sábado, 24 de setembro de 2016

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras do 26º domingo do tempo comum põem em questão a forma de viver em sociedade, em todos os tempos. Hoje, como ontem, os mais pobres dos pobres continuam a ser marginalizados e ignorados. Como é difícil ajudarmo-nos uns aos outros, compartilhando o que temos e somos! Nas mais pequenas vivências do dia-a-dia, ou nos grandes acontecimentos da vida, seja qual for a nossa atividade diária, comportamo-nos, tanta vezes, como se fossemos os donos da história. Como seria diferente se nós, os cristãos, nos amássemos como irmãos, tal como Jesus nos pediu que fizéssemos!



Se vivesse hoje, entre nós, o profeta Amós (Am 6,11-16) dir-nos-ia exatamente o mesmo que disse às  pessoas dos seu tempo. Efetivamente as situações de injustiça, exploração e escândalo de luxos e esbanjamento, face aos que nada têm, continuam a ser demasiado frequentes nos nossos dias. Que o Senhor, na Sua misericórdia infinita, nos converta e abra os nossos corações ao Seu Amor sem fim, para que este irradie e chegue a todos os que nos rodeiam e connosco convivem.


Hoje, S.Paulo desafia-nos a viver como discípulos de Jesus, a tudo fazer para dar louvor e glória a Deus. Só em Jesus encontraremos a força para seguirmos o caminho proposto por S.Paulo e darmos testemunho do Amor de Deus no meio dos homens.

"Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. Ordeno-te na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu testemunho da verdade diante de Pôncio Pilatos: Guarda o mandamento do Senhor, sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder eterno. Amen."
1 Tim 6, 11-16

O Evangelho (Lc 16, 19-31)  é uma catequese, de Jesus, sobre o que é importante para alcançar a felicidade verdadeira. Seja rico, seja pobre, o homem só será feliz se se entregar, de alma e coração, à Misericórdia, ao Amor de Deus, seja qual for o seu estado de vida. Em Jesus amaremos aqueles que connosco se cruzam nas estradas da vida, pondo tudo, o que temos e somos, ao serviço de todos. Só n’Ele o nosso coração todo se entregará ao Senhor, para que um dia, na plenitude dos tempos, Deus seja tudo em todos.
Senhor, ensina-me a amar, como só Tu amas, os que colocas no meu caminho.

sábado, 17 de setembro de 2016

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM



As leituras deste 25º domingo do tempo comum levam-nos a questionarmo-nos: como cristãos a quem servimos? Quem é verdadeiramente o nosso senhor? Quem é que nos faz mexer, girar, amar e existir? Em quem pomos, em primeiro lugar, a razão de ser da nossa vida? A questão, afinal, resume-se assim: quem é, para o cristão de hoje, no seu dia a dia, o Senhor da sua vida? 


A 1ªleitura (Am 8, 4-7) escrita há tantos anos, parece um texto dos nossos dias, que retrata o que se passa nesta sociedade do séc.XXI. Infelizmente continuam a existir tantas das situações denunciadas por Amós !!! Só o Senhor, Deus Amor, nos pode converter. Que a Misericórdia do Senhor nos transforme em irmãos, que n’Ele se amam, como só Ele nos quer.



Para chegarmos um dia a amarmo-nos, como Deus nos ama, temos que rezar, com um coração puro, como S. Paulo nos pede na 2ª leitura. Afinal, também foi isso que os pastorinhos de Fátima nos disseram que Nossa Senhora pediu, quando apareceu na Cova de Iria, há já quase 100 anos: “rezai muito pela conversão dos pecadores”.

"Caríssimo: Recomendo, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todas as autoridades, para que possamos levar uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável aos olhos de Deus, nosso Salvador; Ele quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou à morte pela redenção de todos. Tal é o testemunho que foi dado a seu tempo e do qual fui constituído arauto e apóstolo – digo a verdade, não minto – mestre dos gentios na fé e na verdade. Quero, portanto, que os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu as mãos santas, sem ira nem contenda."
 
1 Tim 2, 1-8 

O evangelho de hoje (Lc 16, 1-13), por um lado é desconcertante, mas por outro é um incentivo a tudo fazer, incluindo usar de “esperteza”, para pôr Deus em primeiro lugar, no dia a dia da vida. Quando só Deus for a razão de ser da vida de cada cristão, então o mundo conhecerá o Amor de Deus!


Ensina-me, Senhor Jesus, a amar a Deus sobre todas as coisas, a pô-Lo sempre em primeiro lugar na minha vida.

domingo, 11 de setembro de 2016

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM


No ano santo especial, em que o papa Francisco convida a Igreja a celebrar a misericórdia de Deus, as leituras deste domingo são uma ajuda preciosa. Centram-nos mesmo nas palavras do santo padre, quando, na proclamação do Jubileu da Misericórdia, disse: “Este é o tempo da misericórdia. Existe tanta necessidade de misericórdia, e é importante que os fiéis leigos a vivam e a levem aos diferentes ambientes sociais.”


 A necessidade da Misericórdia de Deus foi sentida pelo ser humano desde sempre. Na 1ª leitura (Ex 32,7-11.13-14.)  é Moisés que, na sua oração, intercede por Israel, pedindo a Deus que tenha misericórdia do povo escolhido. É que, esquecido das graças recebidas do Senhor, tinha optado por adorar um bezerro de ouro. E Deus, que é todo Amor, não resiste a este pedido. O seu Amor infinito vai muito para além da sua ira e perdoa a infidelidade do povo, continuando a amar o que implora o Seu perdão.



S.Paulo (Tim 1,12-17) experimentou na vida o que é ser perdoado e verdadeiramente amado por Deus. Que transformação a Misericórdia de Deus realizou nele! Com o mesmo zelo e fervor, com que antes O perseguia, passou a anunciá-Lo, a dar testemunho do Seu amor. S.Paulo fala como ninguém do amor de Deus!
Neste Evangelho é Jesus que fala do que é: Amor infinito, incondicional por todo o ser humano, sem exceção. Jesus fala de Deus Amor, de Deus Pai, e fá-lo recorrendo a três expressivas parábolas: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo. E, nesta triologia, podemos ver como Deus nos ama, como faz sempre festa, quando o pecador se arrepende: vai à procura daquele que se perde pelos caminhos difíceis da vida e, quando o encontra, fica feliz com o reencontro e coloca-o aos seus ombros; procura, sem cessar, aquele que se perde em casa, na Igreja, nos caminhos da fé e, quando o acolhe, faz festa; respeita a liberdade daquele que faz escolhas erradas, mas nunca desiste dele, procura-o sempre e, quando percebe o seu arrependimento, antecipa-se à sua chegada, corre ao seu encontro, beija-o e aconchega-o no seu abraço de carinho e de ternura. E, porque o recupera, faz festa. Este é o nosso Deus, Amor sem fim por todos e cada um de nós. 
"Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.  Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.
Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda, até a encontrar?  Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».
Jesus disse-lhes ainda: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado»."
Lc 15,1-32. 
Obrigada Senhor porque vieste para nos salvar a nós, os pecadores. Bendito e louvado sejas, por nos mostrares o Teu amor por cada um de nós.

sábado, 3 de setembro de 2016

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras, de hoje, falam-nos das condições para seguir Jesus. Se temos dúvidas sobre o que implica ser cristão, escutemos, com o coração, o que o Senhor nos diz nas leituras deste domingo.


Nesta oração de louvor a Deus (Sab. 9,13-18.),  atribuída a Salomão, aprendemos que os judeus, depois de rezarem a pedir o dom da sabedoria, reconheciam que só em Deus podiam ser felizes, encontrar a salvação.

Na 2ª leitura, S.Paulo, porque segue Jesus e difunde a sua doutrina, encontra-se preso. E é da prisão que escreve a Filémon, a interceder em favor de Onésimo. A forma como pede por Onésimo, revela-nos até onde nos leva o amor aos irmãos, quando, de verdade, seguimos Jesus. Deixemos que o nosso coração irradie o amor de Jesus, onde quer que vivamos, ou nos movamos.
"Caríssimo: Eu, Paulo, um ancião e, agora, até prisioneiro por causa de Cristo Jesus. Peço-te pelo meu filho, que gerei na prisão: Onésimo, É ele que eu te envio: ele, isto é, o meu próprio coração. Eu bem desejava mantê-lo junto de mim, para, em vez de ti, se colocar ao meu serviço nas prisões que sofro por causa do evangelho. Porém, nada quero fazer sem o teu consentimento, para que o bem que fazes não seja por obrigação, mas de livre vontade. 
É que, afinal, talvez tenha sido por isto que ele foi afastado por breve tempo: para que o recebas para sempre,
 não já como escravo, mas muito mais do que um escravo: como irmão querido; isto especialmente para mim, quanto mais para ti, que com ele estás relacionado tanto humanamente como no Senhor. 
Se, pois, me consideras em comunhão contigo, recebe-o como a mim próprio.
 


Filémon 1,9-10.12-17. 

No Evangelho (Lc 14,25-33.)  é o próprio Jesus que nos aponta as condições para o seguirmos e optarmos apenas por Ele: desapego das pessoas e da própria vida, disponibilidade para carregar a cruz e renúncia aos bens materiais. Tal como os judeus, na 1ªleitura, deixemos que seja o Senhor o único a preencher o nosso coração e n’Ele tudo será possível: o Amor reinará na nossa vida.

Senhor, que o meu coração todo se entregue a Ti, que Tu sejas sempre o único amor da minha vida.