XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
As leituras deste domingo, a meu ver, estão na mesma
linha (amor infinito de Deus por cada um de nós), mas numa sequência crescente,
dos textos da semana passada. Se, então, éramos exortados a “corrigir os que
erram”, hoje somos desafiados a ir muito mais longe, no caminho que nos leva a
Jesus, perdoando totalmente (no amor divino) sempre, sempre, sempre mais e mais,
os que connosco convivem, ou se cruzam nos caminhos da vida, tendo como meta o
encontro, de cada um, com o amor infinito de Deus.
A 1ªleitura (Sir 27, 33 – 28, 9) traz-nos um confronto, ou melhor, uma correlação
entre o perdão de Deus e o perdão dos homens. Acredito sinceramente que só
perdoamos verdadeiramente quem nos ofende, quando Deus, no nosso coração, ama a
outra pessoa. Então, sim o perdão é verdadeiro e total, passa a ato de amor divino. “Recorda os mandamentos e
não tenhas rancor ao próximo; pensa na aliança do Altíssimo e não repares nas
ofensas que te fazem.”
Na 2ª leitura (Rom 14, 7-9) S. Paulo diz-nos que somos
de Cristo e que só n’Ele seremos completamente felizes, porque a Ele pertencemos,
uma vez que nos reconquistou para Deus.
“Irmãos: Nenhum de nós vive
para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, vivemos para o
Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor. Portanto, quer vivamos quer
morramos, pertencemos ao Senhor. Na verdade, Cristo morreu e ressuscitou para
ser o Senhor dos vivos e dos mortos.”
No evangelho, Jesus, através
de uma parábola, leva-nos a reconhecer o quanto Deus é misericordioso para
connosco. Como Deus é diferente de nós. Deus só sabe amar! Nós, precisamos de
aprender d’Ele a perdoar, a amar. Deixemo-nos amar por Deus no mais íntimo do nosso coração.
"Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me
ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?». Jesus respondeu:
«Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de
Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo
de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com
que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo
quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus
pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de
compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários.
Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um
prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que
pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram
muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o
senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias,
porque mo pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro,
como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos,
até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste,
se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração»."
Mt 18, 21-35
Ensina-me Senhor a amar
todos os que pões no meu caminho.
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