I DOMINGO DO ADVENTO

Hoje, com o primeiro domingo do Advento, iniciamos o ano litúrgico A. É um tempo de, com toda a nossa história de vida, recomeçar. Somos convidados a esperar O que há de vir e a colocar tudo o que somos e temos nas mãos do Menino Deus, que vai nascer. Só Ele dá o verdadeiro sentido a todas as coisas, pois tudo recupera para o Pai. Em toda a liturgia de hoje, é-nos feito um apelo veemente a que estejamos vigilantes, esperando a vinda do Filho de Deus. Nesta primeira semana do Advento entreguemos-Lhe o nosso coração, humilhado e contrito.

Na visão de Isaías, que chega até nós na 1ªleitura (Is 2, 1-5), o profeta antecipa um mundo novo, onde ”converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor.” Que Deus- Todo Amor- nos converta à lei do Amor, nos ilumine com  a sua luz,para que,um dia, na plenitude dos tempos, a visão de Isaías seja uma realidade no viver deste mundo.

Na 2ªleitura S.Paulo desafia-nos a acordar, pois “a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.” Acedamos ao apelo de S.Paulo e deixemos que a estrela de Belém nos ilumine e guie até ao menino Deus.

No Evangelho é o próprio Jesus que nos pede que estejamos sempre vigilantes, para reconhecermos o Senhor quando Ele vier ao nosso encontro.

"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem. "

Mt 24, 37-44

Senhor, que eu esteja sempre em espera vigilante, pronta para te receber.

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO

Eis-nos chegados ao fim do Ano Litúrgico C. Foi mais um ano que o Senhor nos concedeu a graça de viver. 

Neste Domingo, a Igreja celebra a festa d’Aquele que no seu trono de glória, que é a Cruz, todo se deu para que, em Deus, uno e trino, todo o ser humano recuperasse o dom da verdadeira vida. Celebremos o nosso Rei e Senhor, Jesus Cristo!

Na 1ªleitura (2º Samuel 5,1-3.) o profeta Samuel conta-nos que David foi ungido como rei de Israel, para instaurar um reino de paz e justiça. E será da tribo de David que, muitos anos mais tarde, sairá um rebento que cumprirá esse desígnio. 

Na 2ªleitura S. Paulo desvenda-nos o mistério do Amor de Deus pelos homens. Todo o texto é um tributo de louvor a Deus e a Jesus, Seu Filho muito amado. A forma como nos envolve neste mistério de amor, que é a Cruz, e nos faz sentir, também a cada um de nós, filho(a), no Filho e objeto do amor infinito de Deus, é uma ajuda imensa para nos deixarmos habitar pelo Amor, que é o próprio Deus.

"Irmãos: Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus." 

Col 1,12-20. 

O Evangelho (Lucas 23,35-43.)  é um desconcerto. Que rei tem como trono de glória uma Cruz? Jesus Cristo o Filho Unigénito de Deus! Um escândalo para os gentios e uma loucura para a maioria dos homens. E no entanto é aí, na árvore da vida que é a Cruz, que o nosso coração se entrega em Jesus, a Deus Pai, porque Jesus faz-se um connosco e oferece tudo o que somos a Deus. No diálogo com o “bom ladrão”, com cada um de nós, que lhe abre o coração, não há explicações, há encontro, há doação, há amor total e absoluto, por quem é pecador. Meu Senhor e meu Deus, mil vezes ( e muitas mais…) te digo, obrigada.

Obrigada Senhor, por amares, infinitamente, cada ser humano.

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

No meio do temor, da angústia, do sofrimento, que vivemos nos nossos dias, as leituras de hoje são uma garantia de que vale a pena lutar e perseverar na busca do Reino de Deus. Só n’Ele encontraremos a salvação. Desconfiemos dos falsos profetas.

 Na 1ª leitura, (Mal 3, 19-20ª) com Malaquias, ficamos com a certeza de que Deus nunca nos abandonará: “Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.”

S. Paulo, na 2ªleitura (2 Tes 3, 7-12)  alerta-nos para o perigo da ociosidade. Há trabalhos terríveis, que nos consomem energia e alento, mas viver “ocupado em futilidades” não é solução. Como diz S.Paulo, “quem não quer trabalhar, também não deve comer.”

S. Lucas, no evangelho deste domingo, apresenta-nos Jesus como a única resposta, verdadeira, a todas as questões que nos surgem, perante os acontecimentos terríveis dos nossos tempos. Não nos deixemos assustar pelos “profetas da desgraça”, confiemos que Deus está connosco e nos ama infinitamente.
“Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».”

Senhor, sê a minha esperança e a minha luz em todos os momentos da vida. 

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

As leituras deste domingo centram-nos na profissão de fé que fazemos, quando rezamos o credo, e dizemos “E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir.” Na época que atravessamos, em que homenageamos, de uma forma mais coletiva, os nossos ente queridos e amigos que já partiram ao encontro de Deus Amor, estas leituras ajudam-nos a refletir, mais profundamente, na vida para além da morte e dão-nos a certeza de que, um dia, também nós, nos encontraremos com todos eles, e com o nosso maior amigo, que é Deus. Então sim a festa será completa!

Na 1ªleitura (2 Mac 7,12.9-14) é impressionante, tanto a força de fé daqueles jovens, como a certeza que tinham na ressurreição dos mortos e na vida eterna. Apesar de tão distantes no tempo, ainda hoje há, também na Síria, e em tantas outras zonas do globo, imensas pessoas vítimas de perseguição por causa da sua fé em Deus e em Jesus Cristo. Que o Senhor seja a sua força nos tempos difíceis que atravessamos!

S.Paulo projeta-nos para além de nós mesmos e, mais uma vez, centra-nos no que é fundamental para todo o cristão: o Amor de Deus,que, em Jesus Cristo, Seu amado Filho, vive em cada um de nós. Só assim podemos dar testemunho da nossa fé, no dia a dia.

"Irmãos: Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, eterna consolação e feliz esperança, confortem os vossos corações e os tornem firmes em toda a espécie de boas obras e palavras. Entretanto, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e seja glorificada, como acontece no meio de vós. Orai também, para que sejamos livres dos homens perversos e maus, pois nem todos têm fé. Mas o Senhor é fiel: Ele vos dará firmeza e vos guardará do Maligno. Quanto a vós, confiamos inteiramente no Senhor que cumpris e cumprireis o que vos mandamos. O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança." 

2 Tes 2, 16 – 3, 5

No evangelho (Lc 20, 27-38) Jesus responde à provocação dos saduceus, como só o Senhor da Vida o podia fazer, mas também com uma ironia própria do ser humano. É bom ouvir Jesus explicar-nos como é a vida para além da morte. Neste evangelho somos ainda desafiados, por Jesus, a vivermos como filhos da Ressurreição, porque o nosso é um Deus de vivos. 

Senhor, ensina-me a ser digna de tomar parte na vida futura. Ajuda-me Senhor, porque eu sou pecadora.

FESTA DE TODOS OS SANTOS

Estamos em festa. A Igreja hoje “celebra a plenitude da vida cristã e a Santidade de Deus, em seus filhos, os santos da Igreja.”

Só Deus é Santo, mas, por graça de Deus, participamos da Sua Santidade, em união com todos os nossos irmãos, incluindo os que já veem Deus face a face.

Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja, para a glória da Trindade. 

Nas leituras, de hoje, percebemos como Deus quer tornar o homem participante da Sua Santidade.

A 1ª Leitura (Ap 7,2-4.9-14) afirma que uma grande multidão de pessoas, de todos os povos, são os santos que participam da glória celeste, junto de Deus. O texto apresenta um número simbólico, que nos abrange a todos, como fazendo parte da multidão imensa, que ninguém podia contar. Deus não exclui ninguém, ama a todos infinitamente, como só Ele sabe amar, porque é todo Amor.

Na 2ª leitura   S. João desperta em nós um sentimento de gratidão e louvor a Deus, pelas maravilhas inimagináveis que opera nos homens de ontem, de hoje e de sempre. Bendito e louvado sejas Senhor, pelo Teu Amor por cada um de nós e por toda a humanidade.

"Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele.

Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é.

Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro." 

1Jo 3,1-3

No Evangelho (Mt 5,1-12), Jesus apresenta uma proposta de Santidade, resumida nas bem-aventuranças. Se as vivermos, no nosso dia a dia, estas são o   o melhor caminho para a Santidade. 

Senhor, envia sobre mim o Teu Espírito. Ensina-me a viver segundo a Tua Graça.