domingo, 11 de setembro de 2016

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM


No ano santo especial, em que o papa Francisco convida a Igreja a celebrar a misericórdia de Deus, as leituras deste domingo são uma ajuda preciosa. Centram-nos mesmo nas palavras do santo padre, quando, na proclamação do Jubileu da Misericórdia, disse: “Este é o tempo da misericórdia. Existe tanta necessidade de misericórdia, e é importante que os fiéis leigos a vivam e a levem aos diferentes ambientes sociais.”


 A necessidade da Misericórdia de Deus foi sentida pelo ser humano desde sempre. Na 1ª leitura (Ex 32,7-11.13-14.)  é Moisés que, na sua oração, intercede por Israel, pedindo a Deus que tenha misericórdia do povo escolhido. É que, esquecido das graças recebidas do Senhor, tinha optado por adorar um bezerro de ouro. E Deus, que é todo Amor, não resiste a este pedido. O seu Amor infinito vai muito para além da sua ira e perdoa a infidelidade do povo, continuando a amar o que implora o Seu perdão.



S.Paulo (Tim 1,12-17) experimentou na vida o que é ser perdoado e verdadeiramente amado por Deus. Que transformação a Misericórdia de Deus realizou nele! Com o mesmo zelo e fervor, com que antes O perseguia, passou a anunciá-Lo, a dar testemunho do Seu amor. S.Paulo fala como ninguém do amor de Deus!
Neste Evangelho é Jesus que fala do que é: Amor infinito, incondicional por todo o ser humano, sem exceção. Jesus fala de Deus Amor, de Deus Pai, e fá-lo recorrendo a três expressivas parábolas: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo. E, nesta triologia, podemos ver como Deus nos ama, como faz sempre festa, quando o pecador se arrepende: vai à procura daquele que se perde pelos caminhos difíceis da vida e, quando o encontra, fica feliz com o reencontro e coloca-o aos seus ombros; procura, sem cessar, aquele que se perde em casa, na Igreja, nos caminhos da fé e, quando o acolhe, faz festa; respeita a liberdade daquele que faz escolhas erradas, mas nunca desiste dele, procura-o sempre e, quando percebe o seu arrependimento, antecipa-se à sua chegada, corre ao seu encontro, beija-o e aconchega-o no seu abraço de carinho e de ternura. E, porque o recupera, faz festa. Este é o nosso Deus, Amor sem fim por todos e cada um de nós. 
"Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.  Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.
Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda, até a encontrar?  Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».
Jesus disse-lhes ainda: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado»."
Lc 15,1-32. 
Obrigada Senhor porque vieste para nos salvar a nós, os pecadores. Bendito e louvado sejas, por nos mostrares o Teu amor por cada um de nós.

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