XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Hoje as leituras colocam a fasquia muito alta.
O desafio vai, à primeira vista, para além do que nos parece razoável. Na
verdade, só quem se deixa habitar, totalmente, por Deus consegue aderir à
proposta que o Senhor hoje nos faz: amar o outro, que é sempre imagem de Deus,
seja ele trabalhador desde a primeira hora, ou apenas após a última hora. Para
Deus não há diferença, pois todos são seus filhos queridíssimos, a quem ama infinitamente.
Isaías, na
1ªleitura (Is 55, 6-9), prepara-nos para a escuta do Evangelho. Como os
nossos pensamentos, os nossos juízos, estão a miríades de distância dos de Deus!
Quantas discussões travadas por causa do evangelho de hoje, sem conseguirmos
chegar a acordo… Certezas de quem é jovem! Mas mesmo hoje, passados tantos anos,
com tantos caminhos percorridos, com a cabeça já branca, ainda assim, continua
a não ser fácil. Só Deus ama, mas n'Ele, por Jesus também nós podemos amar. Deixemo-nos fazer por Ele.
"Porque os meus pensamentos
não são os vossos, nem os vossos caminhos são os meus – oráculo do Senhor –.
Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos
vossos e acima dos vossos estão os meus pensamentos."
S.Paulo é a
prova de que é possível viver de Deus e apoiado só n'Ele, por Jesus Cristo, Seu
Único Filho. O texto de hoje (Filip 1,
20c-24.27ª) , que S.Paulo
nos deixou, é exemplo desta sua entrega total a Deus.
“Irmãos: Cristo será glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra. Porque, para mim, viver é Cristo e morrer é lucro. Mas, se viver neste corpo mortal me permite um trabalho útil, não sei o que escolher. Sinto-me constrangido por este dilema: desejaria partir e estar com Cristo, que seria muito melhor; mas é mais necessário para vós que eu permaneça neste corpo mortal. Procurai somente viver de maneira digna do Evangelho de Cristo.”
“Irmãos: Cristo será glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra. Porque, para mim, viver é Cristo e morrer é lucro. Mas, se viver neste corpo mortal me permite um trabalho útil, não sei o que escolher. Sinto-me constrangido por este dilema: desejaria partir e estar com Cristo, que seria muito melhor; mas é mais necessário para vós que eu permaneça neste corpo mortal. Procurai somente viver de maneira digna do Evangelho de Cristo.”
No
Evangelho, Jesus conta-nos uma parábola que revela o quanto Deus ama cada um dos
seus filhos, isto é, infinitamente. A medida do Amor de Deus não cabe no nossos
esquemas, na nossa justiça, na nossa forma de tudo calcularmos e legislarmos.
Deus vai muito para além de todos os nossos critérios. Deus é todo Amor e dá-se
continuamente em Jesus Cristo, por cada um de nós. Assim, dá tudo, dá-se todo,
tanto ao trabalhador da primeira hora, como ao da última. Fazer diferente seria
contrariar a Sua Natureza. Deus é Amor sempre e para sempre, por todos e por cada
uma das suas criaturas. Assim, a esta luz, a parábola faz todo o sentido.
Bendito e louvado seja Deus pelo Amor que nos tem.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O
reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a
contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e
mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça
ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for
justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas
da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que
estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’.
Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também
para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os
trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos
primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando
vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um
denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o
proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a
mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o
proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um
denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero
dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do
que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos
serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».”
Mt 20,
1-16a
Senhor, que eu me deixe inundar, fazer por Ti, a cada momento e responda sempre ao Teu convite de amor sem fim. Louvado sejas hoje e sempre, pelos século sem fim.
Sem comentários:
Enviar um comentário