sábado, 28 de março de 2015

DOMINGO DE RAMOS

Eis-nos chegados ao Domingo de Ramos! E assim entramos na semana maior.
As leituras de hoje, estão todas centradas em Jesus.
Na 1ªleitura Isaías ajuda-nos a perceber melhor a vida e a Missão de Jesus, anunciando-O como o Servo sofredor, o cordeiro inocente levado ao matadouro, como Aquele que responde à violência com o perdão.


S.Paulo, na 2ªleitura, explica-nos, em poucas palavras e de uma forma muito bela, o mistério da salvação, a humilhação de Cristo, por amor, o Seu assumir a fragilidade humana, mas também a glorificação de Jesus no trono de glória que é a Cruz.

"Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai." 
Filip 2,6-11. 


Há ainda dois momentos a realçar, por um lado a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado num jumento, em que o povo O reconhece como Salvador e o aclama alegre... (Jo 12,12-16), por outro a leitura da Paixão de Jesus Cristo, segundo São Marcos (Mc 14,1-15,47) dando início à Semana Santa.



Senhor, como nos amas! Louvado sejas hoje e sempre pelos séculos sem fim.
Envia sobre mim o Teu Santo Espírito e converte-me Senhor.

domingo, 22 de março de 2015

V DOMINGO DA QUARESMA



Hoje foi dia de Peregrinação Diocesana a Fátima!

Jesus vai-se aproximando da hora para a qual veio, do momento da sua entrega total ao Pai, por amor, porque nos quer salvar a todos e a cada um de nós. Estamos cada vez mais perto do grande dia da Páscoa.


As leituras deste domingo situam-nos na Aliança que Deus fez com o seu povo e faz, também hoje, com cada um de nós: "Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo." Jer 31,31-34. 

Na 2ªleitura percebemos, através do que S.Paulo nos diz, que em Jesus se cumpriu verdadeiramente a Aliança de Deus com a humanidade.

"Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte, e foi atendido por causa da sua piedade. 
Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento.
 
E, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se, para todos os que Lhe obedecem, causa de salvação eterna."
 

Carta aos Hebreus 5,7-9.


No Evangelho somos convidados a contemplar Jesus que sela a Nova Aliança, com o seu próprio sangue, na Cruz.
"...
«Senhor, nós queríamos ver Jesus». 
...

Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. 
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna.
 
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará.
 
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.
 
Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O» ..."
João 12,20-33.


Senhor, converte-me para que também eu possa ver-Te. 

sábado, 14 de março de 2015

IV Domingo da Quaresma


Hoje as leituras falam-nos da caminhada que Deus faz com o povo escolhido. É um pouco à semelhança do que acontece na nossa caminhada quaresmal. Nela há momentos de infidelidade em que, apesar do pecado dos homens, Deus não abandona o seu povo, mas tem também alturas em que os homens abrem o coração a Deus, que os reconduz à terra prometida (2Cr 36,14-16.19-23). São estes últimos que nos possibilitam o encontro com Deus, nosso Salvador.


"Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós, que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Cristo – é pela graça que fostes salvos, e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo. De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar. Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir." 

Ef 2,4-10.

Nesta 2ªleitura S.Paulo explica-nos que a salvação é dom de Deus, que foi por Cristo e em Cristo que fomos salvos. Mais uma vez, mostra-nos quão grande é amor de Deus por nós!





No Evangelho (Jo 3,14-23) S.João revela-nos Jesus como Salvador . Diz-nos que a missão de Cristo no mundo e na história é salvar e não condenar. Conta-nos tudo isto enquadrado no diálogo de Jesus com Nicodemos, que nas  "trevas da noite", vem falar com Jesus à procura de "Luz". No final, descreve o projeto de Salvação de Deus: "Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu próprio filho e este não veio para julgar o mundo, mas para o salvar". 


Concede-me Senhor o dom da conversão.

domingo, 8 de março de 2015


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO 
PARA A QUARESMA DE 2015 

Parte IV

 Fortalecei os vossos corações (Tg 5, 8)

3. «Fortalecei os vossos corações» (Tg 5, 8): Cada um dos fiéis

Também como indivíduos temos a tentação da indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência?
Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração.
Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está longe, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum.
E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos. Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos.
Para superar a indiferença e as nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro.
Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: «Fac cor nostrum secundum cor tuum Fazei o nosso coração semelhante ao vosso» (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença.
Com estes votos, asseguro a minha oração por cada crente e cada comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal, enquanto, por minha vez, vos peço que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, Festa de São Francisco de Assis, 4 de Outubro de 2014.

Francisco

sábado, 7 de março de 2015

III Domingo da Quaresma


As leituras de hoje conduzem-nos a Jesus, o novo Templo e a nova Lei.
E nesta caminhada quaresmal, na 1ª leitura, é com Moisés que percebemos qual o melhor caminho para chegarmos a Deus: cumprindo a lei. Mas à luz do Evangelho esta lei é para libertar e não para aprisionar. Não basta obedecer a uma série de preceitos, é preciso ir muito para além disso, pois, só abrindo verdadeiramente o coração a Jesus, Deus será o nosso único amor e, n'Ele, a Sua misericórdia se estenderá a toda a humanidade. Então sim, tudo se cumprirá segundo a vontade de Deus  e a Sua Aliança connosco, já restabelecida por Jesus, será um realidade nos nossos dias. Continuemos a caminhar, não desanimemos. Com Jesus é possível vencer todos os obstáculos. Entreguemo-nos nas suas mãos!


Na 2ª leitura S.Paulo explica-nos que o projeto de salvação radica na Cruz de Cristo. É aí, quando a nossa alma contempla Jesus na árvore da vida, que é a Cruz, que tudo ganha uma nova dimensão e nos sentimos tão pequeninos, mas ao mesmo tempo tão amados por Deus. 

"Irmãos: Os judeus pedem milagres e os gregos procuram a sabedoria.  Quanto a nós, pregamos Cristo cruficado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. " 

1ª Cor1,22-25


No Evangelho Jesus convida-nos a "expulsar" do coração tudo o que nos afasta de Deus. Tal como aprendemos, o 1º mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.


Ensina-me, Senhor Jesus, a ter Deus como o meu único amor.

domingo, 1 de março de 2015


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO 
PARA A QUARESMA DE 2015 

Parte III

 Fortalecei os vossos corações (Tg 5, 8)

2. «Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9): As paróquias e as comunidades

Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal é necessário agora traduzi-lo na vida das paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada (cf. Lc 16, 19-31)?
Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direcções.
Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços e bens que chega até à presença de Deus. Juntamente com os Santos, que encontraram a sua plenitude em Deus, fazemos parte daquela comunhão onde a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não é triunfante, porque deixou para trás as tribulações do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o facto de terem vencido definitivamente a indiferença, a dureza de coração e o ódio, graças à morte e ressurreição de Jesus. E, enquanto esta vitória do amor não impregnar todo o mundo, os Santos caminham connosco, que ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena enquanto houver, na terra, um só homem que sofra e gema, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja: «Muito espero não ficar inactiva no Céu; o meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas almas» (Carta 254, de 14 de Julho de 1897).
Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração.
Em segundo lugar, cada comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens.
Esta missão é o paciente testemunho d'Aquele que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a cada homem, até aos confins da terra (cf. Act 1, 8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos possuem é um dom para a Igreja e para a humanidade inteira.
Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!