sábado, 28 de janeiro de 2017

IV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Já estamos no IV domingo do tempo comum. Hoje, as leituras apresentam-nos propostas de felicidade, que se resumem todas ao testamento que Jesus nos deixa no Evangelho. Continuam a ser tão desafiantes nos nossos dias, como quando foram apresentadas ao povo escolhido. Precisam de ser encarnadas no nosso dia a dia, como o provam tantos que, de então para cá, fizeram delas a sua cartilha da vida.


Na 1ª leitura (Sof 2, 3; 3, 12-13) Sofonias afirma que serão felizes os pobres e humildes, os  que buscam refúgio no Senhor. Estes terão “pastagem e repouso” sem que ninguém os perturbe. Se desejamos o mesmo, Sofonias indica-nos o caminho: ser pobre e humilde.


Depois da primeira proposta, que nos é feita por Sofonias, é S.Paulo que nos lembra que Deus escolhe o que nada vale aos olhos do mundo, para confundir o que vale e, assim, ninguém se glorie aos olhos do Senhor. A proposta, que aqui nos é feita, é a de sermos pequenos, pobres, simples e  a tudo colocarmos nas mãos de Jesus, dando glória a Deus por tudo o que somos e temos.


No evangelho, a  proposta de felicidade que Mateus coloca na boca de Jesus, engloba muitos dos ensinamentos que Ele pregou ao longo da sua vida pública. Assim é mesmo Jesus quem no-la propõe. Escutemo-lo, de coração aberto.
“Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».”
Mt 5, 1-12a 

Senhor, ensina-me a ser verdadeiramente pobre e humilde.


domingo, 22 de janeiro de 2017

III DOMINGO DO TEMPO COMUM

Neste domingo continuamos a contemplar Jesus, agora já na sua vida pública, como a luz que ilumina o mundo e dá pleno sentido à vida.


Na 1ªleitura, (Is 8, 23b – 9, 3 (9, 1-4)) Isaías parece transportar-nos para Jesus, a luz do mundo. Faz-nos antever a vitória do bem sobre o mal, o triunfo da vida, a alegria do tempo da colheita. Conduz-nos à certeza de que Jesus ilumina todos os homens, mas especialmente os pecadores, os que O procuram de coração sincero.


Na 2ªleitura (1Cor 1, 10-13.17)  S.Paulo desafia-nos a redescobrirmos o verdadeiro significado do batismo em Jesus Cristo. É por Jesus, é n’Ele, que todos somos um, por isso não pode haver divisão entre nós. E, enquanto não espelharmos esta unidade no Senhor Jesus, precisamos de escutar, com o coração, o que S.Paulo hoje nos diz.


No Evangelho vemos o cumprimento da profecia que Isaías fez na 1ªleitura. Jesus, o Filho de Deus, está, vive no meio dos homens. Ele é a luz, a esperança, a vida de que falava Isaías. E, para realizar a sua missão, Jesus começa por fazer apelo à conversão. Os primeiros a escutá-lO, e a deixar tudo para O seguir, são os discípulos, através de quem a Sua mensagem chegou aos confins da Terra. Ainda hoje Jesus continua a chamar alguns, para que todos O possam conhecer e amar. Onde quer que estejamos, nos movamos, ou vivamos, deixemos Jesus amar através de nós, como o fizeram os primeiros discípulos. 
“Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus». Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O. Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.”
 Mt 4, 12-23 


Senhor, que também eu responda ao Teu apelo de conversão, me deixe repassar por Ti e seja testemunha do Teu Amor, em todo o tempo e espaço, onde me encontre e me mova. 

domingo, 15 de janeiro de 2017

II DOMINGO DO TEMPO COMUM

O tempo comum iniciou-se na semana passada, pelo que hoje celebramos já o 2º domingo, em que as leituras nos revelam Aquele que veio de Deus, que é chamado “a luz das nações”, como O que veio tirar o pecado do mundo. Começamos o ano com  o desafio de nos deixarmos iluminar por Ele, de forma a continuarmos hoje, no séc.XXI, a sua missão de testemunhar Deus Amor, por todos, e por cada um de nós em particular, seja qual for o lugar, ou a situação, em que nos encontremos.

Na 1ªleitura (Is 49, 3.5-6)  o profeta Isaías utiliza expressões que nos desinstalam e provocam, porque ao mesmo tempo que nos lembram o refrão do salmo, cantado na liturgia de hoje: “eu venho Senhor para fazer a vossa vontade, isso só eu quero”, desafiam-nos a fazer destas palavras lema de vida, no concreto da nossa existência, “para que a minha salvação chegue até aos confins do mundo”. Enraizados na fé de que “Ele que me formou desde o seio materno” e de que Deus é a minha força” deixemos que “a luz das nações” nos preencha, ilumine e guie ao longo da vida.


Na 2ªleitura (1Cor l, 1-3) S.Paulo chama-nos, a cada um de nós, e a toda a humanidade, à santidade.
E, neste início do novo ano, como é bom receber a bênção de S.Paulo: “A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco”. Só dá para responder: Ámen!

No Evangelho, S.João Batista fala-nos do que viu, dá testemunho do que presenciou e explica porque vê n’Ele a salvação. Deixemo-nos interpelar por este santo, que viu quem realmente era Jesus: o Filho de Deus feito homem.

“Naquele tempo, João Baptista viu Jesus, que vinha ao seu encontro, e exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É d’Ele que eu dizia: ‘Depois de mim vem um homem, que passou à minha frente, porque era antes de mim’. Eu não O conhecia, mas foi para Ele Se manifestar a Israel que eu vim batizar na água». João deu mais este testemunho: «Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou a batizar na água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e permanecer é que batiza no Espírito Santo’. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus».”
 Jo 1, 29-34

Senhor, uma coisa, e só uma, te peço, a graça de fazer a tua vontade. Sê, Senhor, a única força em que sempre me apoie.

domingo, 8 de janeiro de 2017

SOLENIDADE DA EPIFANIA

Ontem, dia 6 de janeiro, foi “Dia de Reis”, mas liturgicamente esta festa só é celebrada neste domingo. Nas leituras dominicais Deus manifesta-se-nos em Jesus, Seu amado Filho. N’Ele encontramos a Luz que nos conduz à Salvação. É a luz salvadora do Amor de Deus, por cada um de nós, por toda a humanidade, que vem ao encontro dos que O procuram e se faz presente no meio de nós. 




Na 1ªleitura (Is 60, 1-6)   Isaías convida-nos a proclamar as glórias do Senhor, porque a luz chegou até nós e nos traz a verdadeira vida, na pessoa do Menino Jesus. Louvemos e demos glória a Deus, que assim manifesta o Seu amor por cada um de nós. 





















Na 2ªleitura (Ef 3, 2-3a.5-6)  S.Paulo é categórico: para Deus não há gregos, nem romanos, nem escravos, nem homens livres, nem judeus, todos somos chamados a fazer parte do projeto de Amor, que Deus tem para todos os homens, de todos os tempos. Todos somos filhos no Filho, que agora, no Menino deitado sobre as palhas da manjedoura, somos convidados a contemplar e a louvar.


No Evangelho, a catequese que S.Mateus nos apresenta, está cheia de sinais: o encontro; a estrela; os magos; as atitudes diante da estrela; os presentes; o caminho a seguir para procurar Jesus.  Os magos encontram Jesus. Todo aquele que se deixa guiar, por Jesus, encontra Deus nos caminhos da sua vida. A estrela simboliza Jesus, a luz que nos guia. Os magos representam todos os povos, que se deixam guiar para Deus e O procuram de coração sincero. E,como eles, somos desafiados a oferecer o que de melhor temos a Deus.

"Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho."
Mt 2, 1-12  

Senhor, que, à semelhança dos magos, eu me deixe guiar por Ti, luz da minha vida.

domingo, 1 de janeiro de 2017

SOLENIDADE DE SANTA MARIA, 
MÃE DE DEUS

Com o início do novo ano – 2017 –  a Igreja celebra, hoje, a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus e, simultaneamente, o dia mundial da Paz. 


“O Papa Francisco, reconhecendo que vivemos num mundo dilacerado pela violência, pela guerra «aos pedaços», terrorismo, criminalidade, ataques e abusos contra os migrantes e refugiados, tráfico humano, devastação ambiental, desafia: «Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo característico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas.»
Pe. Manuel Gonçalves


Na 1ªleitura (Num 6, 22-27), neste início do ano novo, somos interpelados a pedir a Deus que nos dê a Sua benção, numa tríplice dimensão, para tudo o que somos e fazemos e, assim, ficamos comprometidos na transmissão, da bênção recebida, a todos aqueles que se cruzam, ou convivem connosco diária, ou ocasionalmente, onde quer que nos encontremos. Peçamos à Mãe do Céu que nos guie nesta caminhada.


Na 2ªleitura (Gal 4, 4-7) S.Paulo lembra-nos que Deus, no Seu amor infinito por nós, nos enviou Seu Filho, para n’Ele sermos elevados à categoria de Seus filhos adotivos e assim podermos chamá-Lo de “Abbá”, Pai. Deixemo-nos amar por Aquele que tanto nos ama.


No Evangelho de hoje, somos convidados a louvar e dar graças a Deus pela maravilha que se desenrola perante os nossos olhos: Deus, na pessoa do Seu Filho amado, fez-se um de nós, habita-nos. Façamos como os pastores, louvemos e demos Glória a Deus, testemunhemos o Seu imenso Amor por nós. Peçamos a Maria que nos guie. 

"Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno."
Lc 2, 16-21 

Mãe santíssima, ensina-nos a amar teu Filho, a entregarmo-nos a Ele, na totalidade do que somos e temos.

Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial da Paz - 2017


MENSAGEM DO SANTO PADRE
FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO
50º DIA MUNDIAL DA PAZ 
1° DE JANEIRO DE 2017
A não-violência: estilo de uma política para a paz

1. No início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta «dignidade mais profunda»[1] e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida.
Esta é a Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz. Na primeira, o Beato Papa Paulo VI dirigiu-se a todos os povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: «Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil)». Advertia contra o «perigo de crer que as controvérsias internacionais não se possam resolver pelas vias da razão, isto é, das negociações baseadas no direito, na justiça, na equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras». Ao contrário, citando a Pacem in terris do seu antecessor São João XXIII, exaltava «o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor».[2] É impressionante a atualidade destas palavras, não menos importantes e prementes hoje do que há cinquenta anos.

Bom ano de 2017!