Único Deus, o Amor, o ama. E é nessa dinâmica, do amor a Deus misericordioso e  ao nosso próximo, que nos dá, como ajuda na caminhada do Amor, os mandamentos.
“Eis o que diz o Senhor: «Não prejudicarás o estrangeiro, nem o oprimirás, porque vós próprios fostes estrangeiros na terra do Egipto. Não maltratarás a viúva nem o órfão. Se lhes fizeres algum mal e eles clamarem por Mim, escutarei o seu clamor; inflamar-se-á a minha indignação e matar-vos-ei ao fio da espada. As vossas mulheres ficarão viúvas, e órfãos os vossos filhos. Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não procederás com ele como um usurário, sobrecarregando-o com juros. Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao pôr do sol, pois é tudo o que ele tem para se cobrir, é o vestuário com que cobre o seu corpo. Com que dormiria ele? Se ele Me invocar, escutá-lo-ei, porque sou misericordioso».“
Ex 22, 20-26 



S.Paulo, na 2ªleitura (1Tes 1, 5c-10)  fala-nos, com uma alegria imensa, do testemunho de amor dado pela comunidade dos Tessalonicenses. Foi, com toda a certeza,  muito consolador e reconfortante,para S.Paulo,reconhecer, nesta comunidade, o resultado da ação do Espírito Santo, pois o que escreve é impressionante, na linha da fé vivida e testemunhada: “Tornastes-vos imitadores nossos e do Senhor, recebendo a palavra no meio de muitas tribulações, com a alegria do Espírito Santo; e assim vos tornastes exemplo para todos os crentes da Macedónia e da Acaia. Porque, partindo de vós, a palavra de Deus ressoou não só na Macedónia e na Acaia, mas em toda a parte se divulgou a vossa fé em Deus, de modo que não precisamos de falar sobre ela. De facto, são eles próprios que relatam o acolhimento que tivemos junto de vós e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos Céus o seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livrará da ira que há de vir.


No Evangelho (Mt 22, 34-40)   Jesus, como sempre, adivinha a intenção da pergunta e responde de tal forma que desarma e, ao mesmo tempo, interpela quem o interroga, sobre os fundamentos da fé. Realmente não resta dúvida alguma, sobre o que é fundamental para Jesus: amar a Deus  e ao nosso próximo. Este é o desafio que Jesus nos faz também a nós hoje: n’Ele amarmos o nosso próximo. Deixemo-nos desafiar e entreguemo-nos de coração.

Senhor, ensina-me a amar, ou melhor, ama em mim todos os que pões no meu caminho.

sábado, 21 de outubro de 2017

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje chamam-nos a atenção para a necessidade de sermos verdadeiros, sinceros, na nossa relação com Deus. O nosso Deus é único e, ao mesmo tempo, universal mas, por vezes, nós, os que somos educados na fé, tentamos enganar, criticamos Deus, enquanto os que não O conhecem (por educação religiosa) agem como Seus instrumentos na propagação do Amor.


Ciro, rei persa, não pertencia ao povo escolhido, no entanto foi instrumento de Deus, permitindo que os Judeus voltassem à sua terra e reconstruíssem Jerusalém e o templo. De facto, só Deus conduz a História, só Ele ama infinitamente a humanidade e todos, crentes, ou não, podemos estar ao Seu serviço, desde que tenhamos um coração puro, honesto e entregue ao bem comum, na procura e manutenção da Paz e da solidariedade social. Deixemo-nos conduzir por Deus, como fez Ciro.
“Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomou pela mão direita, para subjugar diante dele as nações e fazer cair as armas da cintura dos reis, para abrir as portas à sua frente, sem que nenhuma lhe seja fechada: «Por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito, Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso, quando ainda não Me conhecias. Eu sou o Senhor e não há outro; fora de Mim não há Deus. Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias, para que se saiba, do Oriente ao Ocidente, que fora de Mim não há outro. Eu sou o Senhor e mais ninguém».”
Is 45, 1.4-6


Na 2ª leitura (1 Tes 1, 1-5b)  S. Paulo dá graças a Deus pela Igreja dos Tessalonicenses, pelo testemunho de fé que emana daquela comunidade
“Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses, que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: A graça e a paz estejam convosco. Damos continuamente graças a Deus por todos vós, ao fazermos menção de vós nas nossas orações. Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai. Nós sabemos, irmãos amados por Deus, como fostes escolhidos. O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a ação do Espírito Santo.”


É impressionante a forma como, por vezes, somos ardilosos na nossa relação com Deus. O exemplo dos fariseus, no evangelho de hoje (Mt 22, 15-21)  , é revelador do que a natureza humana é capaz de fazer, até onde é capaz de descer, quando estão em causa os seus interesses. Foi assim ontem, é assim hoje,… Felizmente Deus não é como nós! Mesmo conhecendo-nos, no mais íntimo de nós próprios, continua a amar-nos infinitamente, mas não nos isenta de cumprimos as nossas responsabilidades, sejam elas de que natureza forem, incluindo as fiscais: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».


Tem compaixão de mim Senhor, que sou pecadora. Salva-me Senhor. Que eu me deixe conduzir, amar por Ti, em todos os caminhos da vida.

sábado, 14 de outubro de 2017

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo Deus oferece-nos um banquete em honra de Seu Filho. É Ele quem nos convida a entrar de coração sincero e disponível para O receber. Todos somos chamados, ninguém fica fora deste convite, porque o Senhor, que ama infinitamente cada ser, quer que todos participem na festa, bons e maus, sem exceção.


É numa linguagem festiva, de ânimo e esperança para o povo de Israel, mas também para nós, hoje, que o profeta Isaías, na 1ª leitura (Is 25, 6-10ª)  nos fala da promessa de Deus de preparar um banquete para todos os povos, com suculentos manjares e com vinhos deliciosos, fazendo-nos presente o milagre do Amor Vivo no meio de nós, que se realiza em cada Eucaristia.
“Sobre este monte, o Senhor do Universo há de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos. Sobre este monte, há de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou. Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão do Senhor pousará sobre este monte».”


S.Paulo (Filip 4, 12-14.19-20) , numa linguagem tão bela e, ao mesmo tempo, tão pessoal, vivencial, forte e profunda, dá-nos testemunho de que é possível viver em Jesus a tempo inteiro. Por outro lado, agradece aos Filipenses a ajuda que recebeu deles. Apoiado em Deus e atento aos irmãos, eis como vive Paulo. Tudo posso n’Aquele que me conforta.” Deixemo-nos desafiar pelo seu exemplo.



No Evangelho é o próprio Jesus quem nos convida, por meio da parábola que nos conta, a participar no banquete que o pai nos prepara em cada Eucaristia. Festejamos Jesus ressuscitado, vivo no meio de nós. E, sempre que o nosso coração se abre, sob a ação do Espírito Santo, e se deixa inundar do Amor de Deus, participamos em cheio neste banquete de manjares suculentos e vinho puríssimo, preparado para nós desde sempre. Deixemo-nos cativar pelo Seu convite de amor infinito.
“Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na ver­dade, muitos são os chamados, mas poucos os esco­lhidos».”

Mt 22, 1-14






Senhor, Pai Santo eu te louvo e bendigo pelo dom da Eucaristia. 
Que o me coração se deixe repassar, empapar de Ti e assim eu responda sempre sim ao Teu convite de Amor.

sábado, 7 de outubro de 2017

XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo a temática da vinha mantém-se, mas surge numa perspetiva diferente, pois o Senhor mostra-nos até onde vai o Seu amor pela vinha, que somos nós, mas espera que O reconheçamos e a Ele nos entreguemos na totalidade do nosso ser, de forma a produzirmos “boas uvas”.


Na 1ªleitura (Is 5, 1-7) o profeta Isaías apresenta-nos O Senhor a cuidar com todo o carinho do Seu povo, que lhe responde com infidelidades e traições. “Vou cantar, em nome do meu amigo, um cântico de amor à sua vinha. O meu amigo possuía uma vinha numa fértil colina. Lavrou-a e limpou-a das pedras, plantou-a de cepas escolhidas. No meio dela ergueu uma torre e escavou um lagar. Esperava que viesse a dar uvas, mas ela só produziu agraços. E agora, habitantes de Jerusalém, e vós, homens de Judá, sede juízes entre mim e a minha vinha: Que mais podia fazer à minha vinha que não tivesse feito?” Como respondemos nós, hoje,  ao Amor que Deus nos tem?


Para que não tenhamos dúvidas, S. Paulo, na 2ªleitura (Filip 4, 6-9)  diz-nos o que se espera de nós, como resposta ao Amor de Deus. Escutemo-lo de coração sincero e façamos o que nos propõe. “Irmãos: Não vos inquieteis com coisa alguma. Mas, em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor é o que deveis ter no pensamento. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da paz estará convosco.”


No Evangelho é próprio Jesus que nos conta uma nova parábola sobre a vinha. E nela fala-nos do profundo amor de Deus por todos os homens, a ponto de enviar o Seu próprio Filho pela salvação da humanidade. Ninguém pode ficar indiferente! Deixemo-nos amar por Ele e daremos bons frutos.
“Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram-no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros. E eles trataram-nos do mesmo modo. Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Respeitarão o meu filho’. Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro; matemo-lo e ficaremos com a sua herança’. E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?». Eles responderam: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a seu tempo». Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’? Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos».”
Mt 21, 33-43 
Senhor, que eu me deixe amar por Ti, na totalidade do meu ser.