sábado, 29 de julho de 2017

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Nas leituras da liturgia de hoje somos desafiados a questionarmo-nos sobre o que verdadeiramente é importante na nossa vida. Onde, ou em quem pomos a nossa confiança? Em função de quê, ou de quem, seríamos capazes de dar tudo o que somos e temos?


Na 1ªleitura (1 Reis 3, 5.7-12)  aprendemos, com Salomão, a fazer uma oração agradável ao Senhor. Salomão podia pedir o que quisesse, mas não pediu riquezas, nem poder, optou por pedir ao Senhor, tão só e apenas, a sabedoria do coração. E, porque foi humilde na sua oração, obteve de Deus muito mais do que o que pediu.


S.Paulo diz-nos que Deus nos dá sempre o que é melhor para nós. Ele que nos conhece, desde sempre, mesmo antes de sermos concebidos no seio materno, tudo dispõe para que, no Seu Filho, sejamos portadores do maior tesouro que há no mundo e que devemos transmitir aos nossos irmãos: o amor infinito de Deus por todos em geral e por cada um em particular.

“Irmãos: Nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio. Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou; àqueles que chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou.” 
Rom 8, 28-30


No Evangelho (Mt 13, 44-52)  Jesus continua a ensinar-nos através de parábolas. Hoje, apresenta-nos o Reino de Deus como um tesouro escondido, uma pérola que se procura, uma rede que pesca tudo, peixe bom e peixe para deitar fora. Todo aquele que descobre este Tesouro, que é o amor infinito de Deus por cada ser vivente, não pode deixar de O anunciar, na vida, a todos os que com Ele convivem. Peçamos ao Senhor a Sabedoria do coração, para d’Ele darmos testemunho na nossa vida.

Senhor, peço-te a sabedoria de coração. Ilumina-me e converte-me, para que, na minha vida, dê testemunho do teu Amor infinito por cada um de nós.

domingo, 23 de julho de 2017

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje, que dão continuidade às de Domingo passado, realçam a paciência infinita de Deus e a sua inexcedível misericórdia para com todos, bons e maus.


Na 1ªleitura (Sab 12, 13.16-19) o autor sagrado leva-nos a reconhecer Deus como Aquele que julga todos, bom e maus, com indulgência e bondade, e a todo o pecador arrependido dá a oportunidade, a esperança feliz, de n'Ele se sentir infinitamente  amado: “Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita indulgência, porque sempre podeis usar da força quando quiserdes. Agindo deste modo, ensinastes ao vosso povo que o justo deve ser humano e aos vossos filhos destes a esperança feliz de que, após o pecado, dais lugar ao arrependimento.”


Na 2ªleitura (Rom 8, 26-27)  S. Paulo interpela-nos, de uma forma bela e, por certo, por si vivenciada, a deixar que, pela infinita misericórdia de Deus,o Espírito Santo reze, em nós, ao Pai:
“Irmãos: O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E Aquele que vê no íntimo dos corações conhece as aspirações do Espírito, pois é em conformidade com Deus que o Espírito intercede pelos cristãos.” 


No Evangelho de hoje (Mt 13, 24-43), Jesus traz-nos três parábolas, mas os discípulos só pediram a Jesus que explicasse a do trigo e do joio. Cingindo-nos a esta, ressalta, em toda ela, a paciência infinita de Deus para com todos os homens. Jesus é o semeador e nós somos, umas vezes, boa semente, mas outras nem tanto. Consola-nos a certeza de que Deus ama o coração arrependido e o acolhe com o Seu amor infinito. Aprendamos de Jesus a acolher, a amar os outros, mesmos quando não concordamos com eles.

Senhor, infunde sobre mim o Teu Divino Espírito, para que a minha oração Te seja agradável.

sábado, 15 de julho de 2017

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje despertam-nos para a importância da escuta da Palavra de Deus, mas, sobretudo, desafiam-nos a sermos “terra boa”, onde a “semente” frutifique, no fundo, são um convite a deixarmo-nos “fazer” pela Palavra.


Na 1ªleitura (Is 55, 10-11) Isaías compara a Palavra de Deus à chuva e à neve, pois estas, tal como a Palavra, não voltam para o céu sem terem cumprido a sua missão: Eis o que diz o Senhor: «Assim como a chuva e a neve que descem do céu não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir, para que dê a semente ao semeador e o pão para comer, assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão».” Se nos deixarmos repassar, empapar, pela Palavra de Deus, o fruto ver-se-á.


Na 2ª leitura (Rom 8, 18-23)  S. Paulo lembra-nos que a vida é uma luta constante, mas que a nova vida virá e então, em Deus, seremos libertados, conheceremos como somos, por Ele, amados infinitamente:  Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo.” 


No evangelho (Mt 13, 1-23) , que é explicado por Jesus, há uma certeza que fica, Deus lança sempre a semente, a Sua Palavra é proclamada, Ele não falha, mas a forma como é recebida, depende do como cada um de nós a recebe, aliás, a mesma Palavra, proclamada em alturas diferentes é recebida, pela mesma pessoa, de forma diferente, consoante a situação de vida em que se encontra, no momento da escuta. É sempre uma Palavra viva e atuante. O fruto depende de nós.
“Escutai, então, o que significa a parábola do semeador: Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho. Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto. E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».”  
Quando não formos “terra boa”, dá-nos Senhor a coragem e a confiança de voltarmos sempre para Ti.

Senhor, que o meu coração se abra sempre à Tua Palavra e se deixe habitar inteiramente por Ti.

domingo, 9 de julho de 2017

XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

As leituras de hoje testam-nos quanto à humildade, por um lado é o Rei que vem montado num jumentinho, por outro é o Pai, que em Jesus, se revela aos "pequeninos. São leituras que nos projetam para uma vivência partilhada com os outros, atenta e solícita aos seus sofrimentos e alegrias. A Jesus que se faz assim, um connosco, só podemos dizer sim, como Ele fez com o Pai.


Na 1ªleitura (Zac 9, 9-10)  o profeta Zacarias convida o povo a exultar de alegria e a entoar hinos de louvor a Deus, porque “vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta.” É Deus que vem ao nosso encontro, é Ele, o Rei, quem nos procura, nos acolhe, nos ama incondicionalmente e nos dá a salvação, por isso só podemos cantar: Bendito e louvado seja o nosso Deus; honra, glória e louvor a Deus hoje sempre, pelos séculos sem fim.


Na 2ª leitura, (Rom 8, 9.11-13) S.Paulo leva-nos a submergir, de novo, no Espírito Santo recebido no dia do nosso batismo. Se n’Ele vivermos, se por Ele nos deixarmos habitar por Jesus ressuscitado, alcançaremos a verdadeira vida: Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.” 


No Evangelho, Jesus começa por fazer uma oração de louvor e ação de graças a Deus, pelo bom acolhimento da proposta de salvação anunciada pelos apóstolos, que encontrou eco nos humildes, nos pequeninos. E, se, também nós, abrirmos o nosso coração à palavra proclamada, por certo, sentiremos o desafio que, hoje, Jesus nos coloca de n’Ele confiarmos, de a Ele nos entregarmos com tudo o que somos, vivemos e temos, com tudo o que d’Ele nos aproxima, ou afasta. Ousemos confiar em Jesus e descansemos na Sua Paz.
“Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».”
 Mt 11, 25-30
Senhor que eu me deixe habitar pelo Teu Santo Espírito e aprenda a confiar, a descansar tudo em Ti.

sábado, 1 de julho de 2017

XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje desafiam-nos a optar exclusivamente por Deus, que é a Vida, a pô-Lo em primeiro lugar na nossa vida, em tudo o que somos, ou fazemos. Claro, que quando se opta por Deus, simultaneamente é-se impelido a amar n’Ele todos os que fazem partem da nossa existência, ou que, por momentos, se cruzam connosco nos caminhos da vida.



Na 1ªleitura (2 Reis 4, 8-11.14-16a)  é o profeta Eliseu que nos demonstra que todo o que acolhe “o outro”, seja ele quem for, em nome de Deus, mas, com mais razão ainda, se for um homem de Deus, entra no dinamismo da comunicação da vida, tal como aconteceu com a distinta senhora de Sunam, porque é Deus que se comunica e Ele é a Vida.



Na 2ªleitura S.Paulo centra-nos no triunfo da Vida. Desde o nosso batismo, diz-nos ele, vivemos em Deus, por Jesus Cristo, que venceu a morte, e nos ressuscitou para a Vida. Viva Jesus ressuscitado!



No evangelho de hoje, Jesus transmite-nos o segredo para fazermos parte do dinamismo de transmissão da verdadeira vida: amar exclusivamente a Deus e n’Ele os irmãos. Deixar pai, mãe, ...tudo, não nos prendermos a nada, nem a ninguém e, ao mesmo tempo, em Deus estarmos com todos. Esta leitura é difícil de pôr em prática, mas em Deus tudo é possível. Deixemos que Deus seja tudo em cada um de nós. Ele quer ser amado pelos homens de todos os tempos e de todos os lugares, cabe a cada um fazer a sua parte na comunicação do Amor de Deus.
"Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa»."
 Mt 10, 37-42 

Senhor, que só Tu sejas o centro da minha vida.