sábado, 25 de julho de 2015

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Hoje o Senhor mostra-nos como é possível do pouco gerar muito, quando o nosso coração se dispõe a partilhar com os outros o que de Deus recebemos. Sim, quando partilhamos verdadeiramente o que somos e temos, o milagre da multiplicação acontece, não só no tempo de Eliseu, ou de Jesus, mas também nos nossos dias, através de tantos homens e mulheres que confiam em Deus e n'Ele todos se dão. 


«Naqueles dias, veio um homem da povoação de Baal-Salisa e trouxe a Eliseu, o homem de Deus, pão feito com os primeiros frutos da colheita. Eram vinte pães de cevada e trigo novo no seu alforge. Eliseu disse: «Dá-os a comer a essa gente».
O servo respondeu: «Como posso com isto dar de comer a cem pessoas?». Eliseu insistiu: «Dá-os a comer a essa gente, porque assim fala o Senhor: ‘Comerão e ainda há de sobrar’».
 
Deu-lhos e eles comeram, e ainda sobrou, segundo a palavra do Senhor.
 »

 2º Reis 4,42-44. 


O profeta Eliseu não tem qualquer dúvida os vinte pães vão dar para alimentar as cem pessoas, pois a Deus nada é impossível. Já dizia Sto Agostinho: "Ele Se reserva a possibilidade de realizar, no momento escolhido, algumas ações fora do curso normal das coisas. É que aqueles que menosprezam as maravilhas de todos os dias ficam estupefactos à vista de obras que saem do normal, e todavia nem reparam naquelas. Governar o universo é na verdade um milagre maior do que saciar cinco mil homens com cinco pães! E contudo ninguém se espanta com isso. [...] Com efeito, quem alimenta ainda hoje o universo senão Aquele que, com alguns grãos, cria as ceifas?


Na 2ª leitura S. Paulo apela mais uma vez para a necessidade de vivermos em comunhão, em unidade , em paz, na comunidade de que fazemos parte. Pede-nos para formarmos um só corpo no Senhor Jesus Cristo.



Recorro mais uma vez a Sto Agostinho que nos diz:"Os milagres realizados por Nosso Senhor Jesus Cristo são obras verdadeiramente divinas; eles dispõem a inteligência humana para conhecer Deus a partir do que é visível, pois os nossos olhos tornaram-se incapazes de O ver em consequência da sua própria natureza. Com efeito, os milagres que Deus opera para governar o universo e organizar toda a sua criação, à força de se repetirem, perderam de tal modo o seu valor, que quase ninguém se dá ao trabalho de reparar que obra maravilhosa e surpreendente Ele realiza num qualquer grãozinho de semente. Cristo age, pois, em Deus. É pelo seu poder divino que faz sair abundantes colheitas de um pequeno número de grãos, e foi por esse mesmo poder que multiplicou os cinco pães. As mãos de Cristo estavam cheias de poder. Esses cinco pães eram como que sementes que, mesmo não tendo sido lançadas à terra, foram multiplicadas por Aquele que fez o céu e a terra."


Abre Senhor o meu coração às necessidades dos que comigo convivem.

sábado, 18 de julho de 2015

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia de hoje apresenta-nos Jesus como o Bom Pastor que nos conduz à verdadeira felicidade, que é Deus nosso Pai.

Na 1ªleitura (Jr 23,1-6.) o profeta Jeremias leva-nos a descobrir que Deus nunca deixa que algum de nós se perca, vai sempre à nossa procura. Nunca desiste de cada um de nós. 


Na 2ªleitura (Ef. 2,13-18) S. Paulo relembra-nos como em Jesus nos aproximámos de Deus, como Cristo fez de nós  homens novos. Desafia-nos ainda a acreditar que, na Cruz, Cristo venceu a morte e derramou a Paz sobre toda a humanidade. N'Ele fomos feitos um só corpo.


No Evangelho somos daqueles que, no meio da multidão, procuramos Jesus e Ele ao olhar-nos compadece-se de nós, começa a ensinar-nos e vai-nos ensinando, ao longo da vida, que é preciso descansarmos n'Ele. Na verdade há tantas coisas, ou sentimentos que nos fazem esquecer o quanto precisamos de Deus. Como nos sentimos diferentes quando encostamos a nossa cabeça no seu peito e descansamos. Parece que nos sai um peso dos ombros. 
É em leituras como as de hoje que vamos plasmando, no coração, o quanto Deus ama cada um de nós.

"Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado.Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas."
Marcos 6,30-34.


Obrigada Senhor pelo Teu Amor. Bendito e louvado sejas por amares cada homem tal qual ele é.

sábado, 11 de julho de 2015

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM

As leituras da liturgia dominical de hoje desafiam-nos a sermos missionários nos nossos dias, em todo e qualquer local em que vivermos, nos deslocarmos, ou visitarmos, isto é, onde quer que estivermos. É um apelo à missão que é feito, a cada crente, através da Palavra proclamada.


Na 1ª leitura (Amós 7,12-15.) o profeta Amós, guardador de rebanhos, é enviado por Deus a profetizar ao povo de Israel,em Betel. E, da natureza o desconcerto, ao ouvi-lo é o sacerdote que o manda embora. Estranho, Amasias, o sacerdote de Betel, devia ser o primeiro a agradecer a vinda do profeta Amós. Necessitamos sempre de estar vigilantes e dar atenção àqueles que nos anunciam a Boa Nova do Evangelho, aos que apelam à conversão de coração, à atenção aos mais pobres, desfavorecidos e abandonados. 


Na 2ª leitura (Efésios 1,3-14. ) S. Paulo canta as maravilhas do amor de Deus por cada ser humano, por Si criado com um amor infinito. Com quanto amor nos criou o nosso Deus! Às vezes ainda me surpreendo como é que Deus conhecendo, como só Ele pode conhecer, até onde vai o coração de cada ser humano, mesmo assim arrisca tanto em nós: em Jesus ( e a que preço!) fomos constituídos também Seus filhos, Seus herdeiros. Nunca, mas mesmo nunca nos abandona. Ele está sempre em nós, habita-nos mesmo. Como nos ama!
E, em relação a esta leitura sinto-me interpelada a fazer um ato de fé: sim,eu creio que um dia, na plenitude dos tempos Deus será tudo em todos.

No evangelho percebemos que é o Senhor quem escolhe e envia em missão. E quando envia os discípulos dois a dois, em comunhão com a comunidade a partir da qual são enviados, pede-lhes um desprendimento total, um coração completamente livre para se encher de Deus e só do Seu Amor. Só n'Ele reside a força do missionário, do verdadeiro profeta, e se assim for, veremos as obras do Senhor.

"Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali.  E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos."
Mc 6,7-13. 
Senhor eu te louvo e bendigo pelo Teu Amor infinito por cada ser humano. Bendito e louvado sejas hoje e sempre pelos séculos sem fim.

sábado, 4 de julho de 2015

XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM


As três leituras de hoje fazem-nos refletir sobre o que é ser profeta e alertam-nos para as consequências do exercício desta missão ontem, mas também hoje. O verdadeiro profeta é Jesus, mas n'Ele hoje todo o batizado é chamado a ser anunciador do Reino de Deus.


Na 1ª leitura (Ez 2, 2-5) o profeta Ezequiel recebe a missão de anunciar o amor de Deus ao povo de Israel, que se tinha revoltado contra o Senhor. Se não é fácil anunciar Deus a quem nunca d'Ele ouviu falar, muito mais difícil é falar em Seu nome a quem está contra Ele. Foi o que aconteceu a Ezequiel, que mesmo assim se dispôs a fazer o que o Senhor lhe pediu, quer o escutassem, ou não. Como deve ter sido difícil ! Mas Ezequiel, confiando no Senhor, cumpriu a sua missão. 


S.Paulo, na 2ª leitura (2Cor 12, 7-10)  revela-nos que quando é fraco e todo se abandona nos braços de Deus, então é que é forte, pois fica livre para que Deus seja tudo nele. Este é o segredo de Paulo: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder»

Deixarmo-nos repassar totalmente pelo amor de Deus é o desafio que Paulo hoje nos deixa. 

Jesus, o verdadeiro Profeta, mostra-nos como é difícil ser profeta na sua própria terra.

"Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando."
Mc 6, 1-6 

No entanto, Jesus, no evangelho de hoje, propõe-nos isso mesmo, sermos profetas onde vivemos, trabalhamos, ou nos relacionamos. Seja qual for o local em que nos encontremos somos convidados a ser como S.Paulo, permeáveis ao amor de Deus, para que Jesus se comunique, através de nós, àqueles que connosco convivem e O procuram das mais variadas formas. 


Ajuda-me Senhor Jesus a confiar sempre e totalmente em Deus, a deixar-me embeber completamente por Ele.